Mundiais de Atletismo – Guia para Doha 2019 #2: Aqueles que ambicionam o topo do Mundo

    Já apresentámos a armada portuguesa que vai representar o nosso país em Doha e, hoje, falamos dos diversos eventos nos Mundiais de Atletismo. Seja bem-vindo ao Guia Doha 2019 – parte 2!

    OS EVENTOS

    Masculino

    100 METROS

    São os primeiros Mundiais sem Usain Bolt e isso por si só já afetaria esta prova, mas há mais… Andre de Grasse (CAN) e Yohan Blake (JAM) são nomes entusiasmantes, mas não parecem com capacidade atual para levar o Ouro, depois das lesões que por tanto tempo os têm atormentado. Para piorar a situação, a grande estrela atual Christian Coleman (USA) ,que já bateu o recorde mundial de 60 metros, esteve envolvido num caso relacionado com o sistema antidopagem e apenas escapou a uma sanção na secretaria.

    Ainda assim, é o claro favorito, mas para tal terá que bater o campeão mundial, e nada menos polémico, Justin Gatlin (USA), o campeão europeu Zharnel Hughes (GBR) e fortes atletas como o sul-africano Akani Simbine (campeão da Commonwealth) ou o nigeriano Divine Oduduru (o segundo mais rápido em 2019, com 9.86s, mas que deverá pagar a fatura da longa temporada universitária norte-americana). Da Ásia, Sani Brown (JPN) e Zhenye Xie (CHI) podem vir a surpreender.

    200 METROS

    Em 2017, já sem Bolt (apenas fez os 100), a prova foi surpreendentemente vencida por Ramil Guliyev (TUR). O turco por Doha também estará presente, mas será difícil contrariar o absoluto favoritismo de Noah Lyles (USA), que tem sido rei e senhor da prova durante os últimos dois anos. O seu recorde pessoal de 19.50s já o coloca como o quarto mais rápido da história e vai a Doha à procura de melhorar essa marca. Jereem Richards, (TTO) que recebeu o bronze há dois anos, estará também presente. No entanto,  quem poderá também entrar no pódio um dos atletas que dobrará distâncias, fazendo 100 e 200m.  Entre eles constam nomes como Christian Coleman (USA), Andre de Grasse (CAN), Yohan Blake (JAM) ou Divine Oduduru (NIG).

    400 METROS

    Tal como já se previa, o recordista mundial, também campeão mundial e olímpico, Wayde van Niekerk (RSA), não estará presente e todas as atenções estarão centradas no duelo entre Michael Norman (USA) e Fred Kerley (USA), que deverão garantir que o evento volte para mãos americanas. Norman já correu em incríveis 43.45s este ano, marca que o colocou como quarto melhor de sempre e tem levado várias vezes a melhor sobre Kerley, incluindo na final da Diamond League deste ano. No entanto, Kerley surpreendeu nos Nacionais norte-americanos ao vencer em 43.64s, um novo recorde pessoal, subindo a sétimo mundial.

    São estes os grandes favoritos, mas retirar Steven Gardiner, das Bahamas, ( que regressou de lesão em 44.14s, correndo em 43.87s como recorde pessoal) ou Akeem Bloomfield (jamaicano que no ano passado correu em 43.94s) da equação pode ser arriscado.
    Atenção ao regresso do grande Kirani James (GRN), que com uma aparição surpresa no meeting de Andújar garantiu o apuramento, bem como a curiosidade de vermos duas das maiores estrelas dos 400m barreiras inscritas: Karsten Warholm (NOR) e Abderrahman Samba (QAT).

    800 METROS

    Mais uma vez sem Rudisha (será que algum dia volta?), a prova tem, no entanto, subido de nível no geral, com vários atletas a aproximarem-se do recorde do astro queniano. Um deles é Nijel Amos (BOT) que irá procurar voltar a entrar na casa do 1:41 para levar o Ouro. O Quénia também estará, claro, muito bem representado, com Ferguson Rotich Cheruiyot e Emmanuel Korir (ainda que não tenha, até agora, dado seguimento a um extraordinário 2018) a terem honras de favoritos também.

    O campeão Pierre-Ambroise Bosse (FRA) estará presente, mas não parece que desta vez consiga surpreender. Da Europa, entre os maiores nomes, constam ainda Amel Tuka (BIH) ou Adam Kszczot (POL), mas um dos prediletos chega dos EUA: Donavan Brazier já correu este ano em 1:42.70 e foi com esse tempo que venceu a Diamond League, com uma ponta final demolidora. Conseguirão os norte-americanos obter um Ouro num evento em que nunca o conseguiram em Mundiais?

    1.500 METROS

    Elijah Manangoi (KEN) não recuperou da lesão, mas já poucos eram os que consideravam o campeão mundial como o mais favorito ao Ouro em Doha. Essa honra (ou responsabilidade) pertence a Timothy Cheruiyot (KEN) que tem protagonizado duas excelentes temporadas, praticamente imbatível no circuito. Foi o único abaixo dos 3.30s este ano e subiu a sétimo mais rápido de sempre.

    Os outros lugares do pódio estarão em aberto (quem sabe, com uma ameaça ao Ouro), para alguns favoritos entre os africanos, como Ronald Musagala (UGA), Samuel Tefera (ETH) ou Abdelaati Iguider (MOR), todos à procura de melhorar os seus recordes pessoais.

    Entre os europeus, Marcin Lewandowski (POL) pode sempre surpreender e atenção, claro, aos irmãos Ingebrigtsen. Filip foi o terceiro em Londres e continua em excelente forma (no ano passado bateu o recorde nacional) e Jakob, a grande promessa europeia, é o segundo mais rápido em 2019, logo, é favorito a um lugar do pódio. Apesar dos seus 19 anos, feitos há poucos dias, o jovem já provou que se bate com qualquer um em pista.

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.