A seleção Portuguesa volta à ação nesta semana. Arranca a fase de qualificação para o campeonato da Europa de 2020, tendo Portugal uma dupla jornada pela frente ante a Ucrânia (sexta-feira) e a Sérvia (segunda-feira).
Ambos os jogos serão disputados no Estádio da Luz, com adversários que prometem ser “ossos duros de roer”, tal a qualidade individual que os dois conjuntos apresentam.
Antes de fazer o raio-x aos rivais, falar primeiro de Portugal. Fernando Santos tem de regresso um mega motivado Cristiano Ronaldo, nove meses após a sua última presença, tendo chamado pela primeira vez Dyego Sousa, luso-brasileiro do SC Braga que anda de pontaria afinada na Liga Portuguesa, e João Félix, que tem sido destacado em tudo o que é imprensa, sendo apontado aos “tubarões” da Europa.
É um facto que será difícil arriscar um onze inicial e até um sistema para este duplo confronto, porque provavelmente será alterado de um jogo para o outro, portanto avanço com um onze tipo para o jogo mais complicado em teoria, ou seja, com a Sérvia.
Fernando Santos deverá dar a baliza a Rui Patrício, apostando num quarteto defensivo com Cancelo, Pepe, Rúben Dias e Mário Rui. Meio campo com William Carvalho, João Moutinho, Bernardo Silva e Pizzi, com uma dupla na frente composta por Cristiano Ronaldo e André Silva. Isto caso o técnico português aposte no 4-4-2 que até tem resultado bem, havendo a possibilidade de desdobrar num 4-3-3, com Bernardo descaído à direita e com Ronaldo a partir da esquerda para o corredor central. Jogadores como Guerreiro, Félix, Semedo ou Rafa, também poderão aparecer no onze inicial em qualquer um dos dois jogos.
A primeira batalha é com a Ucrânia. A seleção orientada pela antiga estrela do futebol mundial, Andriy Shevchenko, está em fase de renovação. Na convocatória de 27 jogadores, apenas três têm idade superior a 30 anos.
É uma das gerações mais fortes do futebol ucraniano dos últimos anos, apresentando um leque de jogadores tecnicamente evoluídos e com um toque de samba trazido por Marlos e Júnior Moraes (tem mais de 20 golos oficiais esta temporada) que se naturalizaram recentemente.
Para além destes dois craques “made in Brasil”, destaco Oleksandr Zinchenko, que alinha a defesa esquerdo com regularidade numa das melhores equipas do Mundo, Manchester City FC, Viktor Kovalenko, médio ofensivo de Paulo Fonseca, Volodymyr Shepelev, extremamente elogiado por Maurizio Sarri recentemente, e Yevhen Konoplyanka, que é uma das estrelas da seleção na última década.
Normalmente, Shevchenko utiliza o 4-3-3, com Zinchenko integrado no trio do meio campo, e Kovalenko no centro do ataque (o que pode mudar com a naturalização de Júnior Moraes), o que era um completo desaproveitamento da capacidade do jovem talento ucraniano. Marlos deverá jogar pela direita e Konoplyanka pela esquerda.
Estes nomes referidos no parágrafo anterior revelam bem a qualidade de opções ofensivas que esta geração tem à sua disposição (e falta Yarmolenko, lesionado). Na baliza, existe a possibilidade do jovem Lunin, contratado e emprestado pelo Real Madrid CF, de apenas 20 anos, acabar com o reinado de Pyatov, que tem sido o dono da baliza nos últimos anos.
No global, a Ucrânia é uma seleção jovem, talentosa, com muito poderio do meio campo para a frente, a nível de velocidade, técnica e de finalização (sobretudo com Júnior Moraes), apresentando, ao contrário dos últimos anos, um quarteto defensivo mais jovem, mais veloz e com mais qualidade na saída de bola (Kacheridi e Rakitsky não foram chamados e eram a dupla mais usada no passado).