José Peseiro está hoje novamente na boca do mundo, mais pela sua substituição do que pelo seu bom trabalho enquanto treinador.
O ex-treinador do FC Porto ficou conhecido em Alvalade como o treinador do quase… quase ganhava tudo, mas acaba por perder tudo. No entanto, há um momento que não consigo esquecer, liderado pelo “mister” Peseiro!
Corria a época de 2004/2005 e o treinador da equipa leonina era José Peseiro. O Sporting estava a fazer uma grande época quer no campeonato nacional, quer na “antiga” Taça UEFA e tinha por adversário neste dia o forte Newcastle, que na primeira mão em Inglaterra, tinha levado de vencida a turma verde-e-branca por uma bola a zero.
Nessa partida, para complicar ainda mais, o goleador Liedson não pôde dar o seu contributo à equipa.
Começa o jogo e o Sporting vai para cima dos ingleses sem dó nem piedade. Mas, aos 20 minutos, Rui Jorge e Polga num erro defensivo permitem que Kieron Dyer marque golo para a equipa inglesa.
O Sporting não se atemoriza e continua a dar em cima do adversário, mas até ao intervalo, o melhor que conseguiu foi o empate, com o golo do romeno Marius Niculae.
Ao intervalo, Sporting estava fora da Taça UEFA com um resultado “agregado” de 1-2 para os ingleses, com a agravante que eles tinham marcado fora.
O jogo recomeça, e apesar do Sporting estar a jogar com raça, os golos não surgiam, entrámos nos últimos minutos da partida e o Sporting continuava fora das meias-finais.
Até que, aos 71 minutos, Ricardo “Coração de Leão” Sá Pinto após uma recarga a um remate de Pedro Barbosa faz o 2-1 para o Sporting. Mas os leões precisavam de mais.
Maurício Pinilla ganha um canto e na sequência deste, o “nosso” Beto, de cabeça, coloca o Sporting aos 78 minutos pela primeira vez em vantagem na eliminatória.
No entanto, os leões não ficaram por aqui e Fábio Rochemback, já após o minuto 90, aproveita um erro da defensiva do Newcastle e estabelece o resultado final: 4-1!
Foi uma das reviravoltas mais fantásticas de sempre de uma equipa portuguesa nas competições europeias.
Na eliminatória seguinte, batemos o AZ Alkmaar, com Miguel Garcia, a marcar o golo que deu a final já no último minuto.
Voltando aos dias de hoje, José Peseiro não é o culpado do estado actual do FC Porto, mas tinha que se encontrar um “bode expiatório”.
Boa sorte para o futuro, Mister!
Foto de Capa: www.megafone.blogs.sapo.pt