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Banalização e plastificação numa era de marketing e redes sociais

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Para os benfiquistas, ir ao Estádio da Luz é um sentimento inexplicável. A emoção, a mística e o ambiente são únicos e especiais. Afinal, trata-se do local onde o “nosso” clube já alcançou e saboreou muitas conquistas.

Isso é certo e garantido! No entanto, há uma lógica mais forte que se impõe com a evolução natural dos tempos que se vivem. É uma época em que o digital faz parte da vida de clubes e adeptos, por onde mostram a realidade que estão a vivenciar. No caso dos clubes, as plataformas digitais e a importância do marketing são altamente pensadas para influenciar, atrair e transportar os adeptos para um meio onde se sentem “em casa”, mas onde há vários objetivos inerentes a cumprir: dinheiro a ser feito e uma imagem de excelência a passar para o país e o mundo. É com esse propósito que aparecem as redes sociais.

Acreditem em mim, acho ótimo para um clube mostrar que tem os melhores adeptos do mundo e é bom viver a emoção de entrar no campo e sentir toda a magia acontecer ao redor. Porém, há outro lado da moeda.

O elevar do cachecol é uma das principais formas de expressão dos adeptos nas bancadas
Fonte: SL Benfica

De modo a comprová-lo, começo por confirmar a tese de que as redes sociais estão a transformar o mundo e o conceito de ser adepto em particular. No caso dos clubes, é evidente que a necessidade de fazer dinheiro e mostrar o seu forte império são uma das suas matrizes principais. Do lado de quem preenche as bancadas, a essência de ir ao Estádio mantém-se, é certo, mas será que não se começa, aos poucos, a banalizar uma simples ida à Luz, pelo facto de tudo o que nos vão apresentar ser tão previsível? No fundo, mais do mesmo, quero eu dizer!

A minha resposta é afirmativa e vale apenas o que vale, tal como a minha opinião. A sequência acaba por ser sempre a mesma, o que torna as coisas repetitivas. Como se isto não bastasse, o ecrã do Estádio ainda nos dá indicações com frequência para a forma como nos devemos comportar nas bancadas. Parece que nos estão a educar, o que acho desnecessário! Reparei nisto na recente – não tão recente quanto isso – moda de acender a lanterna do telemóvel. No último jogo que fui assistir, contra o Marítimo, a certa altura, olhei para o ecrã e vi a indicação para [os adeptos] tirarem o telemóvel do bolso e acenderem as luzes. Fiquei espantado por dentro, enquanto assistia a mais uma goleada na Catedral. Porquê? Qual a lógica de sermos constantemente lembrados? Incendiar as redes sociais? Tirar um pouco da essência do que é apoiar o clube num jogo de futebol?

Para alimentar ainda mais estas inquietações, é com surpresa que verifico que tudo isto serve apenas e só para dar de comer – peço desculpa pela expressão – as redes sociais do clube, com bastante conteúdo e uma quantidade infernal de gostos, partilhas e comentários.

Deixo-vos mais exemplos (dos quais tenho conhecimento de causa), que também são referidos num dos textos de O Benfiquista Crítico:

  • Habitualmente entoado em plenos pulmões, o hino do Benfica é agora acompanhado pela música original de Luís Piçarra nas colunas do estádio, o que tira a essência de acompanhar um dos momentos mais arrepiantes na Luz.
  • O golo, outro dos momentos mais especiais, banalizou-se por completo. Como se os festejos, carregados de significado, não fossem suficientes, juntou-se uma música dita popular – estrangeira – a fazer lembrar uma discoteca em festa. É certo que se trata de uma festa, mas não está a ser feita numa discoteca, pois não?
  • Por último, o acender das lanternas de que já falei e a utilização de cartolinas, ambas medidas adotadas do estrangeiro, servem apenas para embelezar as redes sociais e manter o estatuto de grande representatividade do clube para todo o país. Como se o que se passa no Estádio não fosse suficiente…

Enfim, estes são alguns dos muitos exemplos que acredito que continuam a acontecer. É sobretudo o fruto de uma transformação e globalização do digital que afeta tanto adeptos como clubes. Da nossa parte, contribuímos com idas ao Estádio e apoio frenético onde quer que estejamos. Mas será que da outra parte somos tratados com verdadeiro carinho e afeição? Ou como meros objetos para alimentar as máquinas que são as redes sociais desta vida? Deixo estas questões para reflexão, com a intenção de alertar para uma realidade que, por vezes, não está ao nosso total alcance.

Foto de Capa: SL Benfica

Miguel Catarino
Miguel Catarinohttp://www.bolanarede.pt
Aspirante a jornalista, destaca-se pela polivalência. Escreve sobre o SL Benfica e WWE, que acompanha com frequência há 12 anos.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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