Infelizmente, tudo o que é bom, eventualmente, terá um fim. Acaba por ser com esse espírito que encaro a saída iminente do nosso capitão Hector Herrera. O jogador que, recentemente, teve a honra de ultrapassar o record de El Comandante, Lucho González, no que diz respeito ao número de jogos com a camisola azul e branca, não mais pisará o relvado do Estádio do Dragão, na condição de visitado, na época que se avizinha.
Honestamente, considero um erro tremendo permitir a saída do mexicano nesta fase específica, ainda mais se atentarmos às especificidades, nomeadamente, as financeiras: nesta vertente, o retorno que o FC Porto terá com este jogador é um gigante zero, uma vez que termina o seu contrato a 30 de junho e é livre para assinar por qualquer clube. Não é só por isso, todavia, que considero um erro crasso esta saída: se adicionarmos a Herrera o dossier Brahimi, que, ao que tudo indica, abandonará também o clube no final da época a custo zero, quebramos boa parte da espinha dorsal deste FC Porto.
Porém, o quebrar, por si só, não seria algo tão impactante, negativamente, se houvesse a devida reposição. O “se” aqui é muitíssimo importante, porque transmite a ideia de condição. “Se” o FC Porto receber jogadores de nível equivalente para as posições de Herrera e Brahimi, a equipa não sentiria de forma tão vincada a saída de ambos os jogadores. Mas, sejamos realistas: será muito difícil para Pinto da Costa encontrar substitutos à altura, ainda mais com as nossas “condicionantes financeiras”. O melhor, provavelmente, seria começar já a procurar para os lados de Portimão, não acha Presidente?
Bom, ironias à parte, que cenário traço ao FC Porto versão 2019/20? Traço o mesmo cenário que traçaria no início da época passada ou da presente temporada: acabamos por ser, de certa forma, underdogs. Não underdogs nível SC Braga, mas não partiremos como principais favoritos para a conquista do título, em condições normais. Nova época, nova “batata quente” nas mãos de Sérgio Conceição: sem o homem do leme, o barco expõe-se ainda mais às tempestades.
Foto de Capa: FC Porto
artigo revisto por: Ana Ferreira