Doha 2019: Grandes marcas, grandes surpresas

    A longa jornada de sábado em Doha proporcionou grandes marcas na velocidade, nos saltos e nos lançamentos, mostrando que a localização e a data (tardia) destes Mundiais não está a afetar em nada as grandes performances no estádio.

    Além de confirmações (Christian Coleman), tivemos grandes surpresas (Gayle no Comprimento), assim como vitórias históricas de Price no Martelo e de Hassan nos 10.000m, uma vitória que até nos faz voltar atrás no tempo, até…Fernanda Ribeiro em Gotemburgo! Também nas eliminatórias existiram surpresas e enormes marcas, mostrando que os Campeonatos têm tudo para não desapontar ao nível desportivo.

    Os Portugueses

    Lorene Bazolo não conseguiu a qualificação
    Fonte: FPA

    Lorene Bazolo foi a única portuguesa em pista, correndo as eliminatórias dos 100 metros em 11.51s, distante do seu melhor, não conseguindo o apuramento para a fase seguinte. No final, a atleta apresentou-se ‘desiludida’, pois esperava fazer bem melhor, referindo também a existência de um problema técnico na fase inicial da sua corrida. Lorene disse ainda que se adaptou bem ao clima de Doha e que se sentia bem fisicamente, colocando de parte a hipótese que isso tenha sido um problema.

    Esta madrugada, no Qatar, ainda competirão nos 50km Marcha três portugueses: Mara Ribeiro e Inês Henriques na prova feminina e João Vieira na prova masculina. Na madrugada passada, em estrada, decorreu a final da Maratona, onde Salomé Rocha terminou na 28ª posição, com um tempo de 2:58:19s. A prova ficou marcada por extremas condições climatéricas – chegou a atingir os 33 graus e 75% de humidade – e 28 dos 68 atletas que começaram a prova, não terminaram. O Ouro acabou por ir para uma das favoritas, Ruth Chepngetich (KEN) com a marca mais lenta de sempre a vencer Mundiais (2:32:43s). Chepngetich é a líder do ranking da IAAF e bateu a campeã mundial de 2017, Rose Chelimo (BRN), que alcançou a Prata em 2:33:46s, sendo que Helalia Johannes (NAM) fechou o pódio, com 2:34:15s, conseguindo a segunda medalha da história da Namíbia em Maratonas de Mundiais.

    As finais de hoje

    Coleman sobe a 6º de sempre e Gatlin continua vivo
    Fonte: IAAF

    Até à final dos 100 metros, apenas um homem (Christian Coleman) tinha baixado dos 10 segundos nestes Campeonatos. Na final foram cinco a fazer isto! Foi uma final emocionante, a primeira sem Usain Bolt, com direito a um fantástico tempo de Christian Coleman (USA), que fechou a prova em 9.76 segundos, o tempo mais rápido no mundo nos últimos quatro anos e uma marca que o coloca como o 6º mais rápido da história. No segundo lugar, com a medalha de Prata, o mal-amado Justin Gatlin (USA), defendendo como conseguia o seu estatuto e mostrando que aos 37 anos ainda tem aquela apetência para grandes campeonatos. A fechar o pódio, o canadiano Andre de Grasse, com uma marca de 9.90 segundos, um novo recorde pessoal. Mais dois homens baixaram dos 10 segundos hoje – Akani Simbine (RSA) em 9.93 e Yohan Blake (JAM) em 9.97 segundos.

    Hassan alcançou um Ouro histórico
    Fonte: IAAF

    Na prova de 10.000 metros feminina, grande luta entre quenianas, etíopes e uma holandesa (que também nasceu na Etíopia) e foi mesmo essa holandesa que conquistou o Ouro! Sifan Hassan (HOL) alcançou um Ouro, que não era alcançado por uma europeia desde a conquista de Fernanda Ribeiro em Gotemburgo, em 1995! A pupila de Alberto Salazar terminou a prova em 30:17.62s, marca líder do ano. A Prata foi para Letesenbet Gidey (ETH), que fez ela mesmo uma grande prova, tendo sido a primeira a tentar dar uma sapatada no ritmo lento que inicialmente foi imposto, terminando em 30:21.23. No terceiro lugar, Agnes Tirop (KEN) levou o Bronze para o Quénia (em 30:25.15) em novo recorde pessoal, sendo que Hellen Obiri ficou de mãos a abanar nesta prova, no 5º lugar, ainda que com um recorde pessoal. No total, 10 atletas melhoraram os seus melhores pessoais nesta prova.

    No Comprimento, Gayle surpreendeu…e de que forma!
    Fonte: IAAF

    No Comprimento, Tajay Gayle (JAM) abriu o concurso a 8.46 metros, um novo recorde pessoal, mas era esperada uma resposta do Juan Miguel Echevarría (CUB). Essa resposta nunca chegou verdadeiramente. Echevarría nunca passou dos 8.34 metros que alcançou ao 3º ensaio e teve que sair de Doha contentando-se com uma medalha de Bronze que não parece ter-lhe sabido a muito. Jeff Henderson (USA), o campeão olímpico, retornou aos bons resultados e com 8.39 metros alcançou a medalha de Prata, mas o Ouro, esse, foi mesmo para Gayle que ainda melhorou no 4º ensaio para impressionantes 8.69 metros! O jamaicano melhorou 37 centímetros em relação ao que trazia para estes Campeonatos, numa das maiores surpresas que certamente acontecerão em Doha.

    Price é a primeira norte-americana com Ouro
    Fonte: IAAF

    Por fim, no que se refere a finais, decorreu ainda a final do Lançamento do Martelo. O Ouro foi para DeAnna Price (USA) que lançou a 77.54 metros na 3ª tentativa, fazendo história, tornando-se na primeira norte-americana a vencer Mundiais neste evento – na verdade, é mesmo a primeira medalha de sempre dos norte-americanos! O 2º lugar foi para a polaca Joanna Fiodorow que bateu o recorde pessoal, ao chegar aos 76.35 metros, sendo esta a sua primeira medalha global da carreira, depois de dois Bronzes em Europeus. Já o Bronze foi para a chinesa Zheng Wang com um lançamento de 74.76 metros ao 5º ensaio, ela que já tinha sido Bronze em Moscovo (em 2013) e Prata em Londres (2017).

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.