Não há nada mais triste do que ter de escrever este texto após duas derrotas contra o eterno rival. Ainda assim, tem de ser feito, e é preciso olhar para tudo o que se passou em campo ao longo destes 180 minutos de futebol.
Comecemos pelo jogo de Alvalade. A expetativa era alguma, uma vez que estava em jogo a aproximação ao SL Benfica e a consequente aproximação a um lugar de Champions. Contudo, foi tudo mau de mais. O resultado, na minha opinião, até peca por escasso. A equipa nunca se encontrou em campo, o adversário jogou a seu bel-prazer e nem o golo de Bruno Fernandes apontado antes do intervalo despertou algum tipo de motivação nos jogadores leoninos.
Para mim, foi massacrante ver o jogo, tal foi a apatia com que os jogadores do Sporting CP jogaram. Sinceramente, receei ver o recorde de 7-1 ser batido nessa partida, mas felizmente o VAR existe e o resultado ‘’apenas’’ se fixou em 4-2. Nem nos últimos minutos, quando os da casa já jogavam apenas contra dez, o Sporting CP conseguiu uma melhor circulação, tendo optado pelo chutão para a frente que teve resultado nulo. Parecia um regresso aos tempos de José Peseiro, mas se olharmos para o banco é Marcel Keizer quem lá se encontra. O holandês parece ter cada vez mais dificuldade em colocar a equipa a jogar o futebol ofensivo e avassalador que tinha demonstrado nos primeiros tempos em Lisboa. Resumindo, jogo fraquíssimo e um resultado algo simpático para os verdes e brancos.
Relativamente ao jogo de quarta-feira, o Sporting CP teve umas ligeiras melhorias. O treinador holandês apostou em dar alguma frescura ao onze inicial, colocando inclusive os reforços Borja e Ilori. A equipa entrou um pouco melhor, apresentando-se mais vigilante e menos permissiva aos ataques do SL Benfica. Nesta partida, fica a sensação que o resultado até poderia ter sido outro, basta lembrar, por exemplo, o falhanço de Wendel na segunda parte, quando se encontrou frente a frente com Svilar.
Contudo, dois erros individuais (péssima abordagem de Renan no primeiro golo e um auto golo de Ilori) poderiam ter deitado tudo a perder, não fosse a bomba categórica que Bruno Fernandes lançou para a baliza adversária. Um golo espetacular que relançou a equipa na eliminatória quando tudo já parecia perdido. O Jamor parecia longe, mas o internacional português mostrou que afinal ainda é possível lá chegar.
Concluindo, duas derrotas são sempre duas derrotas, ainda para mais frente ao rival encarnado. Ainda assim, enquanto que para o campeonato, as aspirações ao título desapareceram por terra, a verdade é que a Taça ainda parece possível. Contudo, é urgente mudar de atitude e mostrar garra quando se veste a verde e branca, até porque muitos de nós gostaríamos de estar em campo e não temos esse privilégio. A segunda mão da Taça de Portugal é em Abril e tudo pode acontecer. E tenho aqui um feeling que este ano podemos estar de novo no Jamor. Falamos em Abril.
Foto de Capa: Sporting CP
artigo revisto por: Ana Ferreira