Parma Calcio 1913| O renascimento de um histórico italiano

    Da glória europeia à falência, renasceu um clube histórico em Itália. O Parma Calcio 1913 é um exemplo de como a má gestão financeira arruinou um clube, atirando-o para a quarta divisão italiana, e de como o emblema recuperou de forma soberba. Regressou aos palcos principais do campeonato italiano na época passada e terminou em 14.º lugar. Na presente temporada ocupa a confortável nona posição.

    O Parma foi fundado em 1913, originalmente como Parma Associazione Calcio. Em 2004, altura em que se registou a primeira falência do clube, o nome foi alterado para Parma Football Club. Em 2015, após a segunda falência, obteve o nome de Parma Calcio 1913, que se mantém até aos dias de hoje.

    Em 2015, os “Giallo Blu” atravessavam o pior momento da sua história. A prestação da equipa no campeonato estava a ser desastrosa e no campo financeiro o cenário repetia-se. O clube acabou por declarar falência e ser fundado novamente, descendo até à Serie D, que corresponde à quarta divisão do futebol italiano. De forma surpreendente, um clube histórico como o Parma teve a recuperação merecida. Até ao regresso ao topo do futebol italiano passaram-se três épocas e o mesmo número de subidas de divisão.

    Esta não havia sido a primeira falência do clube. Em 2004, o Parma passou por um processo semelhante, mas não foi castigado com descida imediata de divisão. Todavia, os maus resultados na época 2007/2008 resultaram num 19.º posto na tabela classificativa, e consequente descida de divisão. No entanto, na época seguinte voltaria a estar no primeiro escalão do futebol transalpino.

    Os anos de maior sucesso dos “Giallo Blu” deram-se na década de 1990 e início da década de 2000. Os anos dourados do Parma começaram em 1991/92, com a conquista da Taça de Itália. O clube voltaria a conquistar este troféu nas épocas 1998/99 e 2001/2002. Em Itália, apenas conquistou mais um título de relevo, a Supertaça em 1999/00. A nível europeu, venceu a Taça das Taças em 1992/93, ganhou a Supertaça da UEFA em 1993/94 e conquistou por duas ocasiões a Liga Europa (1994/95 e 1998/99). O Parma nunca conquistou o troféu de campeão de Itália, mas alcançou a segunda posição em 1996/97.

    Nos anos 90, o Parma tinha um plantel com nomes que marcaram gerações. Na baliza é o caso de Cláudio Taffarel e Gianluigi Buffon, que se formou e estreou como profissional no clube. Outros jogadores também colocaram o seu nome na história do clube, como Gianfranco Zola, os irmãos Fabio e Paolo Cannavaro, “Pippo” Inzaghi, Stoichkov, Lilian Thuram, Hernán Crespo, Verón, Alberto Gilardino, entre outros.

    Alessandro Lucarelli é uma das grandes figuras do clube e um dos nomes mais importantes do passado recente do Parma. Transferiu-se para o Parma em 2008/2009, quando o clube militava no segundo escalão. Apenas saiu do clube após garantir a subida à primeira divisão em 2018, aos 40 anos de idade, acabando a carreira nessa época. O antigo capitão dos “Giallo Blu” não representou o Parma no grande regresso ao topo do futebol italiano.

    Pelo emblema italiano passaram alguns internacionais portugueses. Na melhor fase do clube, jogaram lá Fernando Couto, Sérgio Conceição e Paulo Sousa. Posteriormente, Danilo Pereira, o defesa Pedro Mendes e Silvestre Varela vestiram a camisola do Parma. Atualmente, Bruno Alves é o único jogador português no clube, transferindo-se o ano passado e sendo o atual capitão.

    O mundo do futebol dá muitas voltas e o Parma é um exemplo disso mesmo. Mas, apesar de tudo o que se passou no clube, este emblema histórico foi capaz de “dar a volta” ao resultado e realizar uma reviravolta fantástica, de regresso ao primeiro escalão do futebol italiano.

    Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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    Diogo Mimoso Ferreira
    Diogo Mimoso Ferreirahttp://www.bolanarede.pt
    Adepto desde muito jovem de bom futebol disputado dentro das 4 linhas, desde o Tiki-taka ao catenaccio. Saiu do litoral e estuda na Beira interior, tentando cumprir o seu sonho desde criança: Comentar e analisar futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.