Sevilha FC 0-2 FC Barcelona: Vitória convincente deixa culés colados ao topo

    A CRÓNICA: SEGUNDO LUGAR À BOLEIA DO MAESTRO ARGENTINO

    Independentemente da ausência de público, algo que ainda nos custa a assimilar, a tarde ensolarada de Sevilha prometia espetáculo. Ao palco do Ramón Sánchez Pizjuán subiam o quarto e terceiro classificados.

    Separados por apenas dois pontos, o embate poderia ser decisivo na aproximação ou afastamento definitivo entre Sevilha FC e FC Barcelona. Ambas as equipas vinham de vitórias relativamente tranquilas para a liga e a expectativa estava elevada.

    No entanto, a primeira parte esteve uns furos abaixo do esperado. Numa estranha apatia e impotência palpável, os da casa assistiram a um FC Barcelona como há muito não se via: autoritário, seguro na defesa e dominador.

    A posse foi estéril nos primeiros 20 minutos, onde não se registaram situações de perigo. O primeiro remate surgiu aos 22 minutos, num contra ataque bem desenhado e finalizado por Dembélé, ao qual Bono respondeu com uma defesa segura. Pouco depois, à passagem do minuto 29, o golo chegou no lance mais perigoso de toda a primeira parte.

    Messi – quem mais? – lançou Dembélé na profundidade entre os centrais. Koundé ficou para trás e Diego Carlos não conseguiu acompanhar o francês, que, à saíde de Bono, rematou rasteiro, por entre as pernas, e abriu a contagem.

    A primeira parte foi toda dos de Barcelona. Antes do intervalo, Dest podia ter finalizado melhor, depois de receber uma bola aparentemente inofensiva de de Jong e evitar Escudero pela direita do ataque.

    Pedia-se muito mais na segunda parte ao quarto classificado espanhol, que tinha a possibilidade de subir um degrau, em caso de vitória. Os sinais foram positivos e, logo aos 51 minutos, Jesús Navas fez o primeiro remate da sua equipa para intervenção fácil do gigante alemão.

    Na resposta, o contra ataque foi quase perfeito: Dembélé solicitou de Jong na lateral direita, que cruzou para o coração da área. Jordi Alba, qual ponta de lança, apareceu em esforço e falhou a emenda por centímetros.

    À passagem da hora de jogo, Dest esteve na segunda grande oportunidade da partida. Depois de um trabalho delicioso de Pedri, Jordi Alba cruzou atrasado, Dembélé falhou o remate e na recarga Sergiño Dest rematou forte, mas a bola foi recusada pelo poste.

    O melhor que o Sevilha FC conseguiu na segunda parte foram 10 minutos de pressão e incómodo aos blaugranas logo na fase de construção, embora sem qualquer fruto daí retirado. Já perto do final da partida, Messi abriu o livro e mostrou porque ainda suspiramos a cada jogo seu.

    Numa bonita jogada de entendimento com o menino Moriba de La Masia, Messi ficou cara a cara com Bono. O marroquino esperou até ao último segundo para se lançar ao solo, mas o ressalto caiu de novo nos pés de Messi, que empurrou para carimbar a vitória.

    A FIGURA


    Lionel Messi (FC Barcelona) – Quem tem Messi na equipa arrisca-se a que o argentino roube os holofotes numa questão de minutos. Dembélé está de regresso às boas exibições e preparava-se para ser o destaque maior da partida. No entanto, mesmo sem apagar a tarde inspirada de “Dembouz”, o astro argentino esteve nos dois golos. Assistiu o jovem francês aos 29 minutos e carimbou o resultado final aos 85’. Teve um acerto de passe acima dos 90 porcento e a jogada de entendimento com Ilaix Moriba no segundo golo é a definição perfeita do que o futebol simples nos oferece. Aproveitemos enquanto Don Lionel sobe aos relvados. Um dia não o fará mais.

    O FORA DE JOGO


    Ataque do Sevilha FC – A boa exibição defensiva do FC Barcelona, algo raro nas últimas partidas, não pode desculpar o desacerto de todos os avançados da turma de Julen Lopetegui. Papu Gómez, Luuk de Jong, Munir El-Haddadi, Suso e Youssef En-Nesyri combinaram para apenas um remate enquadrado em toda a partida. Ousmane Dembélé, sozinho, fez o dobro. E Messi o triplo. Muita desinspiração e falta de assertividade na hora de alvejar a baliza de ter Stegen.

    ANÁLISE TÁTICA – SEVILHA FC

    Julen Lopetegui não abdicou do habitual 4-3-3 e a origem da tarde cinzenta dos homens da casa esteve em todas as linhas. A partir de trás, Koundé e Diego Carlos, que alinharam ao lado de Navas e Escudero, não tiveram ritmo suficiente e deram dezenas de metros nas costas a alguém tão rápido como Dembélé. Só não terminaria em golo se houvesse desacerto na hora de bater Bono.

    A ligação entre os três do meio campo e os três do ataque nunca se estabeleceu com eficácia e a qualidade para os servir foi inexistente. Rakitic passou ao lado do jogo e desde cedo se via que alguém criativo e vertical era urgente – Óliver Torres permaneceu no banco até à última meia hora.

    Até lá, Koundé assumiu-se como um dos principais alavancadores do jogo sevilhano a partir de trás, dada a apatia da linha média. Na frente, Munir e Papu Gómez nas linhas e de Jong na frente de ataque permaneceram desligados com a equipa e entre si, até que foram substituídos.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Yassine Bono (6)

    Jesús Navas (5)

    Jules Koundé (6)

    Diego Carlos (6)

    Sergio Escudero (7)

    Fernando (6)

    Joan Jordán (7)

    Ivan Rakitic (6)

    Munir El-Haddadi (5)

    Papu Gómez (5)

    Luuk de Jong (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Suso (6)

    Youssef En-Nesyri (6)

    Karim Rekik (5)

    Óliver Torres (6)

    Óscar Rodríguez (5)

    ANÁLISE TÁTICA – FC BARCELONA

    Koeman supreendeu ao iniciar a partida com três centrais e dois laterais. Num 5-3-2 – ou 3-5-2 em organização ofensiva –, este foi possivelmente o melhor jogo do FC Barcelona na presente temporada, precisamente pelo controlo defensivo durante 80 dos 90 minutos.

    Só num espaço de 10 minutos é que o Sevilha FC conseguiu manietar os visitantes e encostá-los aos últimos 30 metros. Durante o resto da partida, Mingueza, Lenglet e Piqué foram demasiado competentes e permitiram soltar Alba e Dest para o envolvimento ofensivo.

    Busquets claramente mais defensivo, em frente aos centrais, foi o vértice mais baixo do triângulo formado com Pedri e de Jong. Estes dois suportaram-se nos apoios que Messi ofereceu quando baixava no terreno, ou que Alba e Dest deram laterais acima.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    ter Stegen (7)

    Sergiño Dest (7)

    Gerard Piqué (6)

    Clément Lenglet (6)

    Óscar Mingueza (7)

    Jordi Alba (6)

    Frenkie de Jong (7)

    Sergio Busquets (7)

    Pedri González (6)

    Ousmane Dembélé (8)

    Lionel Messi (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Ronald Araújo (-)

    Ilaix Moriba (7)

    Samuel Umtiti (6)

    Martin Braithwaite (-)

    Artigo revisto

     

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    Diogo Pires Gonçalves
    Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.