Konyaspor 1-1 SC Braga: Equipa escaldada de ganhar tem medo

    Sabia-se da necessidade de quebrar o ciclo de jogos sem marcar (nas últimas seis partidas europeias, apenas num tinha marcado na condição de visitante) para não se criarem monstros que entrassem no espectro das competições internas e sabia-se, também, da urgência em ganhar para alimentar as aspirações da passagem aos dezasseis-avos de final da Liga Europa. António Salvador e José Peseiro, presidente e treinador do Braga, admitiram-no publicamente, e, apesar de também reforçar a confiança na equipa, correram o risco de poder pressioná-la, de forma prejudicial.

    Assim parece ter acontecido. O Braga empatou na Turquia a um golo e perdeu a oportunidade de se colocar numa posição favorável para marcar presença entre os 32 finalistas da Liga Europa, mantendo o terceiro lugar do grupo, a dois pontos do Gent, ainda que continue apenas dependente de si mesmo para se qualificar.

    A pressão acima referida parece ter afectado a equipa portuguesa desde início e não fosse Baiano a negar, o golo a Baijc, a formação bracarense poderia ter entrado a perder logo aos 2 minutos. Mas o lateral-direito só adiou algo que viria a ser alcançado sete minutos depois. À passagem do nono minuto, o Konyaspor inaugurou o marcador por intermédio de Milosevic que, partindo de posição duvidosa, e servido por Sahiner, isolou-se perante Matheus, contornou-o e fez o 1-0.

    O Braga acusou o golo e permitiu que o ascendente turco se prolongasse no tempo. Sahiner ganhou posição sobre Rosic e isolou-se, mas Matheus deu o corpo a bola, num lance que parece ter dado esperança, ambição e força ao Braga para um resto de primeira parte em crescendo territorial, ainda que não tenha tido grandes consequências práticas, dada a inexistência de oportunidades de golo.

    A segunda parte conheceu uma continuidade no ascendente bracarense. A equipa ia conseguindo habitar o meio-campo contrário sem grandes dificuldades e sentia-se que seria uma questão de tempo até surgir o primeiro golo. Assim foi. Hassan concluiu da melhor maneira uma jogada pensada por Alan, que abriu na esquerda para Goiano cruzar sobre a linha de fundo e oferecer o golo ao egípcio. Estava feito o empate e o Braga ia carregando, ajudado pelo desequilíbrio posicional e emocional do seu adversário.

    Porém, parecia que a bola “tinha picos”, e nem com o nervosismo alheio foi o Braga capaz de criar situações de grande perigo junto da baliza do Konyaspor, falhando sempre algo num passe, num drible. Era um Braga que chegava bem ao último terço, mas que não concluía. Mérito, pois, para os homens do meio-campo, que amparavam as saídas contrárias e iniciavam o processo de construção ofensiva. Mauro, no primeiro capítulo, destacou-se, enquanto que Alan foi proeminente no segundo. O problema é que o capitão já tem a stamina de outrora, e à medida que foi perdendo fulgor, a equipa foi-se ressentindo. Quando saiu, para entrar Rui Fonte e o Braga passou a jogar num 4x4x2 declarado, com duas referências ofensivas, deixou de haver a tal ligação, e para amostra, em termos de oportunidades de perigo, apenas um cabeceamento de Vukcevic, por cima, após boa jogada de Pedro Santos.

    O Braga diminuía o ritmo de jogo, e, assim, crescia o Konyaspor, que deixou o aviso num remate fantástico de Meha, a obrigar Matheus a uma intervenção ainda melhor. Ficou-se por aí, pelo aviso, e ainda bem, pois os turcos foram crescendo e não se sabe o que teria acontecido se o jogo tivesse mais do que os 3 minutos de compensação dados pelo árbitro.

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