Na rubrica que se destina a abordar e realçar o talento dos jovens da “cantera” do FC Porto optamos, hoje, por destacar André Pereira. Um jovem que subiu a pulso na carreira, tendo sido, com alguma surpresa e, até, polémica (recorde-se que é representado por Alexandre Pinto da Costa) resgatado à Sanjoanense há mais ou menos um ano e que se encontra, atualmente, emprestado ao Vitória FC como consequência do regresso de Gonçalo Paciência ao Dragão.
Depois de um percurso na formação dividido entre o FC Porto, Leixões e Varzim, foi por este último que André se estreou como sénior antes de passar por Espinho e, depois, por Sanjoanense e FC Porto como mencionado anteriormente. Não sendo o mais auspicioso percurso, como comprova a falta de internacionalizações pelas seleções jovens do nosso país, o que é certo é que este avançado de 22 anos (faz 23 em Maio) conseguiu, contra as expectativas de muitos, assumir-se como figura de destaque na equipa B dos dragões e, até, estrear-se (com exibições satisfatórias diga-se) na equipa principal pela mão de Sérgio Conceição (jogou para a Taça frente ao Portimonense e para a Liga na Vila das Aves).
André jogo preferencialmente como avançado centro onde acredito que rende mais com um parceiro a seu lado num esquema, por exemplo, de 1x4x4x2 mas pode, também jogar sobre o lado esquerdo do ataque. Sendo um jogador alto (188cm) tem como principais qualidades a velocidade e, principalmente, a agilidade. É um avançado de remate fácil e parece ser bastante inteligente no que às movimentações diz respeito. Isto é, parece dominar com mestria as diagonais (tanto de dentro para fora como de fora para dentro) e é felino dentro de área. Tem, portanto, características bastante interessantes mas parece-me, no entanto, que muito precisa de melhorar para atingir patamares que lhe permitam afirmar-se como referência da equipa principal do FC Porto.
Sendo jovem, já não é propriamente um adolescente e está naquela fase da carreira em que ou dá o tal passo e salto qualitativo em frente no seu futebol e se assume como grande mais valia para o clube ou perde o comboio e se mantém num patamar mais condizente com equipas de maio da tabela do futebol português. Cabe a André, nesta fase decisiva da sua carreira, dizer presente, sendo que o pouco tempo de jogo que tem tido no Sado não faz augurar um possível regresso pela porta grande. Aguardemos pelo desenvolvimento da carreira deste jovem.
Em suma, com nomes como Aboubakar, Soares, Marega ou Gonçalo Paciência no plantel principal, será difícil que André Pereira venha a ter, num futuro próximo, um papel de destaque na primeira equipa, no entanto, e como se costuma dizer, o futebol é momento e cabe ao jovem portista criar as condições e protagonizar as exibições que abram caminho ao seu momento. Para já, sempre e quando consiga obter mais minutos em Setúbal e perante os constrangimentos financeiros que o FC Porto atravessa, deverá estar garantido na próxima pré-temporada azul e branca.
Foto de Capa: FC Porto