Depois da derrota sofrida em Alvalade era altura de levantar a cabeça, expressão que define na perfeição o que vem a seguir a resultados menos bem conseguidos. Pois, bem, o jogo no Estoril levantou uma névoa de desconfiança por parte dos mais céticos, bem como receio e alguma insegurança.
Com algumas alterações na equipa principal por culpa de lesões e castigos, a equipa demorou algum tempo a estabilizar e conseguir levar a bom porto todos os processos de jogo. Aquilani, e sem querer individualizar, provou que a classe não precisa de uma grande caixa de velocidades.
Sou suspeito porque desde que me lembro sou um admirador confesso deste italiano que trouxe tanto ao Sporting CP e ao campeonato português.
Por outro lado, e contrariando a minha primeira intenção, terei de voltar às individualidades, pouco antes de elogiar o coletivo.
Gutiérrez está noutro país, noutro clube, noutra dimensão. Não se foca no jogo, não se esforça, não entusiasma. Jorge Jesus puxa por ele, quer que ele justifique a aposta, grita e gesticula, aproveita cada paragem para lhe dar um rumo em campo; mas Teo não consegue.
Não consegue ou não quer. Talvez ambos. É pena!
Mas, enfim, o futebol, esse desporto que apaixona milhões, é claramente um desporto coletivo, portanto, quando uma marca todos marcamos. Quando outra falha todos falhamos.
Tem sido essa máxima que tem pautado o discurso e o rendimento da equipa leonina esta época, e exemplo disso foi o jogo no Estoril. Podíamos ter evitado o golo sofrido, e aqui e ali uma certa hesitação na linha defensiva. No final de contas, conseguimos mais três pontos, contra uma equipa bastante organizada, com processos de jogo pragmáticos e que não demonstra receio a olhar um dos grandes nos olhos. Creio ser importante enaltecer também todas as equipas nacionais que têm qualidade suficiente e coragem para o fazer.
A oito jornadas do fim do campeonato e com um calendário difícil até ao fim, acreditaremos sempre no grande Sporting Clube de Portugal. SC Braga e FC Porto são as barreiras teoricamente mais difíceis de ultrapassar, contudo, convém avivar a memória e levar em consideração os adversários mais “acessíveis”.
Todos nos sentimos desconfortáveis nesta posição, particularmente depois de estar tanto tempo no topo, no lugar que seria nosso se o futebol fosse jogado com transparência. Aos vizinhos do primeiro andar: não percam muito tempo a olhar para baixo, porque o leão está faminto de títulos, e, mais que isso, é o rei da selva.
Oito finais!
Foto de Capa: Sporting CP