Revista do Mundial’2014 – Espanha

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    A actual campeã mundial entra neste Mundial para tentar um feito inédito: ser bi-campeã mundial e bi-campeã europeia. A tarefa não se avizinha fácil, até porque o grupo que lhe saiu em sorteio conta com uma sempre forte Holanda e um aguerrido Chile, sendo a Austrália o provável outsider.
    É uma das seleções com mais presenças em Mundiais -14 -, apenas suplantada por Brasil, Argentina, Itália, Alemanha e México.

    La Roja, como é habitualmente conhecida, fez um apuramento relativamente tranquilo, onde tinha como principal rival a França, que superou sem superior dificuldade, terminando em primeiro do grupo sem grande pressão.

    Da Espanha espera-se bastante neste Mundial: é uma das principais favoritas, diria até que a principal favorita a par de Brasil, surgindo depois um rol de seleções das quais se espera sempre grandes resultados.
    Um futebol assente na posse e circulação de bola, com uma defesa coesa e forte é o que podemos esperar desta Espanha, que chegará ao Mundial com pressão de apresentar sobretudo um futebol que seja capaz de criar empatia com os adeptos, mas longe da pressão que terá o anfitrião Brasil.

    OS CONVOCADOS

    Guarda-redes – Iker Casillas (Real Madrid), Reina (Napoles) e De Gea (Manchester United)

    Defesas – Azpilicueta (Chelsea), Sergio Ramos (Real Madrid), Piqué (Barcelona), Albiol (Napoles), Juanfran (Atlético de Madrid), Javi Martínez (Bayern de Munique) e Jordi Alba (Barcelona)

    Médios – Sergio Busquets (Barcelona), Xabi Alonso (Real Madrid), Koke (Atlético de Madrid), Juan Mata (Manchester United), David Silva (Manchester City), Cazorla (Arsenal), Xavi Hernandéz (Barcelona), Andrés Iniesta (Barcelona) e Cesc Fábregas (Barcelona)

    Avançados – Diego Costa (Atlético de Madrid), Fernando Torres (Chelsea), Pedro Rodriguez (Barcelona) e David Villa (Atlético de Madrid)

    A ESTRELA

    Diego Costa Fonte: radionicaragua.com.ni
    Diego Costa
    Fonte: radionicaragua.com.ni

    Escolher uma estrela entre jogadores desta qualidade é complicado e será até injusto para alguns, mas a estrela é aquele que veio colmatar um dos muito poucos defeitos que a seleção apresentava: o poder ofensivo que tem vindo a decair, ano após ano, com o avançar da idade de Villa e o baixo rendimento de Torres. Diego Costa é, portanto, o artista desta Espanha. Um jogador que cresceu a pulso, começando no modesto Penafiel, transferiu-se para Braga e daí saiu directamente para Espanha, para o Atlético de Madrid, atingindo o auge da sua carreira com a conquista do campeonato espanhol, um feito histórico dos colchoneros. Vem de uma temporada assombrosa, facturando golos de todas as formas e feitios e é um jogador de combate, com uma capacidade goleadora incrível. Encaixa perfeitamente no esquema de jogo Espanhol, que joga habitualmente só com um ponta-de-lança, tal como o Atlético de Madrid. Contudo, nem tudo são rosas: Diego Costa chega a este Mundial com bastantes problemas de lesões que o têm vindo a assombrar neste fim de temporada. Veremos se chega em plena forma.

    O TREINADOR

    Vicente Del Bosque Fonte: skysports.com
    Vicente Del Bosque
    Fonte: skysports.com

    Pouco há a dizer sobre Vicente del Bosque. Um homem com muita experiência, campeão do Mundo e da Europa, com um leque de jogadores que praticamente conhece na totalidade do anterior Europeu, e com uma filosofia de jogo mais do que definida – claramente pontos a favor da Espanha. O seu maior defeito é um treinador bastante conservador que tem alguma dificuldade em conseguir responder a resultados mais adversos, que surgem muito poucas vezes, diga-se.

    O ESQUEMA TÁTICO

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    O esquema táctico espanhol é uma das maiores incógnitas para este Mundial. Oscila entre 4-5-1 que se desdobra num 4-3-3 em fase de ataque, mas muito dinâmico, com Busquets e Xabi Alonso como unidades mais recuadas, deixando a Xavi a maior responsabilidade de criar, jogando com Silva e Iniesta a cair nas laterais e com Cesc, Villa ou Costa na frente.
    A grande questão neste mundial é Xavi, que chega com claras debilidades físicas, depois de uma temporada muito aquém das expectativas – a idade começa a pesar claramente. Assim, surgem as dúvidas: será Cesc a assumir essa posição criativa? Ou colocar Silva no centro e fazer entrar Koke para uma das laterais será a solução?

    Por outro lado, também um 4-4-2 pode ser ajustado, juntando Cesc, Villa ou Torres a Diego Costa retirando um dos médios, normalmente Iniesta.
    Há muitas dúvidas, mas tendo em conta que o conservadorismo do treinador muito provavelmente teremos o habitual onze no primeiro jogo do Mundial: Casillas, Azpillicueta, Ramos, Piqué e Jordi Alba; Xabi Alonso, Busquets, Xavi, Iniesta, Silva e Diego Costa.

    O PONTO FORTE

    O ponto forte de La Roja é claramente o meio-campo. Com um leque de soluções incrível, associado a uma qualidade de excelência, e isto contando que ficou de fora Thiago Alcântara, por exemplo, por lesão. Um meio-campo muito organizado, com muitos anos de rotina, campeão mundial e bi-campeão europeu, com uma coesão fantástica e uma circulação de bola inigualável.

    O PONTO FRACO

    Encontrar um ponto fraco nesta seleção é, quiçá, a tarefa mais complicada. As duas grandes pechas que eram a lateral direita e o ponta-de-lança estão solucionadas com a capacidade defensiva e polivalência de Azpillicueta e com uma maior necessidade ofensiva com Juanfran, assim como com o já referido Diego Costa.
    Penso que o ponto mais fraco poderá residir em duas questões:
    – Um futebol que, embora muito rotinado, está muito batido e apresenta poucas surpresas aos seus adversários.
    – Um leque de jogadores em final de carreira, que já ganharam tudo que havia para ganhar e cuja motivação pode ser não ser tão elevada como outrora.

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    Nelson Nunes
    Nelson Nuneshttp://www.bolanarede.pt
    Nasceu há 28 anos e é um apaixonado pelo "fenómeno futebol" nas suas várias vertentes. Cresceu com o Dragão tatuado no coração, respira Porto e vive-o intensamente. Reside em Espanha, acompanhando de perto o futebol de nuestros hermanos.                                                                                                                                                 O Nelson não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.