Será que vale a pena continuar com a Laver Cup?

    A primeira edição da Laver Cup ocorreu em 2017, onde a equipa da Europa venceu a equipa do Resto do Mundo. O motivo da criação desta criação é simples: pretendiam criar uma competição semelhante à Ryder Cup, torneio de golf onde a equipa dos Estados Unidos da América defronta a equipa da Europa. Agora, há uma grande diferença entre as duas competições: o vencedor é sempre o mesmo na Laver Cup, a equipa da Europa.

    É preciso realçar que a Laver Cup também trouxe dois dos momentos mais icónicos do Ténis: o momento em que, pela primeira vez, Roger Federer e Rafael Nadal foram parceiros de duplas, em 2017, num encontro frenético, e quando tanto Federer e Nadal jogavam individualmente em 2019 e o que ficava de fora dava dicas ao companheiro. Afinal, os melhores sempre aprendem algo todos os dias.

    Agora, tendo em conta que é um torneio recente, podia-se dar mais oportunidades à competição, mas está muito desnivelada. 2019 foi o ano em que o Resto do Mundo esteve próximo de ganhar, porém acabou por perder 13-11. Quando há possibilidade de se ter Rafael Nadal, Roger Federer e Novak Djokovic na mesma equipa, obviamente que há um claríssimo favorito, apesar desse trio ainda nunca ter acontecido.

    Não houve a Laver Cup no ano passado devido à pandemia da Covid-19, mas houve este ano e foi a edição mais desnivelada. A Europa voltou a ganhar a Laver Cup, com um resultado 14-1! A única vitória do Resto do Mundo, neste ano, foi num jogo de duplas, onde Denis Shapovalov e John Isner derrotaram Matteo Berrettini e Alexander Zverev.

    O mais impressionante é que, este ano, a Europa não contou com nenhum membro do Big Three! E pela primeira vez na história da competição, a equipa Europa apenas contava com jogadores no top 10 do ranking ATP: Daniil Medvedev (2), Stefanos Tsitsipas (3), Alexander Zverev (4), Andrey Rublev (5), Matteo Berrettini (7) e Casper Ruud (10). Por outro lado, pela terceira vez, o Resto do Mundo não tinha qualquer tenista no top 10: Félix Auger-Aliassime (11), Denis Shapovalov (12), Diego Schwartzman (15), Reilly Opelka (19), John Isner (22) e Nick Kyrgios (95).

    Um recorde que foi batido na edição deste ano foi que, pela primeira vez na história da competição, houve um set que terminou 6-0, onde Daniil Medvedev derrotou Dennis Shapovalov por 6-4 e 6-0.

    Até ao momento, o melhor jogador da equipa do Resto do Mundo tem sido um tenista que normalmente é usado nos jogos de duplas, Jack Sock. É o tenista com mais vitórias nas duplas e tem sido dos poucos pontos positivos da equipa liderada por John McEnroe.

    Já a Europa, tem tido vários jogadores nos últimos anos, mas há um tenista que se destaca: Alexander Zverev. O alemão foi o único tenista europeu que participou nas quarta edições e é o único que venceu todas. Além disso, a par de Roger Federer e Jack Sock, são os tenistas com mais vitórias em jogos (8) e é o tenista com o melhor rácio de vitórias na competição: 73%, tal como Roger Federer.

    Um ponto interessante da competição são os treinadores. O Resto do Mundo é liderado por John McEnroe e a Europa é liderado por Bjorn Borg. Curiosidade? Ambos eram rivais nos seus tempos de glória dentro das quadras. Para os fãs mais antigos da modalidade, deve ser um dos melhores momentos do ano!

    O formato da Laver Cup precisa de ser alterado, se isso não acontecer, mais vale dar por terminado. Apesar da equipa do Resto do Mundo ter um maior leque de tenistas possíveis, a equipa nunca levou a melhor sobre uma equipa que conta apenas com tenistas de um continente, apesar desse continente ser o melhor na modalidade. Há uma clara diferença entre as duas equipas. Agora, o que ainda falta fazer à equipa da Europa é ter Djokovic, Federer e Nadal na mesma equipa e voltar a ver Nadal e Federer na mesma equipa de duplas.

    Foto de Capa: Laver Cup

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    Filipe Torres
    Filipe Torreshttp://www.bolanarede.pt
    O Filipe saiu da Ilha de São Miguel, nos Açores, para tirar a Licenciatura de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Desde criança que é adepto de Futebol, tendo já sido árbitro. Para além do "desporto-rei", o Filipe também é apaixonado por Basquetebol e não falha no acompanhamento de Wrestling.