Para muitos a mais bela clássica do ano no circuito feminino, a Ronde van Vlaanderen é também uma prova duríssima em que as ciclistas terão de estar ao seu melhor nível se a quiserem discutir.
Serão 159 quilómetros com sete setores de paralelo e dez subidas, três delas coincidentes com o pavé.
Em 2018, foi a agora campeã do mundo Anna van der Breggen quem venceu em solitário, em mais uma impressionante exibição como aquelas a que sempre nos tem habituado.
Este ano, a campeã em título não estará presente, encontrando-se ainda a recuperar do esforço da vitória na Cape Epic. Assim, a Boels-Dolmans terá de contar com a sua antecessora na camisola do arco-íris, Chantal Blaak, como principal arma, juntando-lhe a versátil Amy Pieters como outra ameaça.
Na Mitchelton-Scott mora outra grande favorita, Annemiek van Vleuten, que quererá usar as dificuldades no terreno para se lançar para a repetição do triunfo de 2011. Já na CCC-Liv, há aposta dupla, com Marianne Vos (vencedora em 2013) e Ashleigh Moolman-Pasio a darem opções para múltiplos cenários.
Também entre as principais favoritas temos de colocar a líder do World Tour, Marta Bastianelli, que tanto sabe ganhar ao ataque como ao sprint e tem em Bertizzolo uma ajuda de grande nível.
Coletivamente, a Trek-Segafredo e a Sunweb voltam a aparecer como equipas com maior número de soluções. Para as italianas, Ellen van Dijk (vencedora em 2014) deverá ser a principal arma de ataque, mas tanto Longo Borghini (venceu em 2015) como Cordon-Ragot podem também estar entre as melhores. Já no conjunto holandês, Lucinda Brand será a mulher ofensiva, enquanto Rivera (vencedora da edição de 2017) se poupará para um possível sprint. Mackaij e Kirchmann dão profundidade para possíveis jogadas táticas.
Também com força coletiva estará a Canyon SRAM de Katarzyna Niewiadoma, que contará com Klein e Cecchini para formar um tridente sem favoritismo absoluto, mas com boas hipóteses de surpreender.
Uma questão que fica no ar é se Kirsten Wild, vencedora das últimas duas provas do World Tour e segunda do ranking, conseguirá passar as dificuldades e entrar na discussão dos primeiros lugares. A lenda da pista está em excelente forma e não pode ser descartada por completo, mas deverá haver subidas a mais para que consiga acompanhar as melhores, pelo que a WNT-Rotor terá mais segurança se apostar em Magnaldi ou Brennauer.
Como principais outsiders, podemos apontar Emilia Fahlin, Cecilie Uttrup Ludwig e Lotte Kopecky.
A maior surpresa é a ausência da líder da Juventude e de uma ciclista que se dá bem no paralelo – Lorena Wiebes, que não consta do alinhamento da Parkhotel Valkenburg.
Quem estará presente é a portuguesa Daniela Reis, que quererá aproveitar a recente boa forma para se mostrar entre as melhores do mundo pela Doltcini – Van Eyck, onde partilhará a liderança com Pascale Jeuland-Tranchant.
Favoritas
*** Annemiek van Vleuten, Marta Bastianelli
** Ellen van Dijk, Chantal Blaak
* Marianne Vos, Floortje Mackaij
Texto revisto por: Mariana Coelho
Foto de Capa: Ronde van Vlaanderen