Habituados a fazer a cabeça em água aos três grandes e a fazer do Estádio da Madeira uma fortaleza, os alvinegros passaram a ser o “saco de pancada” favorito das equipas da Primeira Liga no espaço de três temporadas.
Outrora um crónico candidato à Europa, o clube liderado por Rui Alves está perto de voltar a cair à Segunda Liga, apresentando uma defesa frágil e um ataque pouco criativo que nem o mercado de inverno conseguiu resolver.
Desde a viragem do milénio, o CD Nacional conseguiu a subida à Primeira Liga em 2001/02 e, desde então, passou 15 temporadas ininterruptas no topo do futebol português, onde conseguiu cinco qualificações europeias e, apesar de nunca ter passado a fase de grupos, conseguiu campanhas de qualidades, conseguiu a proeza de eliminar os russos do Zenit, vencedores da Liga Europa em 2007/08, na qualificação para a fase de grupos da segunda competição da UEFA em 2009/10.
Sob o comando de treinadores como Casemiro Mior, Ivo Vieira, Jokanovic ou Manuel Machado – os dois últimos, os claros favoritos do presidente Rui Alves – os madeirenses atingiram o estrelato e solidificaram-se como uma equipa que luta pela Europa, mas em 2016/17 o desastre bateu à porta do CD Nacional, com a descida à Segunda Liga e uma das piores campanhas de sempre dos alvinegros na Primeira Liga.
Apesar da desastrosa descida, os madeirenses apresentaram-se na temporada 2018/19 como campeões da Segunda Liga, conseguindo rapidamente o regresso ao principal escalão do futebol português e antecipando-se uma estadia tranquila do CD Nacional na Primeira Liga, acreditando-se que a descida em 2016/17 teria sido um percalço numa equipa habituada a outros vôos.
Apesar do início de campeonato difícil, os alvinegros terminaram a primeira volta num confortável 11.º lugar com 19 pontos, a seis da linha de água, mas a segunda volta traria uma sequência terrível de resultados, com apenas oito pontos conquistado em 14 jornadas, que nem o talento de Rosic, Rashidov, Filipe Ferreira e Avto – contratações de inverno – conseguiram evitar.
Outrora uma equipa sólida, o CD Nacional 2018/19 revela exatamente as mesmas fragilidades que levaram os madeirenses a cair para a Segunda Liga em 2017, com uma defesa de papel e um ataque que não consegue dar vazão à quantidade de água que a linha defensiva mete. Neste momento, os alvinegros são a pior defesa da Primeira Liga com 64 golos sofridos, mais seis que em toda a temporada 2016/17, enquanto o ataque produziu 31 golos, mais nove que na época de descida.
O futuro dos comandados de Costinha parece ser mesmo a Segunda Liga e com incertezas acerca da continuidade de Rui Alves à frente do CD Nacional, o futuro dos madeirenses parece ser negro. Será este o próximo histórico a entrar em queda livre?
Foto de Capa: CD Nacional