Preparação da nova época | FC Porto

    Já é público que Sérgio Conceição agendou o regresso aos trabalhos da equipa principal para dia 1 de julho. Portanto, a menos de um mês do arranque da nova (pré) época, importa fazer um ponto de situação sobre o plantel do FC Porto e as carências que este tem ou poderá vir a ter (por força da castração do mercado de transferências) e quais as posições que se encontram, à data, mais apetrechadas.

    Começando pela baliza começa a ficar claro que um de dois cenários acabará por suceder. O primeiro, o mais provável, será Diogo Costa continuar a sua afirmação de azul e branco por mais uma ou duas épocas, antes de se transferir para um colosso e Marchesín, que dificilmente aceitará mais uma temporada na sombra, procurar novo clube, com o mercado latino-americano a figurar-se como destino mais provável.

    Também possível, mas menos provável, será a possibilidade de Diogo Costa sair já neste defeso e Marchesín reassumir o estatuto de número um da baliza portista. Em todo o caso, não deverá haver necessidade de ida ao mercado. Cláudio Ramos pode e deve subir um lugar na hierarquia e Meixedo (ou outro guarda-redes das camadas jovens) completará o ramalhete.

    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Avançamos, então, para a linha defensiva. Na lateral direita, João Mário deverá permanecer no plantel e a recuperação definitiva de Manafá poderá dispensar uma ida ao mercado. Aqui depende muito daquela que será a expectativa e ambição do clube. Manafá já provou que, apesar das suas limitações pode cumprir para consumo interno e João Mário, que acabou por fazer uma boa temporada, ainda não deu o salto qualitativo que se acreditava poder dar para se afirmar como um lateral de craveira internacional.

    Não esquecer, também, o nome de Tomás Esteves que, no entanto, parece não contar para Sérgio Conceição e, principalmente, para a administração da SAD.

    No lado esquerdo, a história repete-se. Wendell, que não confirmou os créditos que trazia do Futebol alemão, poderá manter-se no plantel, tal como Zaidu que, apesar de herói do título, mantém intactas as gritantes lacunas técnicas que lhe são sobejamente reconhecidas. Dependerá muito do clube e da ideia do treinador qual o caminho a seguir, sendo que são duas posições que, apesar de preenchidas, carecem de qualidade superior.

    O eixo central da defesa poderá ser o setor com mais mexidas. Já são praticamente certas as saídas de Mbemba e Marcano, sobrando Pepe, do alto dos seus quase 40 anos, e Fábio Cardoso. E falta, ainda, perceber quais os planos do FC Porto para Rúben Semedo (ainda não foi acionada a cláusula de opção de compra) e Diogo Leite (devolvido pelo SC Braga após uma temporada irregular de empréstimo). Posto isto, parece evidente que a SAD está já no terreno à procura de pelo menos uma solução, sendo os nomes de João Victor (Corinthians) e Kaiky (Santos) os nomes mais badalados pela imprensa escrita.

    Clássico
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    A zona central do meio campo parece ser a mais estável.

    Há Grujic, que vai assinar a título definitivo (o FC Porto será forçado a acionar a cláusula de compra obrigatória). Há Uribe, que também me parece de pedra e cal para a próxima época, embora paire no ar a possibilidade de ser o próximo candidato à saída a custo zero no verão de 2023. Há Eustáquio, que já assinou até 2027. Há Bruno Costa, cuja continuidade dependerá muito das saídas que ocorrerem. Há Sérgio Oliveira, que vai ser devolvido pela AS Roma, ainda que a ideia dos responsáveis portistas passe por transacionar o médio que é um dos mais bem pagos do plantel. E resta falar de Vitinha, o nome mais sonante do meio campo portista e o jogador do plantel com mais mercado. Só a venda simultânea dos dois internacionais portugueses é que levará o FC Porto ao mercado.

    Seguimos, a galope, para as laterais ofensivas. Otávio, Fábio Vieira e Pepê emergem como figuras maiores e principais candidatos a ocupar as posições de municiadores do ataque. A estes juntam-se Galeno, que tem tardado a mostrar que pode ser opção mais consistente, Chico Conceição que, na minha opinião, ganharia em ir rodar a um clube de primeira liga e Gonçalo Borges, a quem traçaria o mesmo destino.

    No meu entender, a SAD deveria procurar, calmamente, no mercado um jovem com potencial alto e com capacidade para render no imediato, que poderia ficar na sombra dos titulares e substituir Pepê na temporada 2023/2024, uma vez que acredito que o brasileiro contratado ao Grémio está destinado a ser a grande operação de mercado do FC Porto no próximo ano.

    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Chegámos, finalmente, à zona central do ataque. Taremi e Evanilson dificilmente sairão e uma incursão no mercado dependerá de Toni Martínez. Caso o espanhol decida rumar a outras paragens, depois de uma época no banco de suplentes, poderá fazer sentido procurar uma alternativa válida aos dois mais utilizados.

    Como quarto elemento do ataque recorreria à equipa B sempre que necessário, sendo o nome de Danny Loader o que mais salta à vista. Relembro que a utilização de um ou dois pontas de lança dependerá muito da ideia de Sérgio Conceição em cada jogo e que jogadores como Pepê e, principalmente, Fábio Vieira desempenham bem o papel de apoio ao número 9.

    Em resumo, o plantel, à data de hoje, parece bem composto para enfrentar a próxima época e a postura da SAD deverá ser sempre mais reativa do que ativa e dependerá muito dos habituais dissabores de mercado. De qualquer forma, impõem se à administração um trabalho rigoroso de planeamento prévio de forma a que os tempos de reação sejam curtos e que Sérgio Conceição tenha, a todo o momento, o plantel completo e as condições ideais de trabalho.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Bernardo Lobo Xavier
    Bernardo Lobo Xavierhttp://www.bolanarede.pt
    Fervoroso adepto do futebol que é, desde o berço, a sua grande paixão. Seja no ecrã de um computador a jogar Football Manager, num sintético a jogar com amigos ou, outrora, como praticante federado ou nos fins-de-semana passados no sofá a ver a Sporttv, anda sempre de braço dado com o desporto rei. Adepto e sócio do FC Porto e presença assídua no Estádio do Dragão. Lá fora sofre, desde tenra idade, pelo FC Barcelona. Guarda, ainda, um carinho muito especial pela Académica de Coimbra, clube do seu pai e da sua terra natal. De entre outros gostos destacam-se o fantástico campeonato norte-americano de basquetebol (NBA) e o circuito mundial de ténis, desporto do qual chegou, também, a ser praticante.