Ao que parece, no futebol tudo pode ser nada, e nada pode ser tudo, dependendo da definição que se consiga dar ao tudo e ao nada.
Como tudo depende da definição que se dê a cada palavra ou expressão, as instituições que definem as leis devem ter muito cuidado e tentar abranger todas as situações que possam ficar em zona escura, passível de ser contornada.
Todos sabemos que apesar dos esforços para tentar tornar o futebol mais verdadeiro e transparente, haverá sempre quem tente ganhar vantagem aproveitando lacunas nas leis a aplicar, e por isso devemos perceber o que é agressão, e quando se deve considerar agressão, se há empurrão com intensidade, se é que interessa a questão de haver intensidade, se há bola na mão ou mão na bola, se isso importa, e em que situações acontece uma e outra com as respectivas penalizações.
Porque se, apesar de investir em vídeo-árbitros e em formação de árbitros, continuar sempre a prevalecer a subjectividade de análise do mesmo, então não valerá a pena gastarem tanto dinheiro. E já agora, naqueles lances em que há erro não sancionado pelo vídeo-árbitro, quem terá a má nota? O árbitro, ou o vídeo-árbitro?
Devemos também perceber qual a definição que se dá à expressão “intervenção do Estado” no futebol português. Porque alguns pedirão que aconteça para dar justiça e credibilidade ao desporto, outros pedirão aos amigos que trabalham no Estado, que interfiram em seu favor, para os seus (deles) interesses.
Quanto a grande investimento, deve isso ser definição para o valor de dez jogadores que irão acrescentar qualidade a uma equipa que quer lutar por títulos, ou para vinte que foram adquiridos apenas para reordenar a qualidade das equipas ditas pequenas do campeonato?