O jornalismo sempre foi uma arma para manipulação da opinião pública, mas essa doutrina nem sempre esteve às ordens dos poderes instalados. E o fenómeno como hoje o conhecemos até surgiu da ideia de um ardina que já muitos de vocês deverão ter ouvido falar.
Em finais do século XIX, um jornal era basicamente umas quantas folhas, cheias de palavras cujas letras tinham um tamanho uniformizado, sem destaques ou títulos. Era destinado aos mais abastados, e servia apenas para propaganda política.
O ardina que falei no início deste texto chamava-se Joseph Pulitzer (não sei se já ouviram falar dele), e pensava que os jornais podiam ser o veículo perfeito para dar voz às massas, aos mais desfavorecidos, o que até ali não acontecia. Pulitzer consegue, com sangue, e muito suor, crescer dentro do jornal que depois se tornaria seu, podendo assim idealizar o seu tipo de jornalismo. Notícias que informassem sobre os mais variados temas, e capas com manchetes.
Esta nova forma de fazer jornalismo, tornou o jornal de Pulitzer um sucesso, e em poucos anos conseguia ser o periódico com mais tiragem. Esse sucesso chamou a atenção de muita gente, e arrastou muitos fãs para a doutrina desta nova visão.
Um desses fãs era William Hearst, filho de famílias ricas que via em Pulitzer um visionário e queria seguir-lhe as pisadas. Para isso pediu à sua família que lhe comprasse um jornal local a partir do qual, com o modelo do seu “mestre”, conseguiu crescer ao ponto de decidir expandir-se, também ele para Nova Iorque e fazer concorrência a Pulitzer. Com o dinheiro infindável da sua família conseguiu roubar as estrelas do seu mestre, e vender as suas publicações a um preço mais baixo. Para ultrapassar definitivamente Pulitzer, Hearst decide publicar notícias sensacionalistas que ajudam o seu jornal a ter a maior tiragem da cidade.