Já todos nós, em algum momento, jogámos algum videojogo de futebol como o FIFA ou o PES (agora substituídos por EAFC e EFOOTBALL), mas o mundo do football gaming não nos limita apenas ao controlo dos atletas. Há quem se interesse mais pela parte estratégica do jogo e não tanto pela ação. No fundo, é isso que nos traz o Football Manager (FM), que nos coloca na pele de um treinador de futebol.
Começou como Championship Manager, mas a publicação do CM4 correu tão mal que originou um corte de relações entre a empresa de desenvolvimento do jogo – a Sports Interactive – e a Eidos Interactive, responsável pela publicação do mesmo.
Atualmente, com essa tarefa a pertencer à empresa japonesa Sega Corporation, o Football Manager faz furor entre os fãs, jogadores, treinadores e outras pessoas do futebol desde 2004 (FM05), sendo mesmo uma ferramenta para os membros dos departamentos de scouting encontrarem as futuras estrelas do futebol mundial.
No jogo, o termo comumente utilizado para nos referirmos a esses jovens prodígios é wonderkid. De forma muito simples, um wonderkid é um jogador que tem capacidade para, por exemplo, vencer a Bola de Ouro, desde que seja devidamente desenvolvido. No entanto, é importante relembrar que falamos apenas de um videojogo. O que lá acontece não é necessariamente replicado na vida real.
A partir de uma enorme base de dados, segue-se uma lista de um wonderkid por edição do Football Manager, com muitos que não conseguiram a afirmação na elite do futebol mundial e outros que ainda têm um longo caminho a percorrer.
Football Manager 2005
Nilmar – Estreou-se em 2003, ainda com 18 anos, pela equipa principal do Internacional. Nessa mesma temporada, o jovem avançado brasileiro realizou 37 jogos e apontou 12 golos. Além disso, também em 2003, Nilmar foi uma das estrelas da seleção canarinha vencedora do Mundial sub-20, contribuindo com três golos em sete jogos.
Seguiu-se nova época no plantel principal do Colorado, desta feita com 13 golos em 30 partidas. A ascensão meteórica no clube de Porto Alegre valeu-lhe uma transferência para o, na altura, todo-o-poderoso Lyon, do campeonato francês.
Dotado de uma qualidade técnica muito acima da média e de uma fantástica capacidade de execução, Nilmar não conseguiu ser feliz em França. Uma lesão no joelho atrasou o seu progresso e adiou o sonho de vingar no velho continente para mais tarde. Voltou ao Brasil, vestiu novamente a camisola do Internacional, mas antes até passou pelo Corinthians.
Os melhores anos na Europa foram ao serviço do Villarreal, entre 2009 e 2012. Para os mais esquecidos, Nilmar formou uma dupla fantástica com Giuseppe Rossi no clube da província de Castellón. Em conjunto, marcaram 79 golos distribuídos por duas temporadas. Na época 2011/12, a última de Nilmar e Rossi ao serviço do ‘submarino amarelo’, o Villarreal acabaria por descer de divisão.
Desde aí e até 2017, altura em que o pendurou definitivamente as chuteiras, o brasileiro não voltou a brilhar na Europa e até passou por sérios problemas ligados à saúde mental.
Para a história ficam os golos e os pormenores de classe no relvado, bem como as recordações de uma ‘máquina’ quase imparável no Football Manager.
FM 2006
Fábio Paím – “Se acham que sou bom, esperem até ver Fábio Paím”, disse Cristiano Ronaldo ainda antes de se tornar o astro que é hoje. Também por aqui percebemos que estamos perante uma das maiores promessas do futebol português, mas não foi dentro das quatro linhas que o ex-leão mais se destacou. Aliás, a vida de Fábio Paím daria facilmente lugar a um livro e/ou filme, mas com pouco futebol à mistura.
Destacou-se desde bem cedo nas camadas jovens do Sporting, sobretudo a partir do corredor esquerdo do ataque leonino, tal como Ronaldo, que havia saído para Manchester pouco tempo antes de Fábio Paím, ainda júnior, aparecer como uma futura estrela do futebol no FM.
Veloz, driblador nato e figura central das equipas de formação dos leões, Fábio nunca conseguiu dar o tão esperado salto para o futebol profissional. Aliás, fez apenas sete jogos no escalão máximo do futebol português. Todos na temporada 2007/08, ao serviço do Paços de Ferreira.
Seguiu-se uma aventura em Inglaterra, no Chelsea, mas sem sucesso. Daí para cá, Fábio Paím passou por Angola, Catar, China, Malta, Lituânia, Luxemburgo, Brasil, Polónia e… a prisão. Ainda hoje, o ex-jogador é utilizado como exemplo de que o talento, só por si, não chega para vingar no futebol.
FM 2007
FM 2007
Leandro Lima – Com 21 anos de idade e a jogar no São Caetano, do Brasil, Leandro Lima foi considerado pelo FM como um dos vários ‘wonderkids’ do futebol mundial, em 2007. A qualidade do médio natural de Fortaleza não passou indiferente aos dirigentes do Porto e Leandro Lima tornou-se mesmo jogador dos dragões.
Com um golo marcado em 13 jogos disputados na primeira época de azul e branco, o médio não convenceu Jesualdo Ferreira e acabou emprestado a Vitória FC e Cruzeiro, na época seguinte. Ainda vestiu a camisola da União de Leiria a título definitivo, por meia época, mas o futuro de Leandro Lima não voltaria a passar por Portugal. Ainda assim, o brasileiro não se livrou de estar envolvido numa polémica um tanto quanto caricata.
Em maio de 2008, a Comissão Disciplinar da Liga puniu o ex-atleta do Porto por prestar declarações falsas e apresentar documentos fraudulentos. Em causa está uma diferença de dois anos em relação à sua idade: nasceu a 9 de Novembro de 1985, mas a documentação oriunda da Confederação Brasileira de Futebol indicava 19 de Dezembro de 1987, o que lhe permitiu representar, ilegalmente, a seleção brasileira no mundial sub-20, em 2007. Além disso, verificava-se a alteração de um nome, sendo que o verdadeiro, George, deu lugar a Luiz, completado com Leandro Abreu de Lima.
Não vingou em Portugal, não construiu uma grande carreira no Brasil e não venceu nada na Coreia do Sul, mas é provável que Leandro Lima tenha atingido níveis bastante superiores em vários saves do FM.
FM 2008
Hatem Ben Arfa – Na temporada 2007/08, Ben Arfa disputou 43 jogos e marcou oito golos num fortíssimo Lyon, que venceu três dos quatro troféus internos nessa época. Com apenas 21 anos, não era a maior figura de uma equipa com Juninho Pernambucano, Jérémy Toulalan, Fabio Grosso, Milan Baros e o ainda jovem Karim Benzema, mas não era por acaso que o esquerdino de ascendência tunisina já ia na sua quarta época como profissional. No final da temporada, Ben Arfa agitou o mercado de transferências em França ao trocar o Lyon pelo Marselha, a troco de 12 milhões de euros. Titular indiscutível na primeira época e suplente importante na seguinte, Ben Arfa até chegou a defrontar o Benfica enquanto jogador do Marselha. Na temporada 2009/10, nos oitavos-de-final da Liga Europa, o francês marcou o golo do empate (1-1) na Luz. No entanto, acabaria expulso e impossibilitado de ajudar a equipa na segunda mão, que seria decidida a favor das águias graças ao golo de Alan Kardec. Seguiu-se a ida para Inglaterra e com ela vieram as lesões. Ao longo das cinco épocas ao serviço do Newcastle, Ben Arfa esteve 438 dias lesionado, falhando um total de 148 jogos.
Ainda assim, e como diz o ditado: “depois da tempestade vem a bonança”, fantasista francês ainda foi a tempo de se reencontrar com o craque que havia dentro de si. Ao serviço do Nice, orientado por Claude Puel, Ben Arfa apontou 18 golos e fez sete assistências em 37 jogos, ajudando o emblema do sul de França a conseguir a quarta posição do campeonato. Ainda chegou a representar o PSG, Rennes, Valladolid e Bordéus antes de acabar carreira com 34 anos, no Lille.
Não venceu nenhuma Bola de Ouro, nem sequer conseguiu atingir o nível que se preconizava, mas divertiu sempre quem o estava a ver. Dono de uma velocidade estonteante, não houve muitos como ele no que diz respeito à capacidade drible.
Football Manager 2009
Henri Saivet – É normal que para a esmagadora maioria Henri Saivet seja um nome algo estranho. No entanto, em 2009 era um dos ‘wonderkids’ do Football Manager. Apareceu no plantel principal do Bordéus com apenas 18 anos, na época em que conquistaram o seu último campeonato francês. Muito rápido, habilidoso e capaz de jogar em qualquer uma das posições do ataque, Saivet era visto como o natural sucessor de Thierry Henry. Destacou-se nas seleções jovens de França, sobretudo no Mundial sub-17, em 2007.
Representou o Bordéus, clube de formação, até metade da temporada 2015/16, altura em que decidiu abraçar o projeto do Newcastle. Sem sucesso em Inglaterra, Saivet voltou a França, mas agora para representar o Saint-Étienne, por empréstimo. Mais tarde, seguiram-se cedências a Sivasspor e Bursaspor, da Turquia.
Atualmente, Henri Saivet, que representou a seleção do Senegal por 30 ocasiões, vai na sua segunda época ao serviço do Pau FC, atual nono classificado da Ligue 2. Leva 13 golos e cinco assistência em 52 jogos, no somatório das duas temporadas.
FM 2010
Keirrison – Certamente, este não será um nome estranho para grande parte dos leitores. Em 2006, Keirrison apareceu na equipa principal do Coritiba, na altura a disputar a segunda divisão do futebol brasileiro, com apenas 17 anos. Em seis jogos, ainda foi a tempo de marcar por três ocasiões. No ano seguinte, ainda no estatuto de suplente, participou ativamente na conquista da Série B do Brasil com 21 golos em 58 jogos.
Na primeira época como jogador do Brasileirão e com apenas 19 anos, Keirrison não sentiu a pressão do momento e contabilizou 24 golos em 36 jogos. O jovem avançado brasileiro chamou a atenção do gigante Palmeiras para o qual se transferiu em 2009. Subiu o nível, subiu a exigência, mas Keirrison manteve o rendimento – 24 golos em 35 jogos.
Com apenas 20 anos, o avançado natural de Dourados (Mato Grosso do Sul), já havia marcado 72 golos e disputado 135 jogos. Números impressionantes que chamaram a atenção do Barcelona.
Em 2010, o clube catalão resgatou Keirrison e emprestou-o de imediato ao Benfica. Sem sucesso, rumou em janeiro do mesmo ano à Fiorentina. Seguiram-se empréstimos a Santos e Cruzeiro, até o final da sua história (sem jogos) como jogador do Barça. Daí para a frente, o brasileiro nunca mais conseguiu atingir o nível das suas primeiras épocas da carreira e até chegou a regressar a Portugal, pela porta do Arouca, mas participou em apenas dois jogos.
Tal como acontece com muitos jovens talentos sul-americanos o salto em falso para o velho continente acabou por tramar Keirrison. Um goleador nato que terá tido carreiras brilhantes em vários saves do Football Manager.
FM 2011
Nathaniel Clyne – Formado no Crystal Palace, Nathaniel Clyne estreou-se pela equipa principal com 18 anos, num plantel que contava com o português José Fonte. A disputar a segunda divisão do futebol inglês, as boas exibições de Clyne valeram-lhe o salto para o Southampton, da Premier League.
Os bons anos dos Saints com Mauricio Pochettino no comando valorizam o lateral-direito, que em 2015/16 transferiu-se para o Liverpool a troco de mais de 17 milhões de euros. As duas primeiras épocas foram bastante convincentes, tendo sido o segundo jogador mais utilizado em 15/16 e o mais utilizado em 16/17. Na época seguinte, como em muitos outros casos, a lesão veio dificultar o desenvolvimento do jogador inglês. Clyne esteve de fora durante mais de 250 dias, falhou 44 jogos e perdeu o lugar, primeiro, para James Milner e depois para Alexander-Arnold.
Na temporada de 2018/19, o lateral representou o Bournemouth por empréstimo dos Reds, mas na temporada seguinte uma rotura dos ligamentos cruzados do joelho afastá-lo-ia durante mais de 340 dias dos relvados.
Desde aí, Nathaniel Clyne não tem sofrido com lesões complicadas, mas os dois problemas graves em dois momentos cruciais da sua carreira acabaram por afetar o seu progresso. Ainda assim, chegou a vestir a camisola da Seleção Inglesa por 14 ocasiões. Atualmente, representa o Crystal Palace, novamente, desde a temporada 2020/21.
Football Manager 2012
Juan Iturbe – Em 2011/2012, Juan Iturbe chegava a Portugal como um dos melhores talentos do futebol sul-americano e um dos craques do Football Manager. Numa altura em que qualquer canhoto que aparecia, de estatura baixa e com bom toque era apelidado de “Novo Messi”, o Porto antecipou-se a vários tubarões e adquiriu o passe de Iturbe por pouco mais de quatro milhões de euros.
Nascido na Argentina, mas internacional pelo Paraguai, Juan Manuel Iturbe Arévalos estreou-se pela equipa principal do Cerro Porteno com apenas 16 anos. Apesar de alguns pormenores interessantes, o salto para os dragões não surtiu efeitos positivos na evolução do extremo, tendo sido emprestado ao River Plate e, mais tarde, ao Hellas Verona.
A boa época ao serviço do emblema de Verona fez com que a Roma se interessasse pelo atleta. Provavelmente, naquela que foi a sua melhor época da carreira, Iturbe foi o 15.º jogador mais utilizado por Rudi Garcia, tendo contribuído com quatro golos e duas assistências em 37 partidas. A Roma acabou essa temporada na 2.ª posição do campeonato italiano. Essas duas temporadas de futebol italiano parecem ter sido a exceção numa carreira muito longe de fazer jus ao talento do jogador.
Passou por Inglaterra (Bournemouth), México (Pumas), Grécia (Aris) e Brasil (Grémio) até voltar a casa. Nesta temporada, ao serviço do Cerro Porteno, soma dois golos e uma assistência em dois jogos.
FM 2013
Iker Muniain – Falar de Iker Muniain é falar do Athletic Bilbao e vice-versa. Nascido em Pamplona, no País Basco, estreou-se com 17 anos na equipa principal do Athletic e não conheceu outro clube até hoje. Em 2012/13, com Marcelo Bielsa no comando, Muniain já era uma das peças basilares dos Leones de San Mamés.
Centro de gravidade baixo, muita habilidade técnica, inteligência e daqueles jogadores capazes de levantar um estádio com naturalidade, Muniain prometeu muito nos seus primeiros anos de carreira. Por trás do avançado ou a partir do corredor esquerdo, parecia destinado a voos muito altos, nos maiores clubes do planeta. Até pode não ter atingido esse patamar, mas o espanhol construiu uma carreira sólida no futebol espanhol, ainda para mais no seu clube do coração.
Hoje, com 31 anos e depois de um longo historial de lesões, que inclui duas roturas dos ligamentos cruzados do joelho, já não é um dos indiscutíveis do clube basco, mas lá permanece com a ‘10’ e a mesma alegria de sempre. É uma instituição dentro de outra instituição.
FM 2014
Lucas Silva – Tinha apenas 19 anos quando fez a sua estreia pelo plantel principal do seu clube de formação, o Cruzeiro, em 2012. Dois anos depois, venceu o Brasileirão com o emblema de Belo Horizonte. Somou um golo e uma assistência em 42 jogos. A ótima temporada do médio-defensivo brasileiro, que se destaca sobretudo pela capacidade de passe e inteligência nas ações, resultou na sua saída para o Real Madrid.
Os merengues pagaram 13 milhões de euros por Lucas Silva. Fez apenas nove jogos na primeira temporada e não mais voltou a vestir a pesada camisola do emblema madrileno. Seguiram-se quatro anos de empréstimos consecutivos – um ao Marselha e três ao Cruzeiro.
Em 2019, fez parte do plantel da Raposa que desceu à Série B, mas acabou por ficar no escalão máximo do futebol brasileiro a representar o Grêmio. Voltou a casa em 2023 e, agora com 30 anos, prepara-se para mais uma época a defender o emblema do Cruzeiro.
Football Manager 2015
Alen Halilovic – Já aqui falámos de talentos que apareceram muito cedo no futebol e que depois, fruto de diversas circunstâncias, não conseguiram confirmar todo o talento que mostraram ao longo da formação.
Alen Halilovic foi mais um desses nomes e foi um dos wonderkids mais contratados do Football Manager. Apareceu em 2012/13, quando ainda só tinha 17 anos, na equipa principal do Dinamo Zagreb, plantel onde estava inserido o defesa português Tonel. Nessa primeira época, o jovem médio croata fez logo 20 jogos e apontou dois golos.
Na seguinte, chegou ao TOP 15 de jogadores com mais minutos do plantel, realizou 46 partidas e marcou por 6 ocasiões. Mais do que os números, as exibições de Halilovic começaram a chamar a atenção dos tubarões europeus.
O Barcelona antecipou-se e contratou o jovem por 5 milhões de euros. A partir daí, a história é “mais do mesmo”. Reconheceu que os primeiros dois anos correram bem, mas depois faltou-lhe paciência. Para a história, fica apenas um jogo no plantel principal.
Após a boa temporada de 2015/16, ao serviço do Sporting Gijón, por empréstimo do Barça, Halilovic só voltou a fazer mais de 20 jogos numa temporada por duas ocasiões. A primeira em 2017/18, onde disputou 21 partidas com a camisola do Las Palmas e a segunda é nesta presente temporada, ao serviço do Fortuna Sittard. Pelo meio, com algumas lesões à mistura, representou Hamburgo, Milan, Standard Liège, Heerenveen, Birmingham e Reading.
FM 2016
Jordon Ibe – Tinha 16 anos (!) quando, em 2011/12, fez o seu primeiro jogo como profissional. Foi ao serviço do Wycombe Wanderers, da League One.
Seguiu-se o Liverpool, na época seguinte, com direito a assistência no primeiro jogo com a camisola principal dos Reds. O extremo inglês passou por empréstimos a Birmingham e Derby County, e até pela equipa sub-21 do Liverpool, até se fixar no plantel principal do gigante inglês.
Fez 44 jogos (quatro golos e quatro assistências) e foi o 14.º jogador do plantel mais utilizado do plantel. Mesmo assim, Jordon Ibe não convenceu Klopp, que viria a contar com Sadio Mané, e foi vendido ao Bournemouth na temporada seguinte.
Atualmente, com 28 anos, Ibe é jogador do Ebbsfleet United, 21.º classificado do quinto escalão do futebol inglês. Antes disso, em 2021, Ibe falou abertamente sobre o seu estado de saúde mental. O anglo-nigeriano passou por uma depressão, a qual descreveu como tendo sido a “época mais negra” da sua vida.
Football Manager 2017
Léo Jabá – É uma das figuras do plantel do Estrela da Amadora no seu à elite do futebol nacional, mas Léo Jabá parecia destinado a outros voos no início da sua carreira. Em 2016, com 17 anos, estreou-se na equipa principal do Corinthians. Na temporada seguinte, fez 17 jogos pelo Timão e acabou vendido ao Akhmat Grozny, da Rússia.
Seguiu-se uma aventura no PAOK, onde chegou a ser treinado por Abel Ferreira, mas com ela vieram as lesões. Entre 2019 e 2022, foram quatro lesões e uma infeção por coronavírus. No total, foram 32 jogos falhados por Jabá.
A situação mais tensa e problemática ocorreu em 2019, quando, após uma cirurgia no ligamento colateral do joelho direito, o extremo brasileiro teve sérias complicações depois de contrair uma infecção hospitalar. Passou dez dias intensos no hospital com febre de 40 graus, injeções, risco de morte e sete quilos a menos.
Quase cinco anos depois, procura reencontrar-se com o futebol que o levou a ser cotado como uma das maiores promessas do Brasil em 2017.
FM 2018
Pietro Pellegri – Pietro Pellegri é daqueles que ainda tem um longo caminho a percorrer, até porque tem apenas 22 anos. No entanto, o jovem avançado italiano apareceu na época 2016/2017, quando tinha apenas 16 anos. E apareceu em grande! Estreou-se a titular no dia 28 de maio de 2017, um dia marcado pela despedida da lenda Francesco Totti dos relvados. A Roma venceu por 3-2, mas até foi o Genoa quem entrou a vencer na partida, com um golo do próprio Pietro Pellegri, o primeiro como sénior.
Já tinha sido o mais novo de sempre a estrear-se no Campeonato Italiano, mas não quis ficar por aí. Pellegri tornou-se, na temporada seguinte, o jogador mais novo de sempre a bisar na Serie A. O incrível início de carreira fez com que a cobiça pelo seu passe fosse imensa, tendo o Monaco conseguido a compra do jogador por um valor perto dos 21 milhões de euros.
Não correu bem a aventura em França (apesar da estreia pela Seleção de Itália ter ocorrido enquanto jogador do Monaco) e, deste modo, o clube monegasco achou por bem emprestá-lo, primeiro, ao Milan e de seguida ao Torino. Os números não foram convincentes, mas o clube de Turim acabou por comprar o passe do avançado italiano por uma verba ligeiramente inferior aos 5 milhões de euros.
Na temporada passada, em 20 encontros, Pellegri apontou quatro golos e fez uma assistência. Esta época, com 17 partidas disputadas não tem qualquer golo ou assistência.
As lesões têm sido o grande calcanhar de aquiles de Pellegri, pelo que o historial já é longo. Entre clubes e seleção, Pellegri já falhou mais de 200 jogos devido a lesões.
FM 2019
Mickael Cuisance – Começou a dar os primeiros toques na bola em Estrasburgo, a sua cidade natal, mas foi no Nancy que ”completou” a formação. As aspas não são por acaso. Efetivamente, Mickael Cuisance não chegou a completar todo o seu processo natural de formação enquanto jogador de futebol.
As boas prestações no Euro Sub-17, em 2016, ao serviço da Seleção Francesa e na equipa de juvenis do Nancy, despertaram o interesse dos responsáveis do Borussia Monchengladbach. Dieter Hecking, o treinador, chamou o jovem para os trabalhos de pré-época e ficou encantado com as suas qualidades.
Ainda com 18 anos, ficou no plantel principal e realizou 26 jogos, contribuindo com uma assistência. Na temporada seguinte, em 2018/2019, participou menos nos jogos da equipa principal, mas isso não coibiu o Bayern de Munique de avançar para a compra do talentoso médio francês. Na Baviera, mostrou pormenores interessantes (e até dignos de craque), mas faltou-lhe continuidade. Seguiu-se um empréstimo ao Marselha, mas novamente sem grande sucesso. Depois, uma aventura em Itália, primeiro, no Venezia e de seguida na Sampdoria.
Atualmente, com apenas 24, Cuisance vai a tempo de voltar a mostrar a magia do seu pé esquerdo nos maiores palcos do futebol europeu e também em edições futuras do Football Manager. Para já, atua na segunda divisão do futebol alemão, representando o Osnabruck.
Football Manager 2020
Ilaix Moriba – Nasceu na Guiné (Conacri), mas mudou-se para Espanha ainda muito novo. Fruto da qualidade evidenciada desde muito novo, e como acontece com muitos outros jovens, andou sempre nos escalões acima. Nesse sentido, a sua chegada ao plantel principal com 18 anos acabou por ser natural, ainda para mais no Barcelona.
O momento da equipa não era positivo e o treinador, Ronald Koeman, chamou à ação o médio guineense. Disputou 18 encontros e contabilizou uma assistência. Na temporada seguinte (2021/22), por força dos problemas financeiros do clube catalão, acabou por ser vendido ao Leipzig por 16 milhões de euros. Em janeiro, foi cedido ao Valência, e por lá ficou um ano e meio.
Nesta temporada, sem qualquer jogo disputado pelo Leipzig, foi recentemente oficializado como reforço do Getafe por empréstimo. Desse modo, depois da sua participação na CAN, Moriba será colega de equipa de Domingos Duarte. Tem 21 anos, muito pela frente, mas é notório que o jovem médio tem sentido dificuldades para singrar na elite do futebol.
FM 2021
Mohamed Ihattaren – Despontou aos 16 anos no PSV, na altura treinado por Mark van Bommel, mas não tem sido fácil a sua afirmação. Polémicas extra-futebol, saúde mental frágil e uma vida pós-PSV com poucos jogos têm atrasado o desenvolvimento de, em tempos, um dos maiores prodígios do futebol europeu.
Em 2019/20, com 18 anos, apontou sete golos e fez sete assistências em 33 encontros. No ano seguinte, sob as ordens de Roger Schmidt, perdeu o lugar no onze inicial, mas, ainda assim, registou três golos e duas assistências em 29 jogos. Números que lhe valeram uma transferência para o futebol italiano.
A poderosa Juventus adquiriu o passe do jovem médio-ofensivo, mas não seria sequer utilizado por uma ocasião. Os empréstimos a Sampdoria e Ajax não surtiram efeitos positivos, fazendo com que os responsáveis da vecchia signora optassem por se desfazer do neerlandês. Atualmente, com 21 anos, tem contrato desde dezembro de 2023 com o Slavia de Praga.
FM 2022
Giovanni Reyna – Para começar, Giovanni Reyna, só por si, já é uma verdadeira sociedade das nações. Nasceu em Inglaterra, cresceu nos Estados Unidos da América (tal como o pai o fazia, representa os Yankees nas competições de seleções), mas ainda tem nacionalidade argentina (avô paterno) e portuguesa (avó materna).
No que ao futebol diz respeito, emigrou para o futebol alemão com apenas 16 anos, para representar o Borussia Dortmund. Aos 17, estreou-se na equipa principal, com Lucien Favre no comando técnico.
Alguma irregularidade e constantes problemas musculares têm dificultado o jovem médio-ofensivo na sua afirmação dentro do plantel do Borussia. Aos 21 anos, Giovanni Reyna é a maior esperança do futebol norte-americano.
FM 2023
Endrick – Desde os tempos de Neymar no Santos que não se via tanta esperança depositada pelo povo brasileiro em cima de um jovem jogador de futebol. Endrick começou a ganhar destaque aos 15 anos e com 16 já havia marcado os primeiros golos com a camisola do Palmeiras.
Parece ter tudo para ser um dos próximos fenómenos do futebol mundial, mas este é um momento que exige especial cautela por parte de todos. Inúmeros são os casos (especialmente neste artigo) de jogadores que apareceram cedo no Football Manager e cedo “desapareceram”. Endrick vai reforçar o Real Madrid no verão deste ano e há uma grande possibilidade de os merengues virem a ter um ataque cem por cento brasileiro, com o jovem a juntar-se a Vinicius Júnior e Rodrygo.
Aos 17 anos, o jovem avançado natural de Taguatinga até já começou a escrever a sua história no escrete. Estreou-se na mais recente derrota com a Colômbia. Na última temporada, sob as ordens de Abel Ferreira, participou em 53 jogos pelo Palmeiras e marcou por 14 ocasiões.
Football Manager 2024
Lamine Yamal – Só na temporada passada é que ouvimos realmente falar deste nome, mas, pelos vistos, Lamine Yamal já é seguido pelos jornais espanhóis desde 2019, quando ainda tinha 12 anos. Na altura, a MARCA publicou um artigo com o título: “Lamine Yamal mostra tons de Messi”.
A verdade é que três anos depois, de forma completamente inesperada para grande parte do mundo do futebol, o jovem estreou-se pela equipa principal do Barcelona. Tinha apenas 15 anos! Esta temporada, já com 16, é o 12.º jogador mais utilizado por Xavi. Em 30 jogos, o extremo soma três golos e três assistências. Também por La Roja, Yamal não se cansa de bater recordes. No mesmo dia e jogo, tornou-se o mais jovem de sempre a vestir e a marcar com a camisola da Seleção de Espanha.
De acordo com a atualidade, o Barcelona não é propriamente o clube mais bem gerido e treinado do mundo, mas continua a ser um espaço propício a uma evolução positiva dos jovens atletas. Yamal tem provado que para além de ser o futuro, é já o presente de um dos maiores clubes do mundo. Prima pela técnica e imprevisibilidade, mostrando recursos e qualidade suficientes para assumir qualquer posição do ataque catalão.
