Esta década ditou uma revolução no futebol mundial. Actualmente, vivemos numa era em que o futebol apoiado é o modelo para muitas equipas de futebol espalhadas pelo mundo fora. Um futebol dominante assente em três aspectos de jogo: pressão, posicionamento e posse de bola. Os jogadores que encaixam melhor nesse modelo não são aqueles que se destacam pela sua presença física mas sim aqueles que tratam melhor a bola, que se destacam pela sua técnica, criatividade e capacidade de definir os lances.
No entanto, nem todos os treinadores são apologistas da máxima de que o músculo mais importante é o cérebro. Em Portugal, encontrámos uma equipa que conseguiu mostrar que era possível dominar de outra forma, com um futebol agressivo, aguerrido e que corresponde ao ADN do seu clube.
O FC Porto e sobretudo o treinador Sérgio Conceição foram campeões nacionais com todo o mérito e justiça, muito graças à postura dominante da sua equipa assente na força física e mental da mesma. O técnico que já tinha deixado marca no seu clube enquanto jogador, chegou a um clube intervencionado pela UEFA e com pouquíssima margem para investir, pegou num plantel curto mas com muitos jogadores de elevada capacidade/disponibilidade física e conseguiu construir uma equipa dominadora, consistente e capaz de extrair o melhor de cada jogador.
Para além daquilo mostrado dentro das quatro linhas, Sérgio Conceição soube dar outra mentalidade à equipa, tornando-a mais forte. Graças a essa mentalidade, a equipa soube quase sempre superar as baixas devido às lesões (principalmente a de Danilo) e a maioria dos jogadores que entravam na equipa como segundas linhas respondiam à altura do desafio.