Nick Newell: Sonhar para fazer a diferença

    Nick Newell. Não, este não é o nome do próximo adversário de Conor McGregor (pelo menos para já. Nick, nem sequer está, ainda, no leque de atletas que integra o UFC, mas Nick é a prova de que nunca se deve abdicar de um sonho sem dar e sem ir à luta.

    Atualmente com 32 anos, Nick é um alteta de MMA singular e invulgar. Desde logo, porque nasceu com uma amputação congénita no antebraço esquerdo. Não, não leram mal, Nick é um atleta de mma, um desporto que integra vertentes de combate em pé e no chão, um desporto de muito e intenso contacto.

    O alteta norte-americano tem um background em wrestling, não sendo por isso de estranhar que a maioria das suas vitórias tenham sido por submissão, mas já la vamos. 

    Nick (direita) disputou o título com Justin Gaethje
    Fonte: WSOF

    Esta semana soube-se que Nick terá a possibilidade de conquistar um contrato com a maior promotora de eventos de mma, a organização UFC.  Poderão pensar que se trata apenas de mais uma manobra de marketing – como a inclusão de CM Punk – ao colocar um atleta com uma incapacidade física evidente a competir com os mais preparados atletas do mundo da mma. No entanto, e se olharmos por breves instantes para o seu percurso, teremos poucas dificuldades em colocar um firme ponto final neste nosso preconceito. 

    Como disse, o record de Nick fala por si: 16 vitórias (sendo que 11 delas foram obtidas por submissão) e apenas uma derrota na carreira. Em 2012 tornou-se campeão na organização Xtreme Fighting Championships (XFC) e no ano seguinte assinou contrato com a World Series of Fighting (WSOF). Em 2014, a primeira e única derrota da carreira frente ao então campeão e agora estrela do UFC, Justin Gaethje. Aliás, e de acordo com uma notícia da ESPN, Justin terá sugerido o nome de Nick aos responsáveis do UFC.

    Nick Newell na pesagem
    Fonte: WSOF

    Esta é a oportunidade pela qual Nick tanto esperou e lutou. Primeiro, foi a luta contra o preconceito e desconfiança. Depois, o mais fácil, lutar contra os seus adversários e provar no octógono que tinha condições para estar à altura dos seus sonhos.

    Este verão, Nick estará presente numa série de combates em Las Vegas, sendo que Dana White e os responsáveis do UFC irão atribuir pelo menos um contrato a um dos atletas no cartaz. “I want to thank Dana White, Sean Shelby and Mick Maynard for believing in me and giving me a shot (…) I still have to go out there and deliver. I’m grateful for the opportunity” referiu Nick a Ariel Helwani, do MMA Fighting.

    Nick terá de lutar, como sempre fez, pelo seu sonho. A entrada no UFC não será certamente fácil, uma vez que o nível competitivo é bastante superior em comparação com as organizações nas quais Nick teve a oportunidade de lutar. Se isso será suficiente para travar o seu sonho? Olhando para o seu percurso, tenho dúvidas.

    Quem está com ele?

    Nota: As múltiplas referências ao nome Nick foram utilizadas pelo autor como forma de homenagem.

    Foto de Capa: WSOF

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    João Pedro Chitas
    João Pedro Chitashttp://www.bolanarede.pt
    Amante, praticante e obcecado por Artes-Marciais. Acredita que a UFC foi a melhor coisa que aconteceu no desporto depois do ouro de Carlos Lopes.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.