Pequenos prazeres ontem para um futuro promissor amanhã

    sob o signo mozos

    Caros adeptos de futebol,

    Sei que este meu espaço semanal se insere na secção de Sporting do Bola na Rede e que, precisamente por isso, muitos de vocês não devem ler os meus textos sobre o meu clube de coração regularmente. No entanto, nunca escrevi exclusivamente para sportinguistas, mas sim para toda uma nação de apreciadores de futebol. Os assuntos foram diversos mas todos eles respeitavam o tema base: o Sporting Clube de Portugal. Neste sentido e à partida este artigo que presentemente escrevo em nada é diferente dos outros, mas fiz questão de fazer esta pequena introdução para tentar sensibilizar alguns leitores mais desconfiados. O texto será sobre o meu clube – não vos engano! – mas tenho esperança de que, de alguma forma, se possam sentir identificados com o que aqui vou redigir.

    Muitos pequenos prazeres me deu a vitória de ontem contra o Schalke 04: alguns deles mais pessoais, outros mais genéricos. Comecemos pelos mais gerais. Não só graças ao Sporting mas também aos outros dois grandes, Portugal passou a Itália no Ranking da UEFA. Não sendo um adepto que torça pela vitória dos meus rivais quando estes jogam em competições europeias – espero que os leitores mais desconfiados não me abandonem já! –, fico contente por ver o futebol português, aquele futebol pobrezinho em que ninguém quer investir e em que os grandes clubes apresentam orçamentos anuais muito longe das centenas de milhar, no topo deste ranking ao pé de ligas tão competitivas como a alemã ou a inglesa. E não só fico contente como sinto que o meu clube de coração de alguma forma contribuiu para essa distinção, o que me deixa algo orgulhoso.

    Mas vejamos outros prazeres: o Sporting tinha sido escandalosamente prejudicado no já tão falado jogo contra o Schalke 04 na Alemanha – e não me quero alongar neste assunto por estar à vista de todos e já ser um tópico demasiado abordado nas últimas semanas – após ter realizado uma remontada a roçar o épico e que o teria sido se o árbitro russo assim o tivesse deixado: havia, portanto, uma clara necessidade de fazer justiça dentro daquilo que ainda se poderia alcançar; o clube de Alvalade não ganhava para a mais importante competição europeia desde 2008, o que aumentava a necessidade de chegar à vitória; os três pontos supunham a continuidade da luta pelo apuramento para os oitavos-de-final da Champions League; e, a juntar a isto, a necessidade de dar uma resposta positiva à derrota sofrida no jogo da passada jornada em Guimarães, que tanta tinta fez correr, questionando se este Sporting conseguiria continuar a practicar o bom futebol que tinha practicado até então e se seria um verdadeiro candidato ao título.

    A raça tem sido um factor determinante para conquistar adeptos de todos os quadrantes
    A raça tem sido um factor determinante para conquistar adeptos de todos os quadrantes 

    Concordarão comigo, caros leitores, se vos disser que a vitória no jogo de ontem era mais do que necessária para qualquer adepto sportinguista: era obrigatória.

    Mas perguntar-se-ão os meus fiéis leitores que não são sportinguistas – e digo fiéis porque ao fim de 500 palavras e 3000 caracteres ainda não me abandonaram – por que razão continuam a ler este texto com o qual ainda não se conseguiram identificar. Pois bem, é certo que o presente artigo descreveu até agora o porquê de qualquer adepto do clube de Alvalade se poder sentir orgulhoso e satisfeito com uma simples vitória no jogo de ontem, mas ele foi a prova de que o Sporting está de volta, e isso deve deixar orgulhoso qualquer apreciador de bom futebol.

    Os três grandes com a máxima força no campeonato português enriquecem o nosso futebol. Ninguém pode negar. E este Sporting não apresenta só qualidade a nível de jogo, apresenta uma raça, um querer e uma entrega como há muito não se via. Não sei se deve ao facto de conseguir introduzir facilmente oito jogadores portugueses no 11 inicial, mas que isso é um factor que ajuda disso não duvido. Jogos como os de ontem, como o jogo em casa do Schalke, como os jogos na Luz e no Dragão provam que o desaire de Guimarães não foi nada mais que isso mesmo, um pequeno percalço que veio serenar os ânimos mas que a vitória de ontem ajudou a esquecer. O Sporting está forte em todas as competições, joga muito bom futebol – continua a ser para mim o melhor futebol a ser practcado em Portugal –, impõe respeito e não subestima adversários, mantendo uma humildade que a qualquer um dignifica. Este é o nosso Sporting. Não só de todos os sportinguistas mas de todos os apreciadores de bom futebol.

    PS: Ah! É verdade! Há ainda um último pequeno prazer que a vitória de ontem me deu: o facto de termos derrotado categoricamente uma equipa alemã. Pessoalmente, tem um sabor especial pois sinto que conseguimos servir uma pequena vingança ao país de origem deste clube, que é governado por uma senhora que responde pelo nome de Merkel e que tanto nos tem feito sofrer e que tantos direitos honestamente conquistados nos tem retirado. Pode ser algo mesquinho e com pouco valor? Sem dúvida. Mas as entidades que se encontram no campo certo para responder honrosamente a este problema têm sido sucessivamente incompetentes. Como tal, e ainda que futebolisticamente, permitam-me (mais) saborear este pequeno prazer.

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    José Pedro Mozos
    José Pedro Mozos
    O Zé Pedro nasceu um dia sob o signo do leão, assim como uma das suas maiores paixões: O Sporting. Desde aí que o seu percurso tem sido traçado a verde-e-branco. Vibrou com os grandes triunfos e sofreu com os desaires, mas nunca deixou de apoiar o clube leonino. Escrever para este site é só uma das muitas formas de expressar aquilo que sente pelo Sporting.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.