Portugal 5-5 Itália (2-0 G.P): São Girão permite continuar a sonhar

Por culpa própria e também pela conjugação de resultados pouco favorável, Portugal tinha pela frente nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo um osso bastante duro de roer: a Itália. Nos últimos cinco encontros entre as duas seleções, a balança pendia ligeiramente para o lado português: três vitórias para Portugal e duas para a congénere italiana. O último encontro havia acontecido na meia-final da Taça das Nações (Torneio de Montreux) em que a seleção portuguesa triunfou por 3-2.

A seleção italiana apresentava um conjunto de jogadores bastante jovens e com algumas caras bem conhecidas do público português, como por exemplo Giulio Cocco, que atua no FC Porto. Nota para o facto de o jogador portista ser o único presente nesta convocatória que não atua no campeonato italiano.

ENTRADA A FRIO CORRIGIDA COM REAÇÃO DE CAMPEÃO

Logo no primeiro minuto da partida, Gonçalo Alves ameaçou a baliza italiana. No entanto, os italianos entraram mais esclarecido. Primeiro, Federico Ambrosio ameaçou e, pouco depois, após perda de bola infantil de Henrique Magalhães, o mesmo Ambrosio não facilitou e na cara do guardião português inaugurou o marcador. A este nível, este tipo de erros não se pode cometer.

Se o panorama já não era o melhor, pior ficou. Após um ressalto à entrada da área portuguesa, Alessandro Verona, com um pormenor delicioso dilatava a vantagem transalpina para dois golos. Fica a ideia de que Ângelo Girão poderia ter feito algo mais. Pior arranque seria difícil para Portugal.

Não tardou para que o selecionador português, Renato Garrido, pedisse o primeiro desconto de tempo. Para além de alguma desinspiração ofensiva, os seus comandados estavam a cometer demasiados erros do ponto de vista defensivo.

E parece que essa pausa fez a seleção portuguesa acordar. Hélder Nunes, que, como já é habitual, era um dos mais inconformados, esteve por duas vezes perto do golo. Depois, após assistência brilhante do agora jogador do Barcelona, Jorge Silva reduzia para Portugal.

Após o golo do jogador da Oliveirense, Portugal continuou com o pé no acelerador. O mesmo Jorge Silva esteve perto de bisar e Hélder Nunes continuava a ameaçar de longe. Do lado italiano, um dos mais perigosos era Verona, que, na próxima época vai reforçar a equipa do Sporting.

Quando as equipas se preparavam para o intervalo, e numa decisão que, muito sinceramente, me deixa grandes dúvidas, Illuzzi jogou a bola com o patim dentro da grande área. Convém recordar que as regras indicam que, quando o jogador joga a bola com o patim de forma intencional, é considerado falta.

Gonçalo Alves, um exímio marcador de grandes penalidades, não facilitou e empatava a partida a dois golos.

Uma primeira parte que fica marcada por um arranque algo desligado da seleção portuguesa. A partir do desconto de tempo de Renato Garrido, a história foi outra e Portugal foi mais eficaz, do ponto de vista defensivo e ofensivo.

O desconto de tempo de Renato Garrido foi fundamental para a seleção portuguesa
Fonte: Federação Portuguesa de Patinagem – FPP

ENTRADA FORTE CHOCA COM EFICÁCIA ITALIANA

Talvez por isso mesmo, os jogadores portugueses entraram na segunda parte mais agressivos e foi por pouco que não passavam para a frente do marcador. João Rodrigues, primeiro, e depois Hélder Nunes estiveram perto do golo.

No entanto, e totalmente contra a corrente do jogo, a seleção italiana voltava a colocar-se na frente do marcador. Numa bela jogada, Ambrosio assistiu para Giulio Coco que não facilitou.

Pouco depois, e num cenário semelhante ao da primeira parte, os italianos dilataram a vantagem. Em mais uma transição, situação em que Portugal tem claramente que melhorar, Verona assistiu Andrea Malagoli.

O tempo era agora o maior inimigo da seleção portuguesa. Quando o relógio indicava que faltavam apenas 12 minutos para o fim, Gonçalo Alves foi carregado dentro da grande área e a equipa de arbitragem assinalou grande penalidade. Desta vez, decisão correta. Contudo, e numa excelente intervenção do guarda-redes italiano, o jogador do FC Porto não conseguiu converter.

Logo no minuto seguinte, e em mais uma transição, Rafa viu o cartão azul. É verdade que nestas situações o critério do árbitro é bastante subjetivo. Todavia, pareceu-me algo excessivo a mostragem do cartão azul ao jogador português.

Estava na hora de umas das principais figuras da seleção portuguesa dizer presente: Ângelo Girão. E disse mesmo. No livre direto, o guardião português impediu que Giulio Coco marcasse novamente.

No período de powerplay, Portugal conseguiu evitar que os italianos aumentassem a vantagem para três golos. Se tal tivesse acontecido, dificilmente os portugueses teriam conseguido dar a volta no marcador.

Quando já seriam poucos os que acreditavam na reviravolta, e em mais um momento de pura magia de Hélder Nunes. O antigo jogador do FC Porto isolou João Rodrigues e o mesmo não facilitou e reduziu para a seleção portuguesa.

Correndo o risco de me tornar repetitivo, Hélder Nunes – quem mais? – protagonizou um dos momentos da noite. Ainda no meio campo português, o internacional português disparou uma autêntica bomba. Um golo que será, certamente, um dos melhores da competição. Estava empatada a partida.

Quando já tudo apontava para o prolongamento, Rafa, numa ação pouco compreensível e de certa forma algo infantil, rasteirou por trás Alessandro Verona. Faltavam apenas 29 segundos para o fim e era a décima falta para Portugal, bem como, e bem, foi mostrado o cartão azul ao jogador do FC Porto.

Mas é nos grandes momentos que os grandes heróis aparecem. Tal como aconteceu ao longo de toda a temporada ao serviço do Sporting, Ângelo Girão voltou a ser decisivo. Desta vez, era Ambrosio que tentava bater o guarda-redes português. Mudou o marcador, mas o destino foi o mesmo. Girão foi enorme e impediu o golo dos italianos que ditaria, quase certamente, a eliminação portuguesa.

Ângelo Girão, à direita na imagem, foi a principal figura da seleção portuguesa no encontro frente à Itália
Fonte: Federação Portuguesa de Patinagem – FPP

O jogo ia assim para o prolongamento sendo que os comandados de Renato Garrido sabiam que iriam iniciar essa fase com menos um jogador.

INFANTILIDADES CORRIGIDAS PELO HERÓI DO COSTUME

Logo no primeiro minuto, e em mais um erro de Henrique Magalhães, Federico Ambrosio redimiu-se do livre direto falhado minutos antes e colocava a Itália novamente em vantagem.

As coisas já não estavam famosas e eis que Gonçalo Alves fez falta sobre Giulio Coco e viu o cartão azul. No meu entender, decisão correta da equipa de arbitragem. Pedia-se novamente a Ângelo Girão que mantivesse Portugal vivo neste Campeonato do Mundo. E assim foi. Alessandro Verona, que será colega de Girão na próxima temporada, já havia falhado um livre direto e voltou a fazê-lo. Mais uma excelente intervenção do guarda-redes português.

Passados poucos minutos, Henrique Magalhães supostamente agrediu o jogador italiano. Digo supostamente porque foi algo que só mesmo a equipa de arbitragem é que viu. A seleção italiana tinha assim direito a novo livre direto. Voltou a mudar o marcador, mas o destino foi o mesmo. Giulio Cocco tentou bater Girão, mas o internacional português é um autêntico monstro das balizas e impediu mais uma vez o golo italiano.

Após o livre, e num gesto de pouco desportivismo, Ambrosio empurrou Jorge Silva contra a tabela e viu o cartão azul. Na conversão de mais um livre direto, Hélder Nunes enviou a bola à barra por duas vezes e Barozzi ainda defendeu uma terceira recarga. Um lance inacreditável.

Já na segunda parte do prolongamento, e em situação de powerplay, Ângelo Girão saiu da baliza e iniciou aquela queria seria a jogada que restabelecia a igualdade no marcador. Junto ao poste, João Rodrigues correspondeu na perfeição ao passe de Gonçalo Alves e colocava alguma justiça no resultado.

Naquele que foi um dos melhores jogos da competição, se não mesmo o melhor, parecia escrito nos livros que o vencedor só se decidiria nas grandes penalidades. Assim foi. Ângelo Girão voltou a dizer presente e defendeu todas as grandes penalidades apontadas pelos italianos. Cocco, Malagoli, Illuzzi e Cinquini esbarraram na muralha portuguesa.

Portugal marca assim encontro com a seleção espanhola. Hoje, valeu São Girão. No entanto, para bater os espanhóis, a jogar em casa, será preciso muito mais competência. A seleção portuguesa é capaz de jogar um hóquei de um nível bastante superior ao que demonstrou hoje, sobretudo com uma prestação bastante superior no que capítulo defensivo diz respeito.

Duarte Pereira da Silva
Duarte Pereira da Silva
Do ciclismo ao futebol, passando pelo futsal ou o andebol, quase todos os desportos apaixonam o Duarte. Mas a sua especialidade é o ténis, modalidade que praticou durante 9 anos.                                                                                                                                                 O Duarte escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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