Expectativas para a Época 2016-2017

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    Finalmente começou a pré-época e já cheira a Sporting. Jorge Jesus deixou claro a todos os jogadores que só fica quem tiver “fome de bola”. E ainda bem que assim é, porque esse é o tipo de jogadores que eu admiro; e só com jogadores que dão tudo em campo é que acho que conseguiremos ser campeões. No entanto, não me deixo iludir por grandes expectativas. Na linha daquilo que os nossos jogadores costumam dizer, os campeonatos ganham-se ganhando jogo a jogo, e é isso que eu espero de quem veste a camisola do leão.

    Mas, como já aqui referi anteriormente, reconheço que em campo vão estar outras equipas de muita qualidade, que não nos vão fazer a vida fácil nem oferecer-nos o campeonato numa bandeja. Isto para não falar da possível influência de terceiros. Por isso mesmo os jogadores terão de incorporar o espírito de campeões, e jogar todos os jogos como equipa alfa: dominante. Vão precisar de correr mais do que os outros, querer mais do que os outros, ser mais agressivos sobre a bola, e, acima de tudo, têm de estar à altura nos momentos decisivos. Apesar das contrapartidas que existiram na última época, há que reconhecer que o Sporting não foi campeão por não conseguir cumprir nos momentos decisivos, ainda que tenha sido a equipa que melhor futebol praticou.

    Contudo, esta será uma época difícil de prever, porque creio que vai haver algumas mudanças em peças que eram fundamentais no ano passado, como é o caso de Slimani. Parece que o Sporting não poderá contar com ponta de lança para esta época, como já era previsível. Tendo sido ele uma das peças fundamentais na qualidade, na intensidade e no domínio de jogo da época passada, fica por saber como é que a dinâmica da equipa se irá adaptar à perda do avançado mais influente na equipa, e qual dos jogadores ficará com o seu lugar.

    Pessoalmente estou curioso por ver Spalvis, mas também para ver o rendimento de Hernán Barcos, agora que tem a oportunidade de começar a pré-época com os colegas – dado que na época passada chegou em desvantagem competitiva. Ainda assim, apesar de ter feito poucos jogos e de não ter marcado nenhum golo, gostei de alguns pormenores. Pareceu-me ter traços de matador, faltando-lhe apenas aumentar a agressividade e a intensidade de jogo. Outro jogador que a comunicação social refere estar mais próximo de sair do que de ficar é Teo Gutiérrez, um jogador com quem nunca simpatizei muito. Caso assim seja, fico curioso em saber qual dos jogadores leoninos ocupará a sua posição, mas tenho a certeza de que Jorge Jesus conseguirá a solução ideal para esse lugar vago.

    Dois dos mais promissores miúdos do futebol. Gelson ganhou o seu espaço, e Ryan Gauld, poderá ser ele a sombra de João Mário? Fonte: Sporting CP
    Dois dos mais promissores miúdos do futebol. Gelson ganhou o seu espaço, e Ryan Gauld… Poderá ser ele a sombra de João Mário?
    Fonte: Sporting CP

    Todas as especulações feitas na pré-época para um longo campeonato serão sempre infrutíferas, porque quem quer que as faça corre sempre o risco de dar um tiro no pé e de ver as suas expectativas saírem pela porta dos fundos, mas uma coisa creio que está garantida: competitividade, ou não fosse Jorge Jesus o treinador do Sporting. Aqui manter-me-ei fiel às minhas palavras. Seja qual for o resultado final da época – seja o Sporting campeão ou não – Jorge Jesus tem de continuar a ser o treinador da equipa A do Sporting CP. Goste-se ou não de Jorge Jesus, é inegável a qualidade de jogo que ele dá às equipas, a exigência que ele pede aos jogadores e o reconhecimento dos seus atletas, quando todos dizem que aprenderam muito com ele, até os mais experientes. Ainda assim, espero ver maior seriedade nas competições europeias e dedicação às mesmas do que houve no ano passado.

    Acho que também vale a pena referir os jogos de pré-época, onde houve uma clara opção de aumentar a dificuldade competitiva mais do que é normal nestas fases de preparação, o que eu acho louvável porque, independentemente dos resultados, obriga desde cedo os jogadores a sentirem o espírito de competições europeias e de jogos difíceis de ganhar e de controlar. Não me recordo de ter havido uma pré-época tão competitiva como esta vai ser, numa clara demonstração de vontade em começar cedo e a sério. Aplaudo a ambição.

    Para terminar, voltando aos jogadores e, no que diz respeito às contratações, estou curioso para ver Spalvis e Alan Ruiz, não sabendo ao certo como se vai integrar Petrovic, apesar de o sérvio me parecer um jogador com muita qualidade. Ainda em reforços oficiais, fiquei contente por saber que Bruno Paulista assinou definitivamente. Do pouco que jogou a época passada, gostei bastante do que vi, e foi pena ter-se lesionado, mas parece-me um miúdo com muita qualidade e margem de progressão; quem sabe, o futuro substituto de Adrien. Uma das pérolas da formação que também gostaria de ver integrada e trabalhada por Jorge Jesus é Iuri Medeiros, um jogador que admiro muito e  que, espero, conseguirá ganhar o seu espaço na equipa. Quanto às restantes pérolas da formação a ver vamos.

    O talento é muito, mas o espaço é pouco e aí acho que a política de empréstimos deve continuar para que esse talento não se desperdice. É o caso de João Palhinha, que, apesar de todo o seu talento, vê o seu espaço no plantel reduzido com a contratação de Petrovic, e caso William Carvalho se mantenha no clube, ou Daniel Podence que passa pela mesma situação. Gostaria também de ver Ryan Gauld integrado no plantel A, mas será que tem espaço? Vai ser interessante acompanhar esta pré-época. Mal posso esperar por que comecem os jogos.

    Foto de Capa: Sporting CP

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    António Ramos
    António Ramoshttp://www.bolanarede.pt
    Em criança, viu a avó oferecer uma carteira do Sporting a um primo, e disse que também queria uma. "Mas tu não és do Sporting" respondeu-lhe a avó. Sou sim! contrariou o miúdo. E aí foi criado um pacto, Sporting, até que a morte nos separe.                                                                                                                                                 O António não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.