FK Lokomotiv 1-3 FC Porto: Eficácia previne tremedeira

    Cumpriu-se a tradição na Rússia. O FC Porto venceu, de certa forma, confortavelmente, escancarou as portas dos oitavos e juntou mais 2,7 milhões à conta. O resultado, contudo, esconde as lacunas que os dragões continuam a demonstrar, essencialmente na defesa. Casillas foi herói, mas quase borrava a pintura. Aí, valeu a ajuda do…árbitro.

    Como era de esperar, houve mexidas no onze azul e branco. Otávio deu lugar a Óliver e, à conta disso, o futebol da equipa também se transfigurou. Não necessariamente para melhor, mas foi diferente, de facto. Maior eficácia na posse e circulação da bola. E foi assim que se passaram os primeiros minutos.

    Só Porto em jogo, e uma equipa russa completamente remetida, na expetativa, à defesa. Não obstante, seria na baliza de Casillas que o golo esteve à vista em primeiro lugar. Défice de Alex Telles na abordagem ao confronto individual com um dos irmãos Miranchuk, russo no chão, dentro da área e o árbitro escocês, perentório, de braço esticado. Era penálti. Manuel Fernandes assumiu, com confiança, a responsabilidade. Olhos no olhos com San Iker e…lá estava o espanhol a fazer jus à alcunha. Grande estirada e manutenção do nulo no marcador. O Porto, contudo, não se encontrava na partida. Dessa descontração quase tirava proveito o Lokomotiv, mas Alex Telles, que havia sido vilão dez minutos antes, estava agora no sítio certo para se tornar num herói improvável. Denisov passou como quis por Óliver e Maxi, serviu Alexei Miranchuk para um golo (quase) certo, mas o lateral brasileiro disse a Casillas que desta vez era ele a brilhar. Não só um como dois cortes determinantes, em cima da linha.

    Casillas foi determinante ao defender um penálti
    Fonte: FC Porto

    O dragão abanou, mas não caiu e dessa resistência haveria de tirar os melhores proveitos. Do outro lado, Éder esqueceu-se que estava dentro da própria área e agarrou ostensivamente Felipe. Penálti, claro. Moussa Marega disse logo que era dele. Ninguém se opôs, afinal, tanta confiança só podia trazer os melhores resultados. Assim foi. O Porto respirava, enfim, na noite gélida da Rússia. Quem também quis abrir o livro foi Corona que, servido por Maxi, deixou o defensor russo completamente nas ‘covas’, cruzou com conta, peso e medida para o compatriota Herrera e este, à matador, encostou para o segundo. Ainda o Lokomotiv não se havia reencontrado e já novo golo morava na baliza de Guilherme. Tudo corria de feição até ao momento em que Militão, num raro disparate, deixou a bola nos pés de um dos irmãos Miranchuk que serviu rapidamente o outro, à entrada da área. Com tempo e espaço para tudo, o fim da jogada era inevitável. Em doze minutos, três golos e os da casa novamente na luta. O intervalo chega na altura certa.

    Melhor reentrada era impossível. Brahimi achou que era altura de brilhar, abriu uma auto-estrada, viu Marega oferecer-lhe ainda mais espaço ao arrastar consigo dois adversários, serviu Corona com um passe magistral e este, em ótima posição, fuzilou Guilherme. Se os russos vinham com intenções de discutir o resultado, aqui estava uma machadada bem forte. Mas nem isso tranquilizou os homens de Sérgio Conceição, sempre muito erráticos e a falharem vários passes. Éder, o português, até reduziu, quando faltava meia hora para o fim, mas o árbitro anulou, mal, por alegado fora de jogo. Ufa!, terá dito Casillas. É que o espanhol cometeu um erro daqueles, ao defender a bola para à frente, deixando-a à mercê de Éder. Os dragões iam, a espaços, impondo maior assertividade no seu futebol, mas fizeram-se valer sobretudo da eficácia para sair da Rússia com a vitória. O Lokomotiv, apesar de mostrar vontade, tinha pouco engenho para lutar por outro destino. Tudo piorou quando Kvirkvelia derrubou Herrera quando este ia só para a baliza e viu o vermelho direto. Ainda havia 15 minutos para o fim, mas era a rendição total. Até ao fim, a distância entre as equipas poderia até ter sido mais vincada, não fossem Bazoer e Alex Telles perdulários nas oportunidades que tiveram.

    O FC Porto é líder isolado do grupo, saboreou também o empate no outro jogo entre turcos e germânicos e pode, eventualmente, carimbar a passagem daqui por quinze dias. Não está mal, pois não?

    Onzes Iniciais

    FK Lokomotiv: Guilherme, Ignatjev, Kvirkvelia, Howedes, Anton Miranchuk, Denisov, Krychowiak, Barinov, Manuel Fernandes (Zhemaletdinov,66′) , Aleksey Miranchuk e Éder (Lysov, 81′).

    FC Porto: Casillas, Maxi, Felipe, Militão, Alex Telles, Danilo, Óliver (Bazoer, 83′), Herrera, Corona (André Pereira,69′), Brahimi (Ádrian, 82′) e Marega.

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    Ricardo Anselmo
    Ricardo Anselmohttp://www.bolanarede.pt
    O azul e o branco é parte fundamental da vida do Ricardo. O amor pelo FC Porto faz dele um adepto ferrenho dos 'dragões'. Tem na escrita um amor quase tão grande como o que tem pelo clube, sendo sobre futebol que incide a maior parte das suas escrituras. No futuro, espera encontrar no jornalismo a sua ocupação profissional.                                                                                                                                                 O Ricardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.