Violência na NFL

    Na quinta feira passada, no jogo de abertura da jornada 11 da NFL entre Cleveland Browns e Pittsburgh Steelers, Myles Garrett, defensive end dos Browns, e Mason Rudolph, quarterback dos Steelers, chocaram o mundo do futebol americano.

    Para compreender a totalidade da situação, primeiro é preciso algum contexto.

    A 14 segundos para o final e com o resultado mais que decidido – Cleveland estava na frente por 7-21 – o único objetivo dos Steelers era fazer o cronómetro andar e terminar o jogo. Depois de ser atingido duas vezes consecutivas, Mason Rudolph encontrava-se no terceiro down e com 29 jardas para percorrer. O quarterback recebeu a bola e tinha de imediato Myles Garrett na linha defensiva de Cleveland à sua frente, pronto para o atingir de novo.

    Com o contacto, ambos os jogadores caíram no chão e aí começou um dos episódios mais negros da história recente da NFL.

    Aquando do impacto no relvado, Mason Rudolph começou a tentar arrancar o capacete da cabeça de Myles Garrett. O defensive end de Cleveland conseguiu-se soltar e, apesar de estar a ser agarrado por dois jogadores adversários, agarrou ele também o capacete de Rudolph. Com a diferença de força entre os dois jogadores a ser uma realidade, Garrett, conseguiu mesmo retirar o capacete da cabeça do quarterback, mas ao ser agarrado por dois adversários e com o árbitro envolvido, os ânimos pareciam ter-se acalmado.

    No entanto, e já sem capacete, Rudolph parecia querer explicações, e saiu disparado na direção de Garrett.

    Com o capacete do adversário ainda na mão, o defensive end rodou o braço e acertou em cheio na cabeça de Rudolph que, semanas antes, tinha estado sob protocolo de concussão por ter desmaiado em campo com uma pancada na cabeça.

    Ao ver isto, Maurice Pouncey, centre de Pittsburgh, começou a lançar socos na direção de Garrett. Com o defensive end no chão, Pouncey começou depois a tentar pontapear a sua cabeça.

    O confronto acabou por ficar por aí, com os jogadores de ambas as equipas a intervirem e a separarem todos os envolvidos. E com o jogo a ser transmitido na televisão, não demorou muito até a NFL lançar os castigos.

    A carreira de Garrett ficará para sempre marcada por este incidente
    Fonte: Cleveland Browns

    Pouncey recebeu uma suspensão de três jogos, Larry Ogunjobi dos Browns recebeu um jogo e ambas as equipas foram multadas em 250,000 dólares. Mas isso era apenas uma parte.

    Garrett acabou por ser suspenso de forma indeterminada, mas com o mínimo a ser o resto da época regular mais os playoffs. Suspeita-se que a suspensão possa afetar também a próxima época, mas a NFL ainda não o confirmou.

    Já Rudolph recebeu uma multa e evitou qualquer tipo de suspensão.

    É difícil manter-se imparcial à decisão da NFL. A atitude de Myles Garrett é condenável e caso tivesse acertado com outra parte do capacete na cabeça de Rudolph, o resultado poderia ter sido catastrófico. Contudo, não nos podemos esquecer que foi Rudolph quem iniciou a ação e já depois de ter sido separado voltou ao encontro de Garrett à procura de explicações.

    Já no início da época, a NFL teve um caso de violência e a sua resposta foi simples: suspensão até ao final da época sem receber salário. No entanto, o castigado, Vontaze Burfict, era reincidente e tinha um historial de excesso de violência. Myles Garrett nunca teve quaisquer tipo de problemas em termos disciplinares.

    Compreende-se que a liga queira fazer do jogador de Cleveland um exemplo, mas Garrett tem todo o direito em sentir-se injustiçado quando comparamos a sua “sentença” com a do instigador do conflito, Mason Rudolph.

    Foto De Capa: Cleveland Browns

    Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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    Leonardo Costa Bordonhos
    Leonardo Costa Bordonhoshttp://www.bolanarede.pt
    É jornalista desportivo e o andebol e o futebol foram o seu primeiro amor. Com o passar do tempo apaixonou-se também pelo basquetebol e futebol americano, e neste momento já não consegue escolher apenas um                                                                                                                                                 O Leonardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.