Paris Saint-Germain FC 1-3 Manchester United FC: VAR, Rashford, Lukaku e um final de loucos no Parc des Princes

    A segunda mão do duelo entre parisienses e ingleses foi uma ode ao Futebol, num jogo emocionante que acabou com uma reviravolta inesperada ao cair do pano, continuando o conto de fadas de Solskjaer à frente dos Red Devils, mas já lá vamos.

    Três semanas depois da derrota na primeira mão, o técnico do United foi obrigado a fazer cinco alterações no onze, com o suspenso Pogba e os lesionados Lingard, Herrera, Matic e Martial a ficarem de fora, sendo substituídos por Andreas Pereira, Smalling, Fred, Lukaku e Scott McTominay. Já Thomas Tuchel lançou os mesmos jogadores que bateram os ingleses em pleno Old Trafford.

    O jogo abriu logo com Lukaku a gelar o Parc des Princes, quando um mau atraso de Kehrer para Thiago Silva foi interceptado pelo internacional belga, que ultrapassou Buffon e desviou para o fundo da baliza, deixando Thomas Tuchel à beira de um ataque de nervos e a eliminatória presa por um golo.

    Recomposto do desastroso início, o PSG passou a jogar no meio-campo do Manchester United, com Mbappé a ameaçar, aos sete minutos, com um remate dentro da área, bloqueado por um defesa. O golo madrugador pouco incomodou os parisienses, e aos 12 minutos a igualdade foi restabelecida, com Mbappé a aparecer nas costas da defesa do United e a dar rasteiro para o segundo poste, onde Bernat apareceu a encostar para o empate.

    Os parisienses não deixavam os Red Devils respirarem e Bernat quase bisou quando Mbappé voltou a oferecer a bola ao segundo poste, com o espanhol a ver o compatriota De Gea a fazer a mancha.

    Seguiu-se um remate de fora da área de Di Maria, cheio de perigo, que passou ligeiramente ao lado da baliza, mas o golpe de teatro seria dado pelos britânicos.

    Já diziam os antigos que quem não marca, sofre, e o PSG acabou castigado severamente pelo próprio desperdício.

    Primeiro, Kehrer escorregou e Rashford apareceu lançado na esquerda, mas o jovem inglês acabou por fazer um remate desenquadrado, mas que deu o mote para, aos 30 minutos, a vantagem voltar a ser dos homens de Solskjaer: Rashford chutou de fora da área, Buffon não segurou a bola e Lukaku, no sítio certo, fez o golo que quebrou o empate, perante um raro “frango” do veterano guarda-redes italiano.

    O primeiro tempo estava eletrizante e ainda houve tempo para mais uma oportunidade para o Manchester United, com o português Diogo Dalot, que substituiu o lesionado Eric Bailly, a fazer uma boa jogada individual pela direita e a cruzar rasteiro para a área, onde surgiu o desvio de um defesa francês, mas Buffon estava atento e o intervalo chegou com a vantagem pela margem mínima do United, com tudo em aberto para a segunda parte, que prometia bom futebol.

    Lukaku gelou o Parc des Princes logo aos 2 minutos, aproveitando um mau atraso de Kehrer
    Fonte: UEFA

    Com os mesmos onzes a surgirem para o segundo tempo, o Paris SG voltou a aparecer mais atrevido no meio-campo adversário, enquanto o Manchester United continuava a tentar aproveitar a linha de três defesas muito subida dos parisienses para surpreender com bolas nas costas.

    No entanto, as duas equipas pareciam preparadas para anular o adversário, e a primeira oportunidade a surgir apenas aos 56 minutos, com Di Maria a aparecer nas costas da defesa inglesa e a picar sobre De Gea para golo, logo anulado – e bem – por fora de jogo do argentino.

    Infelizmente para os adeptos, as oportunidades escassearam ao longo da etapa complementar, com os contra-ataques do United a surtirem pouco efeito, enquanto as investidas ofensivas do Paris Saint-Germain eram despachadas pela defesa inglesa. Aos 70 minutos, Tuchel aproveitou uma lesão muscular de Julian Draxler para tirar o desastrado Kehrer e lançar Thomas Meunier, enquanto Leandro Paredes substituiu o médio alemão e deixou os parisienses a jogar com cinco defesas, numa tentativa de segurar a vantagem.

    Numa autêntica inversão de papéis, os comandados de Solskjaer passaram a jogar mais no meio-campo do Paris SG, enquanto a equipa da casa partia mais para o contra-ataque, mas foi preciso esperar pelos 82 minutos para aparecer a primeira oportunidade de real perigo. Meunier fez um remate cruzado dentro da área, mas De Gea, atento, defendeu a bola.

    Logo no minuto seguinte, Mbappé desperdiçou a grande oportunidade para sentenciar a eliminatória, aparecendo na cara de De Gea, sozinho, mas não conseguiu ultrapassar o guardião espanhol, enquanto Meunier, na recarga, atirou ao poste.

    Os últimos minutos prometiam ser de loucos e, aos 90 minutos, o árbitro foi ao VAR rever um lance na área do PSG e acabou por assinalar grande penalidade a favor do United por braço na bola de Kimpembe. Com os nervos à flor da pele, viu-se um duelo de gerações na grande área, com o jovem Rashford no frente a frente com o veterano Buffon. O internacional inglês atirou para a esquerda, e o histórico italiano ainda acertou no lado, mas o esférico acabou mesmo por entrar na baliza, dando a volta à eliminatória.

    Com Neymar nas bancadas, completamente abismado, o PSG ainda tentou pressionar nos nove minutos de compensação que surgiram. Desesperado, Thomas Tuchel lançou Cavani, mas a vitória não fugiu aos Red Devils, que gelaram o Parc des Princes e deram uma reviravolta épica à eliminatória, seguindo para os quartos-de-final da Liga dos Campeões.

     

    ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES:

    Paris Saint-Germain FC: G. Buffon, T. Kehrer (L. Paredes, 70’), T. Silva, P. Kimpembe, J. Bernat, Marquinhos, M. Verratti, A. Di Maria, J. Draxler (T. Meunier, 70’), D. Alves (E. Cavani, 90’+5), K. Mbappé.

    Manchester United FC: D. De Gea, V. Lindelof, E. Bailly (D. Dalot, 35’), C. Smalling, L. Shaw, A. Young (M. Greenwood, 87’), S. McTominay, Fred, A. Pereira (T. Chong, 80’), M. Rashford, R. Lukaku.

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    João Reis
    João Reishttp://www.bolanarede.pt
    Desde de 1993 que a cor que lhe corre nas veias é vermelha e branca! Quando era mais novo, chegou a jogar no clube rival de Lisboa, mas nunca escondeu que o seu grande amor era o Glorioso. Tem uma enorme admiração pelo Liverpool FC. Gostava de um dia ir a Anfield Road e cantar bem alto a canção que imortalizou os Gerry & The Pacemakers: "You'll Never Walk Alone!" A dar os primeiros passos como treinador de futebol, o seu maior sonho é treinar o clube de coração e alma, o Sport Lisboa e Benfica.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.