Quarta-feira, 16 de abril de 2008. À primeira vista esta data passa por despercebida aos adeptos sportinguistas, porém, quando se diz que é o dia do “5-3 ao Benfica” a memória logo acorda e traz à cabeça aquele que foi, muito provavelmente, o melhor derby dos últimos anos.
Lembro-me de tudo como se fosse hoje. Tinha oito anos e via, pela televisão, estádio de Alvalade a receber a meia final da Taça e Portugal com um ambiente único: uma noite de quarta-feira chuvosa acabaria mesmo por me ficar na memória.
Tinha oito anos e o meu pai ‘zangava-se’ sempre comigo quando da minha boca saía, digamos, uma palavra menos bonita. Todavia, nesse dia tinha uma justificação mais do que válida para não me portar tão bem. A justificação? A miserável primeira parte do Sporting.
Os então comandados por Paulo Bento perdiam, em casa e frente ao eterno rival, por duas bolas à passagem da meia hora (golos de Rui Costa e de Nuno Gomes). Com uma primeira parte completamente miserável, já com uma desvantagem por duas bolas ao intervalo, e com um Benfica bastante superior, não se avizinhava nada de positivo para o emblema do Sporting.
Ainda na primeira (aos 35 minutos de jogo), Paulo Bento substituíra Adrien Silva por Marat Izmailov, contudo, foi a entrada de Derlei aos 61 minutos que veio ‘agitar a partida’.
Já depois de João Moutinho ter enviado uma bola à barra, o então prodígio Yannick Djaló fez o primeiro dos ‘leões’. Após um trabalho fantástico do montenegrino Simon Vukčević, que deixou um defesa por terra, o avançado português apareceu na pequena área e atirou a contar.
Oito minutos depois, e já depois de Quim ter impedido o golo dos homens de Paulo Bento por duas vezes, o mítico Liedson repôs a igualdade no marcador. Após um cruzamento de João Moutinho, o ‘levezinho’ puxou do pé direito e provou do seu prato preferido, claro está, o Benfica. Estava feito o empate!
Três minutos depois, aos 79, o marcador voltou a funcionar. Após uma grande jogada dos homens de Alvalade, Derlei apareceu completamente isolado e bateu Quim. O avançado brasileiro, que tinha estado no Benfica na época passado, tinha voltado de uma grave lesão de seis meses e levou Alvalade à loucura. “Que bonito é!”, dizia Hélder Conduto. O Sporting estava assim na frente do marcador pela primeira vez e o vulcão verde e branco entrava em erupção.
Passados três minutos, Cristián Rodríguez veio gelar Alvalade. Após um ressalto, a bola apareceu à entrada da área e o ‘Cebola’ desferiu um potente remate e não deu hipóteses a Rui Patrício. Os homens de Chalana empatavam a partida a apenas nove minutos do fim da partida.
Contudo, o melhor ficou mesmo para o fim. Aos 84 minutos, Yannick Djaló fez magia. Do meio da rua, o avançado atirou forte, não deu hipóteses a Quim e fez, de novo, aumentar os decibéis em Alvalade.
O jogo estava mais do que incerto e foi Simon Vukčević quem selou o resultado da partida. Após um cruzamento largo de Miguel Veloso, e já nos descontos, o montenegrino fez também ele magia: com o pé esquerdo, num remate artístico, atirou ao poste mais distante e ‘matou’ a partida.
O Sporting estava assim na final da Taça de Portugal após ter batido o eterno rival por 5-3 num jogo eletrizante e que ficará para sempre na memória dos sportinguistas.
Foto de Capa: Youtube
artigo revisto por: Ana Ferreira