A CRÓNICA: MILANESES VENCEM NAPOLITANOS EM JOGO-CHAVE
Uma atmosfera intensa e vibrante acompanhou o grande jogo da 28ª jornada do campeonato transalpino, que viu enfrentarem-se o SSC Nápoles e o AC Milan, ambas à caça dos pontos necessários para voltar ao primeiro lugar da tabela classificativa (provisoriamente).
O Nápoles começou forte, com uma atitude agressiva, tentando assumir logo a posse de bola e repetindo as incursões nos corredores laterais, com Di Lorenzo e Mário Rui. Só que o domínio azul foi uma ilusão que demorou só dez minutos.
Apesar de um jogo bastante animado, nenhuma das duas equipas, no primeiro tempo, conseguiu criar reais ocasiões de perigo para os dois guarda-redes.
Em cima da meia hora, o Milan aumentou visivelmente o ritmo de jogo, tentando pressionar mais os possessores de bola napolitanos no meio-campo e fechando eficazmente os espaços.
O Nápoles, de facto, não conseguiu mais construir algo de concreto na linha da frente, até ao final da primeira parte de jogo.
A segunda parte manteve-se muito disputada, tanto que o Milan, mais insistente e ordenado, desbloqueou o marcador aos 49 minutos. Giroud, posicionado nas costas de Ospina, desvia para a baliza um pontapé de Tonali, dos 20 metros.
A resposta da equipa napolitana surgiu de pronto, com um remate central de Osimhen, defendido facilmente por Maignan.
À medida que o tempo passava, o plantel de Pioli cresceu muito em todos os setores do campo e conseguiu dificultar ainda mais a manobra ofensiva napolitana, que com a força do desespero, sobretudo nos últimos dez minutos, tentou de tudo para alcançar o empate, mas a defesa milanesa hoje foi realmente impecável.
Foi de um próprio defensor milanista, Theo Hernandez, que veio a última emoção digna de nota: aos 86 minutos, o francês libertou um potente remate de pé esquerdo, que Ospina trancou milagrosamente.
Com esta vitória, o AC Milan assume provisoriamente a liderança da Liga Italiana, aguardando que o FC Internazionale Milano cumpra o jogo que tem em atraso.
A FIGURA
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— AC Milan (@acmilan) March 6, 2022
Rafael Leão e Olivier Giroud – Não podia escolher só o avançado francês como melhor do jogo, apesar de ser o autor do golo que valeu a vitória milanista. O jovem avançado português também realizou uma excelente partida e foi um autêntico pesadelo para a defesa napolitana.
O golo de Giroud foi certamente fruto da experiência de um jogador que faz sempre a diferença quando tem oportunidade, mas a prestação de Leão foi gigante. O avançado tem uma rapidez de jogo, destreza no drible e, sobretudo, parece ter pilhas infinitas, visto quanto correu e fez correr a defesa adversaria. Apesar de não ter marcado golo, vê-lo jogar é uma delícia para quem gosta de jogadores verdadeiramente talentosos.
O FORA DE JOGO
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— Lorenzo Insigne (@Lor_Insigne) April 26, 2021
Lorenzo Insigne – A prestação do capitão napolitano foi pouco palpável e incisiva. No primeiro tempo, fadigou a libertar-se da pressão do meio-campo rossonero e raramente conseguiu construir com Politano e Zielinski (eles também apagados) ações verdadeiramente perigosas.
Era esperada uma prestação de maior caráter pelo capitão azul, que nem sempre responde “presente” nos jogos-chave. Inevitável a sua substituição aos 22 minutos do segundo tempo, decidida por Spalletti.
ANÁLISE TÁTICA – SSC NÁPOLES
Luciano Spalletti orientou a equipa num 4-2-3-1. Os primeiros minutos até foram positivos, visto que a equipa da casa tinha a partida a todo gás e muito agressiva, só que depois, o trio de apoio ofensivo, Insigne-Elmas-Zieliski, foi pouco eficaz e pobre de ideias na construção do jogo no meio-campo.
Na linha defensiva, Di Lorenzo e Mário Rui foram certamente os melhores, tentando conter constantemente o implacável Leão, e também ajudaram muito na fase ofensiva, quando o SSC Nápoles conseguiu chegar à frente. Di Lorenzo realizou os cruzamentos mais perigosos e interessantes para Osimhen, que infelizmente não conseguiu concretizar. O camisola ‘9’, temos que ser honestos, foi um dos últimos a desistir do jogo.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Ospina (6)
Di Lorenzo (6)
Rrahmani (5)
Koulibaly (6)
Mário Rui (6)
Fabian Ruiz (5)
Lobotka (5)
Politano (5)
Zielinski (5)
Insigne (5)
Osimhen (5)
SUBS UTILIZADOS
Elmas (5)
Ounas (5)
Mertens (6)
Anguissa (-)
Lozano (-)
ANÁLISE TÁTICA – AC MILAN
Stefano Pioli orientou a equipa, à semelhança dos adversários, num 4-2-3-1 muito ofensivo, com Messias, Kessié e Leão a suportar o ponta-de-lança Giroud. O eixo funcionou bem, sobretudo no que diz respeito às provas de Messias e Leão, que deram grandes dores de cabeça à defesa napolitana.
Muitos foram os duelos no corredor esquerdo entre o avançado português e Di Lorenzo, duelo que muitas vezes foi ganho pelo atacante rossonero. Dos três, Kessié foi o menos incisivo; talvez não tenha sido um dos seus dias melhores, assim como não me convenceu muito a prestação de Tonali.
A liderar hoje o meio-campo esteve um soberbo Bennacer, que conseguiu ditar os ritmos de jogos aos companheiros e tornar-se distribuidor incansável de bolas. Ótima prestação também da retaguarda milanesa, que trancou bem os espaços e conseguiu ligar lindamente com o meio-campo. Menção de honra para Theo Hernandez, que deu prova de ser um dos melhores defensores laterais e também um grande recurso em fase de ataque, tantas foram as vezes que percorreu o corredor esquerdo.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Maignan (6)
Calabria (6)
Tomori (7)
Kalulu (6)
Hernandez (7)
Tonali (5)
Bennacer (7)
Messias (6)
Kessie (5)
Leão (7)
Giroud (7)
SUBS UTILIZADOS
Krunic (6)
Rebic (6)
Florenzi (-)
Saelemaekers (-)
Ibrahimovic (-)
Rescaldo da opinião de Paola Amore.