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Impossível deixar de iniciar esta minha participação no Bola na Rede sem agradecer à administração pelo convite endereçado. Fui destacado para trabalhar no Mundial do Brasil e é um enorme prazer poder contribuir, de alguma forma, para que os leitores em Portugal possam ter uma noção um pouco mais aprofundada de como a competição é vivida por cá, tanto pelos brasileiros, como pelos milhares de adeptos que estão a chegar vindos dos quatro cantos do Mundo. Ontem, no dia que marcava o arranque da prova, o país parou para ver jogar a canarinha.

De facto, neste particular, os brasileiros são um pouco como os portugueses quando receberam o Campeonato da Europa em 2004: queixam-se de tudo e mais alguma coisa relativamente ao dinheiro que foi gasto pelo governo para acolher o torneio, mas, assim que a bola começa a rolar, ninguém mais quer saber disso e toda a gente abraça a prova. O principal foco de contestação surgiu em São Paulo e, mesmo aí, já se vê adeptos a vibrar por todo o lado. As cores do Brasil decoram as janelas, metade dos carros circulam com uma bandeira pendurada em cada vidro, a amarelinha com o nº 10 nas costas é vista em todas as ruas e passeios do país. Não tenho dúvidas, por isso, de que – apesar de todas as dificuldades que são conhecidas, com estádios e acessos ainda por terminar – este vai ser um Mundial extraordinário e o povo brasileiro vai confirmar-se como um dos mais animados e hospitaleiros de sempre na história da competição.

Quanto a nós, portugueses, que entramos em campo no dia 16, há uma grande expectativa por parte de todos os que estão presentes no Brasil relativamente à nossa prestação. Tenho estado com jornalistas alemães e nenhum deles dá a vitória da sua equipa como garantida nesse jogo inaugural contra as nossas cores, revelando um enorme respeito pelo Cristiano Ronaldo e por um colectivo forte, que – dizem eles – “nunca é fácil de ultrapassar”. O que é de espantar, tendo em conta a frieza e a arrogância que a maioria dos germânicos normalmente revela quando fala sobre a Mannschaft. Resta-nos, por isso, esperar que os nossos craques consigam dar conta do recado e nos ofereçam a primeira grande alegria nesta caminhada que se espera triunfal.

Amanhã regressarei com mais pormenores, sempre em directo do coração da Copa.

Obrigado e um abraço,
João Cunha.

João Cunha
João Cunha
Está no Brasil a acompanhar o Mundial'2014 e escreve o diário "Em Direto da Copa" para o Bola na Rede.                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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