Giro d’Italia #1: O adeus da principal figura, variados vencedores e emoções fortes

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    Ao fim de nove dias de competição e chegados ao primeiro dia de descanso, cabe-nos efetuar um resumo da primeira semana da 106.ª edição do Giro d’Italia. Nos primeiros nove dias de prova (de 6 de maio a 14 de maio), o cardápio incluiu: dois contrarrelógios individuais, quatro etapas para velocistas, dois finais em alto talhados para fugitivos e ainda uma armadilhada etapa de média montanha.

    O elenco de luxo que se apresentou à partida deste Giro brindou-nos com algumas exibições de qualidade nesta primeira semana e procura agora ultrapassar, a partir de terça-feira (16 de maio), os desafios que a “Corsa Rosa” lhes apresenta nos restantes 12 dias de competição. O intuito deste artigo é, portanto, centrar, primeiramente e por uma última vez, a nossa atenção nas etapas já decorridas, nomeadamente nos vencedores e num abandono de extrema importância; e, posteriormente, elencar, ao cabo de nove dias, aqueles que se afiguram como candidatos a levarem para casa, no final de maio, a maglia rosa, a maglia azzurra e a maglia ciclamino.

    O CAMPEÃO BELGA DE CONTRARRELÓGIO PARTIU COM PRESSA

    Este ano o tiro de partida do Giro foi dado com um contrarrelógio individual de 19,6km, com ligação entre as povoações italianas de Fossacesia e Ortona, com vista direta para o belíssimo Mar Adriático. À partida para este contrarrelógio costeiro (com um percurso marcadamente plano, apenas com um ligeiro topo de menos de 2 km de extensão nos últimos 5 km), vários ciclistas eram apontados à vitória, nomeadamente Remco Evenepoel (Soudal-Quick Step), Filippo Ganna (INEOS Grenadiers), Stefan Kung (Groupama-FDJ) e Primoz Roglic (Jumbo-Visma). Esta dúvida que pairava no ar, quanto àquele que seria o primeiro ciclista a envergar a maglia rosa, rapidamente se dissipou quando Remco Evenepoel (campeão belga de contrarrelógio, também conhecido como “Aerobullet”) passou no primeiro ponto de cronometragem a arrasar todos os rivais por mais de 15 segundos. Na linha de meta, o medalhado de bronze dos últimos Campeonatos do Mundo de Contrarrelógio estabeleceu uma diferença de 22 segundos para Filippo Ganna; de 29 segundos para João Almeida (UAE Team Emirates); e colocou a mais de 30 segundos Primoz Roglic, Stefan Kung, Jay Vine (UAE Team Emirates), Brandon McNulty (UAE Team Emirates), Tao Geoghegan Hart (INEOS Grenadiers), Aleksandr Vlasov (BORA-hansgrohe) e Geraint Thomas (INEOS Grenadiers). Com esta demonstração inicial de superioridade, Evenepoel iniciou a aventura transalpina a liderar confortavelmente.

    UMA NOVA ESTRELA ITALIANA PARA OS SPRINTS

    A segunda tirada, com ligação de mais de 200 km entre Teramo e San Salvo, estava destinada aos velocistas e às suas equipas, às quais não faltava vontade de findar o primeiro fim de semana da prova em beleza. Os últimos 20 km ficaram marcados por um esforço algo desordenado das equipas dos sprinters e das equipas dos voltistas de colocarem os seus homens protegidos bem na frente da corrida, longe de perigo. Este esforço acabou em queda para alguns, à entrada dos 3 km finais, o que levou a que alguns ciclistas com aspirações a terminar no top 10 da classificação geral chegassem atrasados à meta, nomeadamente Jay Vine, Tao Geoghegan Hart e Domenico Pozzovivo (Israel-Premier Tech); e a que alguns sprinters ficassem impossibilitados de disputar a vitória de etapa, designadamente Alberto Dainese (Team DSM), Mark Cavendish (Astana Qazaqstan Team) e Mads Pedersen (Trek-Segafredo). Para os cerca de 50 ciclistas que entraram juntos no último quilómetro da etapa, era altura de definição do vencedor da etapa e do portador da maglia ciclamino e, com uma potência estonteante, o poderoso velocista italiano Jonathan Milan (Bahrain-Victorious), de apenas 22 anos, mostrou os seus dotes, superiorizou-se a David Dekker (Team Arkéa Samsic) e a Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) e ergueu os braços em San Salvo, sucedendo a Alberto Dainese (que venceu a etapa 12 do Giro do ano passado) como o último sprinter italiano a triunfar na Volta à Itália.

    PRIMEIRA VITÓRIA DA ÉPOCA E QUE VITÓRIA

    A terceira etapa marcou o início da chuva na prova italiana, que causou logo nesse dia alguns problemas de menor importância a alguns ciclistas, que, de um modo geral, souberam solucioná-los. O percurso da etapa 3 era um convite expresso para uma vitória de um sprinter que “digerisse” bem colinas e montanhas de curta extensão. Previa-se, portanto, um duelo entre Mads Pedersen e Michael Matthews (Team Jayco AlUla). Na chegada a Melfi, depois de percorridos 213 km, quem apareceu melhor colocado foi o dinamarquês Pedersen, que não teve, porém, capacidade suficiente para superar a ponta de velocidade do australiano Matthews, que pôde levantar os braços pela primeira vez esta temporada.

    LAGO LACENO, PALCO GLORIOSO PARA OS FUGITIVOS

    A quarta etapa da Volta à Itália, como tem sido habitual nos últimos anos, encontra-se, à partida, destinada a ciclistas ofensivos que tenham nos esforços montanhosos o seu principal atributo, e assim sucedeu novamente. A equipa do líder da classificação geral, Remco Evenepoel, desejava “oferecer” temporariamente a Maglia Rosa a um ciclista que não representasse grande perigo para a classificação geral final, precisando para isso de analisar atentamente as várias tentativas de integração da fuga do dia e, devido a esta dificuldade para encontrar o grupo perfeito, só após mais de 70 km, é que um grupo de meia dúzia de ciclistas teve autorização do pelotão para disputar a vitória de etapa e a liderança da classificação geral. A subida final de Lago Laceno foi, então, o palco de uma divisão igualitária de louros entre dois dos integrantes da fuga, os mais fortes do dia: Aurélien Paret-Peintre (AG2R Citroen Team), que triunfou pela primeira vez numa grande volta, aos 27 anos de idade; e Andreas Leknessund (Team DSM), que terminou em segundo lugar na etapa, mas que, por virtude do menor tempo acumulado nas etapas até àquela, assumiu a liderança da prova.

    NOVO ÊXITO AUSTRALIANO NUMA ETAPA VIOLENTA

    A quinta tirada, com uma extensão de 171 km, entre Atripada e Salerno, revelou-se uma das estações mais difíceis da Via Sacra que é o Giro (para alguns). A chegada ao sprint com um pelotão alargado já era quase um dado adquirido, o que não era previsível era que, até Salerno, a precipitação e espectadores de quatro patas causariam estragos, no pelotão, sendo a causa de quedas violentas, de desorganização e da etapa ter sido percorrida a uma velocidade média inferior à esperada. Algumas das vítimas das quedas foram: Remco Evenepoel (duplamente), Primoz Roglic e Aleksandr Vlasov. Nos metros finais da etapa (com um pelotão menos compacto que o previsto), Kaden Groves impôs-se como o mais veloz perante o maglia ciclamino, Jonathan Milan, e o ex-campeão do mundo, Mads Pedersen. Destaque também para a queda nos últimos 50 metros de Mark Cavendish, que, já sem gás, foi de encontro à bicicleta de Alberto Dainese, levou às barreiras Filippo Fiorelli (Green Project-Bardiani CSF-Faizanè) e derrubou Andrea Vendrame (AG2R Citroen Team).

    OBJETIVO CONCRETIZADO NUM FINAL AGONIANTE

    O sexto dia de competição, com partida e chegada na cidade dos mais recentes vencedores do Campeonato Italiano de Futebol (Serie A), Nápoles, deixava em aberto a hipótese de uma fuga poder ter sucesso. Com o pelotão levemente distraído e uma cooperação extraordinária dos últimos dois veteranos integrantes da fuga do dia, Simon Clarke (Israel-Premier Tech) e Alessandro De Marchi (Team Jayco AlUla) entraram no derradeiro quilómetro da etapa com pouco menos de 20 segundos de vantagem, diferença esta que rapidamente se esfumou. Nos 1000 metros finais, De Marchi e Clarke iniciaram o agoniante “jogo do gato e do rato”, já que De Marchi, o mais lento dos dois, queria reservar energias para o sprint final, e Clarke, apesar de ser o mais veloz, não queria desperdiçar energia preciosa para o sprint final; e, a 300 metros da linha de meta, Fernando Gaviria (Movistar Team) lançou de longe o sprint, tirando o pão da boca dos fugitivos, mas tendo o pão sido tirado, posteriormente, também da sua boca, quando foi ultrapassado a 50 metros do risco pelo homem do dia, o vencedor, Mads Pedersen, que, com esta vitória, completava, em menos de 12 meses, o objetivo de conquistar pelo menos uma vitória de etapa nas três Grandes Voltas.

    UMA ESTREIA DE SONHO

    A sétima jornada coincidiu com o segundo final em alto, no Gran Sasso d’Italia, onde os três elementos da fuga discutiram ferozmente a vitória de etapa. O pelotão optou por fazer a ascensão a um ritmo mais lento, “quase de passeio”, e Karel Vacek (Team Corratect- Selle Italia), Davide Bais (EOLO-Kometa) e Simone Petilli (Intermarché-Circus-Wanty) tiveram a oportunidade de uma vida. Na fase final da ascensão, Vacek ia tendo dificuldades em manter o contacto com os seus colegas de fuga sempre que Petilli, o elemento mais trabalhador e calejado, decidia acelerar, enquanto que Bais, qual lapa, não descolava da roda do ofensivo companheiro de fuga. Chegando os três juntos ao último quilómetro, Petilli testou as águas por uma última vez, sem sucesso, tendo Bais, o italiano da formação do mítico Alberto Contador, sprintado sem concorrência para a vitória, à frente de Vacek e de Petilli. Que melhor palco poderia ter escolhido Davide Bais para a sua estreia a vencer como profissional!?

    O IRLANDÊS IMPARÁVEL

    A oitava jornada estava, decerto, já assinalada no calendário dos ciclistas como uma tirada armadilhada, propícia a uma vitória de um fugitivo em forma e na qual poderiam ser feitas diferenças entre os principais “galos” da classificação geral. Por um lado, no que diz respeito à vitória de etapa, o irlandês em forma, Ben Healy (EF Education-Easypost), integrou a fuga do dia e na primeira subida categorizada (I Cappuccini), a mais de 50 km para o fim da etapa, disse “arrivederci” e não mais foi visto pelos restantes elementos da fuga, tendo vencido com quase 2 minutos de diferença em Fossombrone e mostrando o porquê de ser um especialista em provas com perfis de média montanha/acidentados com mais de 200 km. Por outro lado, no que toca à disputa pela classificação geral, o homem em destaque foi Primoz Roglic, que na última passagem do dia pela íngreme subida do Cappuccini se distanciou dos demais rivais e, só perto do topo, foi alcançado pelo duo da Ineos Geraint Thomas e Tao Geoghegan Hart, tendo conseguido na meta estabelecer diferenças temporais para os restantes competidores diretos.

    A MEIO-GÁS BASTOU

    A última etapa antes do dia de descanso foi um contrarrelógio individual de 35 km com final na cidade de Cesena. Já sem Filippo Ganna, que havia abandonado no dia anterior por ter contraído covid-19, o principal favorito à vitória era o vencedor do contrarrelógio inicial, Remco Evenepoel, que se esperava que viesse a arrasar a concorrência. Ao primeiro ponto de cronometragem, o prodígio belga parecia estar a caminho de efetivar o que estava já previsto; porém, no segundo e terceiro pontos de cronometragem, com o belga a marcar tempos semelhantes e idênticos aos rivais, percebeu-se que Remco não estava nas melhores condições físicas e a vitória poderia escapar-lhe por entre os dedos. O primeiro tempo de relevo na meta, de 41’32’’, foi marcado pelo francês Bruno Armirail (Groupama-FDJ); que soube, escassos minutos depois, que o seu tempo havia sido batido por quatro segundos pelo colega de equipa Stefan Kung; que, por sua vez, teve o seu tempo superado em dois segundos por Tao Geoghegan Hart; também batido em um segundo pelo compatriota Geraint Thomas. Daqueles na disputa pela conquista do contrarrelógio, faltava apenas chegar Remco Evenepoel, que, já em sofrimento, tendo o mesmo registo que Geraint Thomas no terceiro ponto de cronometragem, fez das fraquezas forças e superou o rival por menos de um segundo, para vencer o contrarrelógio e voltar a envergar a maglia rosa, recuperada do corpo de Andreas Leknessund.

    A DESISTÊNCIA DE REMCO EVENEPOEL

    Poucas horas haviam passado desde a sua segunda vitória de etapa no Giro, quando Remco Evenepoel anunciou, para desconsolo próprio, da equipa e de muitos aficionados, que teria de abandonar a Volta a Itália por se encontrar infetado com o imparável vírus covid-19, que continua assim a fazer vítimas nas listas de partidas das provas velocipédicas. O líder da classificação geral e único ciclista a ter mais do que um triunfo neste Giro, deixou assim as terras transalpinas sem alcançar o seu grande objetivo, a vitória final, e passa a maglia rosa a ser vestida por Geraint Thomas. Cabe agora a Evenepoel focar-se nos restantes objetivos que traçou para esta temporada de 2023.

    A MAGLIA ROSA

    Estas últimas duas semanas de Giro vão ser certamente plenas de duelos incandescentes e emoções extremas e, para que isso aconteça, contam os principais candidatos a chegarem a Roma vestidos de rosa com etapas à altura da sua grandiosidade, nomeadamente: a etapa 13, com chegada a Crans-Montana (cujo percurso poderá ainda sofrer alterações, por causas naturais); a etapa 19, dos Tre Cime di Lavaredo; o contrarrelógio de inspirações míticas de Monte Lussari (com dúvidas também ainda quanto ao percurso final); e as etapas 14, 16 e 18.

    É verdade que, em termos de espetáculo, a prova perde (e muito) com a ausência de Remco Evenepoel, mas, com o que ainda está em jogo, com as diferenças existentes e com o perfil das etapas restantes, a existência de fogo de artifício é quase uma certeza nestas últimas duas semanas da competição. Na disputa pela Corsa Rosa, estão em pole position o duo da Ineos (Geraint Thomas, primeiro classificado, e Tao Geoghegan Hart, terceiro colocado), acompanhados de três colegas a menos de três minutos de Thomas, que podem ser utilizados como peças-chave a nível tático (Pavel Sivakov, Laurens De Plus e Thymen Arensman). A INEOS terá como principais adversários, a menos de 30 segundos de Thomas, um desenfreado Primoz Roglic e um sempre fiável “motor a diesel” João Almeida. A mais de um minuto de Thomas, num segundo plano, há que ter em conta o duo da BORA, Aleksandr Vlasov e Lennard Kamna, e o veterano Damiano Caruso (Bahrain-Victorious). Há ainda que vigiar, com mais liberdade a poder ser dada, o ex-pupilo da INEOS, Eddie Dunbar (Team Jayco AlUla); os australianos Jay Vine (UAE Team Emirates) e Jack Haig (Bahrain-Victorious); e o britânico Hugh Carthy (EF Education-EasyPost).

    A MAGLIA CICLAMINO

    À partida para o décimo dia de prova, o italiano Jonathan Milan enverga a camisola dos pontos, tendo acumulado já 113 e estando com 13 a mais do que Kaden Groves. Com 89 e 57 pontos, seguem-se Mads Pedersen e Michael Matthews, respetivamente. Dado os pontos atribuídos nas chegadas ao sprint em pelotão compacto serem mais do que aqueles que são atribuídos nos finais de etapas com maior altimetria, a disputa pela maglia ciclamino deverá estar entre os sprinters. Tendo em consideração a diferença pontual já existente entre Milan, Groves, Pedersen e Matthews e os restantes sprinters, um destes quatro deve chegar ao final da etapa 21 com a camisola roxa envergada. Poderão, eventualmente, ainda ser incluídos na disputa os puros velocistas Mark Cavendish, Fernando Gaviria e Pascal Ackermann (UAE Team Emirates), mediante a obtenção de sucessivos bons resultados.

    A MAGLIA AZZURRA

    Com tantas montanhas para serem ainda ultrapassadas neste Giro, seria ainda muito prematuro fazer uma previsão final do ciclista a envergar a camisola azul em Roma. O atual líder da classificação da montanha, o vencedor da etapa 7, Davide Bais, com 86 pontos, é indubitavelmente um dos mais sérios candidatos; tal como é o incansável aclamado francês Thibaut Pinot (Groupama-FDJ), com já 50 pontos acumulados. Há que ter igualmente em consideração o italiano Simone Petilli; o vencedor da etapa 8, Ben Healy; o vencedor da etapa 4, Aurélien Paret-Peintre; o já líder da classificação geral, Andreas Leknessund; o já conquistador da classificação da montanha na Volta à França, Warren Barguil (Team Arkéa Samsic); o jovem colombiano Santiago Buitrago (Bahrain-Victorious); o veterano Alessandro De Marchi; o regular e experiente Domenico Pozzovivo; os trepadores da Soudal-Quick Step, que deixam de ter de trabalhar para o seu líder, Remco Evenepoel, que abandonou a prova (Louis Vervaeke, Ilan Van Wilder e Jan Hirt); o neerlandês Bauke Mollema (Trek-Segafredo); o jovem transalpino Lorenzo Fortunato (EOLO-Kometa); e o colombiano Einer Rubio (Movistar Team). O lote é extenso e a este conjunto podem ainda ser acrescentados todos os ciclistas não mencionados do top 15 da classificação geral, na hipótese do ciclismo extremamente ofensivo perdurar da segunda semana até ao momentos derradeiros da terceira semana. O que é improvável é que o vencedor da classificação da montanha não acumule, no mínimo, 150 pontos até ao final do Giro, sendo este o patamar mínimo para vestir a maglia azzurra no pódio final, em Roma.

    Nota: Este artigo descreve um período de nove dias de competição (ou seja, compreende o período entre o primeiro dia de competição e o primeiro dia de descanso).

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    Miguel Monteiro
    Miguel Monteirohttp://www.bolanarede.pt
    O Miguel é um estudante universitário natural do Porto, cuja paixão pelo desporto, fomentada na infância pelos cromos de Futebol que recebia e colava nas cadernetas, considera ser algo indescritível. Espetador assíduo de uma multiplicidade de desportos, tentou também a sua sorte em algumas modalidades, sem grande sucesso, tendo encontrado agora na análise desportiva uma oportunidade para cultivar o seu amor pelo desporto e para partilhar com os demais as suas opiniões, nomeadamente de Ciclismo, modalidade pela qual nutre um carinho especial.