Juventus FC 2-1 Hellas Verona FC: “Vecchia Signora” vence, mas não convence

    Em jogo da quarta jornada da Série A, a Juventus venceu o Hellas Verona por duas bolas a uma. Deste encontro, fica a “ousadia” dos forasteiros que, apesar da derrota, apresentaram um futebol mais atrativo que o da heptacampeã italiana.

    Após jornada europeia, era tempo de mudar o “chip”. Uma competição diferente, muitas alterações no onze, mas com o mesmo objetivo: vencer. O regresso do “eterno” Buffon, a estreia absoluta de Demiral, a aposta em Ramsey e uma frente de ataque “alternativa” com Dybala no centro, foram novidades que se fizeram sentir na dinâmica da equipa, principalmente na primeira parte.

    O primeiro momento de frisson saiu dos pés de Cristiano Ronaldo, com um remate por cima da trave (14’). Pode ser fruto da falta de golos, mas vemos um Ronaldo, como tem sido nos últimos tempos, demasiado “queixoso”, ao mínimo toque cai e reclama veemente.

    Decorria o minuto 20, quando o central turco que passou pelos quadros do Sporting CP, cometeu um penalti de forma imprudente. Ele promete, mas dêem-lhe tempo… Penalti esse, que foi desperdiçado à primeira por Di Carmine e à segunda por Lazovic. Na sequência do lance, foi o internacional português, Miguel Veloso, “à lei da bomba” a fazer um golaço daqueles a relembrar os seus velhos tempos.

    Duro revés para a ‘Juve’, que, depois de um jogo bem conseguido na Liga dos Campeões, se viu obrigada a virar o resultado. Até ao momento, apresentava um futebol previsível, lento e pouco atrativo… Apenas através de jogadas individuais tentavam chegar ao golo. Um bom exemplo disso foi o tiro de longe por intermédio de Ronaldo (30’) e logo depois, o golo de Aaron Ramsey, que com alguma sorte, se estreou a marcar pela nova equipa (31’).

    É de louvar a atitude, organização e qualidade da equipa do Hellas. Até ao intervalo, uma equipa personalizada, que apesar de ter menores recursos, não se limita a defender e a jogar no “chutão” para a frente, como acontece noutros campeonatos…

    No regresso aos relvados, mais um erro clamoroso de Demiral que podia ter saído caro (arriscou um passe em zona recuada e pôs a bola nos pés de um adversário).

    E mal os adeptos tinham voltado aos seus lugares, Gunter rasteirou Cuadrado dentro de área. O árbitro não teve dúvidas e apontou para a marca dos onze metros. E quem mais haveria de ser? O suspeito do costume, CR7 marcou o seu segundo golo nesta edição da Série A (49’). Sem fazer muito para tal, a “Vecchia Signora” apanhou-se a ganhar por duas bolas a uma.

    A par de Matuidi, Ronaldo foi dos mais inconformados em campo
    Fonte: Juventus FC

    Aos 64’, Zaccagni rematou de longe para defesa de Buffon, que aos 41 anos, continua a provar a velha máxima de que “velhos são os trapos”. E como já nos tem habituado, desde o final da época passada, a “Juve” passa sempre por grandes dificuldades nos finais das partidas (sem justificação plausível). É de destacar (pela negativa) que foi encostada às cordas durante largos minutos por uma equipa com objetivos totalmente diferentes.

    Aproximava-se o final da partida, quando Lazovic viu Buffon negar-lhe aquele que seria o golo do empate (89’). Já no tempo de compensação, Matuidi, o mais inconformado dos da casa, ultrapassou o guarda-redes contrário e atirou ao lado. Pouco depois, e outra vez o internacional francês “contra o mundo”, sofreu um toque à entrada da área que levou à expulsão de Miguel Veloso.

    É verdade que defrontou uma bela equipa, mas a Juventus, em casa, tem de dominar os adversários do primeiro ao último minuto. Algo que ainda não acontece. Não questiono o trabalho de Sarri (até porque ainda é cedo), mas só o tempo dirá se é o homem certo para comandar a melhor equipa italiana.

    Também é verdade que a temporada é muito longa e há que “rodar” jogadores, dada a qualidade em quantidade que tem ao seu dispor. A meu ver, apresentou de início, uma ala direita demasiado cautelosa (com Danilo atrás e Cuadrado à frente, ele que nem sequer é um extremo puro). Ramsey ainda joga como um “corpo estranho” naquele meio campo. Dybala não é e nunca será um numero nove. Até via mais Ramsey como falso nove, do que o argentino.

    Entrou para os últimos vinte minutos, mas nota-se que Higuaín (jogador “fetiche” de Sarri) já não serve para um clube com as ambições da “Juve”… Não tem os atributos de outros tempos. Até me pergunto, se não valeria mais a pena, ter ficado com Moise Kean, do que com um jogador que caminha para a “reforma”… Não tanto pela idade (31 anos), mas pelo que faz em campo.

    Do lado dos helladini, individualmente, Miguel Veloso impressionou-me. Joga e faz jogar. Está no campeonato certo para continuar a espalhar o seu futebol. É o pêndulo desta equipa. Aliados à experiência, destaco os cruzamentos e remates venenosos.

    ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES

    Juventus FC: Buffon, Danilo, Bonucci, Demiral, Alex Sandro, Bentacur (Pjanic, 51’), Matuidi, Ramsey (Khedira, 60’), Cuadrado, Dybala (Higuaín, 72’) e Ronaldo.

    Hellas Verona FC: Silvestri, Rrahmani, Kumbulla, Gunter, Veloso, Ambrabat (Pazzini, 84’), Faraoni, Lazovic, Verre (Pessina, 59’), Zaccagni (Tutino, 73’) e Di Carmine.

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    Filipe Carvalho
    Filipe Carvalhohttp://www.bolanarede.pt
    O Filipe é um adepto do futebol positivo, diretamente do Alentejo, deu o salto para a Beira Interior em busca do sonho: a formação em Comunicação que o leve à ribalta do jornalismo desportivo.                                                                                                                                                 O Filipe escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.