Óliver Torres Muñoz foi dado como desaparecido dos quadros da equipa portista. Testemunhos dizem ter avistado o médio espanhol a rondar o Estádio do Dragão no último jogo, entre FC Porto e Vitória SC, a contar para a Taça de Portugal. No entanto, tem-se revelado complicado provar a veracidade destes avistamentos já que a última vez que Óliver terá sido efetivamente visto foi no dia 17 de novembro frente ao Portimonense SC, também a contar para a Taça de Portugal e, assim sendo, este longo espaço de tempo torna difícil provar se este se trata do mesmo Óliver Torres. Sérgio Conceição surge para já como principal suspeito no desaparecimento do médio espanhol.
“Este vai ser o ano de Óliver Torres” – era esta uma das notícias que encabeçavam os jornais desportivos no início desta época desportiva e um dos pensamentos mais presentes na cabeça dos adeptos portistas. A verdade é que o novo número 10 dos “Dragões” teve um início de época fulgurante, com frequentes rasgos de craque a maravilhar e a iludir os mais apaixonados do desporto-rei. Neste momento, Óliver Torres é uma carta fora do baralho! Óliver perdeu espaço e influência no plantel azul e branco, e tudo isto sem motivo aparente.
Toda esta situação incomoda qualquer adepto portista. Não só porque Óliver tem mais do que qualidade suficiente para alinhar no onze titular de Sérgio Conceição, mas ainda pelo facto de o jovem médio ter custado 20 milhões de euros e ser, a par de Imbula, a contratação mais cara da história do FC Porto. Ambos os médios seguem o mesmo padrão: a falta de aproveitamento. A diferença é que Imbula quase nunca conseguiu mostrar serviço de dragão ao peito, enquanto que no caso de Óliver o talento é inegável. A perda de espaço de Óliver prejudica não só o jogador, que fica remetido ao banco de suplentes e impedido de projetar todo o potencial (sendo ele ainda um jovem promissor), mas prejudica também a equipa que, ao não resolver este impasse, perde um jogador importante e torna mais difícil a hipótese de um possível retorno financeiro com a venda do jogador.
Mas como explicar a perda de espaço de Óliver? São muitas as teorias e explicações possíveis para este fenómeno, sendo que a mim surgem-me duas. A primeira (e mais plausível) prende-se com a hipótese de Óliver Torres não encaixar no sistema tático atual de Sérgio Conceição. Contudo, esta hipótese levanta outra questão: se Óliver servia no início da época, porque é que não serve agora? Nota-se um claro desencontro entre o perfil do jogador e aquilo que a atual dinâmica do FC Porto exige no miolo e, provavelmente, Sérgio Conceição estará a tentar aperfeiçoar algumas falhas do médio como, por exemplo, a melhoria da sua capacidade de chegada à área adversária ou a definição na hora de finalizar.
A segunda teoria, e a mais irónica, prende-se com a hipótese de Sérgio Conceição ter algo contra jogadores espanhóis. Primeiro Iker Casillas a perder o lugar para José Sá, e agora Óliver Torres a perder o lugar para praticamente todos os outros médios do plantel portista. A juntar a isto, a relutância da SAD portista em renovar com Iván Marcano parece extremamente irresponsável já que estamos em risco de perder, a custo zero, um dos jogadores mais importantes de toda a equipa e, pior do que isso, há a hipótese de o perdermos para os rivais do SL Benfica. Todo este hipotético desdém pelos atuais espanhóis a alinhar na equipa é de estranhar; será que os fantasmas de Lopetegui, Adrián Lopez ou Bueno ainda pairam no Dragão?
Óliver Torres não joga para o campeonato desde o dia 22 de setembro (24 minutos contra o Portimonense SC) e nos últimos dois meses só esteve em três jogos (90 minutos contra o Leixões SC, 90′ contra o Portimonense SC e 32′ diante do RB Leipzig). O médio está no fundo da hierarquia das opções do meio-campo do FC Porto mas acredito que, à exceção de Danilo, Óliver tem condições para disputar com os restantes um lugar no onze.
Sérgio Conceição, confrontado com a situação de Óliver, garante que este “voltará a ser importante” e que conta com ele para ganhar vários títulos esta época. No entanto, esta falta de oportunidades deverá ter efeitos negativos no jogador, que poderá desmotivar e, assim sendo, conduzir à sua saída iminente do FC Porto, algo que os portistas certamente não pretendem já que se trata de um jogador bastante acarinhado pelos adeptos. Seja como for, fiquem atentos a qualquer possível avistamento do jogador e caso o encontrem avisem os responsáveis do clube portista que os adeptos sentem a falta dele.
Foto de Capa: Bola na Rede
artigo revisto por: Ana Ferreira