Nem 24 horas haviam passado desde à suada vitória frente à Itália e já a seleção portuguesa estava de volta ao Palau Blaugrana – um dos santuários da modalidade e casa das modalidades o FC Barcelona – para defrontar a Espanha.
O duelo ibérico é um clássico do hóquei em patins. Se olharmos para o confronto direto, vemos que já se defrontaram em 49 ocasiões. Os números mostram ligeira superioridade portuguesa: 22 vitórias, 8 empates e 19 derrotas. A estatística é ainda mais animadora se tivermos em conta apenas os encontros que se realizaram em Campeonatos do Mundo. Nesse caso, Portugal triunfou por sete vezes, empatou três e perdeu apenas quatro.
O equilíbrio costuma ser nota dominante nos embates entre portugueses e espanhóis. Exceção feita à final do Campeonato da Europa do ano passado, em que os espanhóis foram claramente superiores e triunfaram por 6-3, os jogos decidem-se quase sempre em pormenores ou em bolas paradas. Nas últimas cinco partidas, três empates e uma vitória para cada lado.
Contudo, e apesar do equilíbrio que os números demonstram, a verdade é que a seleção espanhola partida como grande favorita para esta partida. Não só por jogar em casa, mas também pelo nível exibicional que apresentou ao longo de toda a competição. Afinal de contas, estamos a falar de um país que ganhou seis das últimas oito edições do Campeonato do Mundo.
UMA PRIMEIRA PARTE COM DEMASIADAS CAUTELAS
Após um período inicial em que as equipas estavam ainda a estudar-se, surgiram as primeiras situações de perigo. Numa iniciativa individual, Hélder Nunes tirou um adversário da frente e disparou para uma bela defesa de Sergi Fernández. Por seu lado, e sobretudo através de remates de fora, a Espanha mostrava-se sempre bastante perigosa. No entanto, Ângelo Girão foi respondendo sempre com bastante segurança. Uma nota para Edu Lamas, que na próxima temporada vai vestir as cores encarnadas, e para a qualidade defensiva que empresta ao jogo. Um autêntico pendulo.
Quando o relógio indicava faltarem apenas oito minutos para o final da primeira parte, Rafa poderia ter inaugurado o marcador. Após excelente iniciativa individual, o internacional português ficou na cara do guardião espanhol, mas não foi capaz de finalizar com eficácia. Era o primeiro grande sinal de perigo por parte da seleção portuguesa.
Estava a ser uma primeira parte sem grande história e com poucas ocasiões de golo. As equipas, talvez fruto do peso da ocasião, pareciam algo amarradas e queriam a todo o custo evitar sofrer o primeiro golo.
UMA DECISÃO POUCO COMPREENSÍVEL
No entanto, eis que a equipa de arbitragem quis ser o centro das atenções. Num lance entre Jordi Adroher e Jorge Silva, o espanhol rasteirou o jogador da Oliveirense. O árbitro não foi dessa opinião e entendeu que tinha havido simulação do português. As imagens mostram que houve mesmo um toque e poderia até ter sido exibido o cartão azul ao espanhol. Visto que Jorge Silva já tinha sido advertido por uma alegada simulação, o português viu o cartão azul e a Espanha beneficiava assim de um livre direto.
Como já começa a ser habitual, Ângelo Girão voltou a ser enorme e parou o livre direto executado pelo próprio Adroher. No entanto, em situação de powerplay, e quando pouco faltava para o final da primeira parte, o mesmo Adroher inaugurou o marcador.
Ao intervalo, o resultado era algo injusto e não refletia aquilo que se tinha passado na primeira parte.