Nas Varandas da FIFA

O termo que resume a seguinte dissertação é “ilusória”. Não no sentido utópico da palavra, mas na ignomínia que a circunscreve. Teço o paralelismo com a igreja e o ato de confissão, ciente do meu fundo agnóstico e, digamos, cético. Ora, ação é completamente infrutífera: uma pessoa ajoelha-se, segreda com o Reverendo e relata as infâmias cometidas e depois?  O vigário ordena as preces a palrar, nós, devotamente, (pelo menos é o objetivo) seguimo-las à risca e adiamos o mais possível a nova visita. A terapia resultou ou não? Os remendos foram cosidos com agulha e novelo de lã? Pois, ninguém sabe… O meu palpite aponta para a descrença acerca de tal teoria.

Frederico Varandas, nos primeiros dias de estágio na Suíça, visitou a sede da FIFA em Zurique e reuniu-se com Gianni Infantino. Atenção, não exprobro a iniciativa do líder leonino, muito pelo contrário porque o diálogo sempre foi, desde os primórdios, a álea expediente e da metamorfose. Censuro, sim, a posição daqueles que efetivamente se superiorizam, da entidade que meneia e regula o futebol. Falou com o Robin dos Bosques no pensamento, propôs a regularização do mercado de transferências, alertando para as receitas que não chegavam integralmente aos clubes e ainda para o rapto precoce de futuros diamantes por lapidar.

Frederico Varandas aproveitou a deslocação à Suiça para se encontrar com Gianni Infantino, o presidente da FIFA
Fonte: Sporting CP

A investida era bem-intencionada. Porém, a surdez subsistirá. Designo as conversas como falares libidinosos. Por momentos, acende-se aquela vontade sôfrega onde a única preocupação é, realmente, solucionar os factos dúbios; porém, a fugacidade tudo molda e reduz a cinzas toda e qualquer possibilidade de consenso. Infelizmente, sinto que muitos adeptos interpretam o debate como um confesso típico de um missal, aquele rogo que se verte sempre que se lá vai e que, no final, termina com um cumprimento cordial, simbolizando o carimbo. Uma balela pegada!

O êxito é fadado aos tubarões e às baleias. Sardinhas carecem de autoridade e prestígio para incitar à mudança. O poder confina-se ao numerário e, quem o detém, acena com as verbas e os salários chorudos: os petizes, aqueles que são, não a prata, mas o genuíno ouro da casa, deixam-se enfeitiçar pelo calhamaço, os pais são adquiridos (perdão, persuadidos) a permitir que eles adejem para outras superfícies. Os ricos cada vez mais abonados, os pobres comendo as passas….

A justiça procura-se, a igualdade idem. Enquanto tal não acontece, a redação é inconsequente, bem como o diálogo, bem como os confessos. O melhor é seguirmos o exemplo de Santo António…

Foto de Capa: Sporting CP

artigo revisto por: Ana Ferreira

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