Já se sabia que seria um duelo duríssimo contra uma das melhores equipas do mundo e o “trauma” da época passada ainda pairava na cabeça quer dos adeptos, quer dos jogadores. O que eu não esperava é que o treinador portista modificasse de forma significativa a matriz de jogo do FC Porto.
O FC Porto abordou este jogo num 5-2-3 que demonstrou, no processo defensivo, não estar minimamente rotinado. Jogar com Maxi Pereira como central pelo lado direito foi, na minha opinião, um erro estratégico, porque obrigou Corona a um posicionamento sempre muito próximo do uruguaio e, com isso, a fase de construção teve sempre problemas, porque quer Corona, quer Alex Telles (devido as dificuldades físicas notórias), nunca conseguiram dar profundidade no seu corredor e, transformar o 5-2-3 no processo defensivo em 3-4-3 no processo ofensivo como era idealizado pelo treinador portista. Se era essa a ideia então Diogo Leite faria mais sentido no onze.
Depois deixar o corredor central entregue apenas a Danilo e Oliver mostrou, tal como na época passada, que contra uma equipa como o Liverpool FC, que pressiona e tem uma reação à perda de bola fortíssima, é um erro e fez com que as linhas de passe nunca surgissem e que o FC Porto nunca conseguisse respirar com bola. Juntar Otávio no centro fazendo um triângulo com Danilo e Oliver podia ter sido uma boa opção. O 5-2-3 que foi utilizado podia, com os mesmos jogadores, ter sido transformado num 5-3-2 que, na minha opinião, seria mais eficaz. A nível individual gostaria de destacar as exibições de Corona, Éder Militão e Marega que realizaram excelentes exibições.
É evidente que os castigos de Pepe e Herrera e as limitações nas inscrições foram importantes e limitaram bastante as opções de Sérgio Conceição. Apesar de tudo isto penso que a abordagem podia ter sido outra. Relativamente à entrega dos jogadores nada pode ser apontado, bem pelo contrário, tem de ser enaltecido o profissionalismo dos atletas do FC Porto que deixaram tudo em campo e, em alguns casos, com grandes dificuldades físicas sem nunca desistirem.
Com este resultado dificilmente o FC Porto vai conseguir atingir as meias-finais mas ainda existe uma ténue esperança. Só um jogo perfeito no dragão permite sonhar. Apesar de achar e criticar as opções de Sérgio Conceição e a abordagem feita neste jogo, continuo achar que o treinador portista é de top mundial e que ainda esta época vai voltar a conquistar títulos ao serviço do FC Porto. Por último gostaria de referir que a arbitragem foi péssima com claro prejuízo para o FC Porto.
Foto de Capa: FC Porto
Artigo revisto por: Jorge Neves