Académica OAF 2-1 FC Penafiel: Bênção dos postes na ajuda aos estudantes

A CRÓNICA: DOIS TEMPOS, DOIS DOMÍNIOS DIFERENTES

Num duelo com duas partes completamente distintas, a Académica OAF derrotou o FC Penafiel por duas bolas a uma e aproximou-se dos lugares cimeiros da Segunda Liga! Após o domínio no primeiro tempo, a formação de Coimbra sofreu ao longo da segunda parte para segurar a vantagem no marcador, mas acabaria mesmo por vencer graças à exibição segura de Mika!

Num início de jogo a todo o gás, até foi o Penafiel a primeira equipa a ameaçar o golo: ainda nem 30 segundos estavam decorridos e Wagner já tinha enviado uma bola ao poste. A equipa da casa reagiu logo de seguida, com João Mário a obrigar a defesa contrária a “sacudir” a bola em cima da linha, após uma má saída de Luís Ribeiro entre os postes. Seguiram-se remates mais perigosos por parte da Académica que, com naturalidade, chegou ao golo inaugural a meio do primeiro tempo: Guima fugiu pelo corredor direito e Bouldini só teve de encostar.

Os rubro-negros tentaram reagir e voltaram a assustar Mika com nova bola ao ferro, desta vez num cabeceamento de Franco, mas seria mesmo a turma de Rui Borges a marcar. Da direita para a esquerda, um grande passe de Fabiano foi muito bem aproveitado por João Mário que, na cara do guarda-redes, tratou de ampliar a vantagem a poucos minutos do intervalo. A formação de Pedro Ribeiro estava obrigada a reagir na segunda parte…e foi isso mesmo que aconteceu!

Fruto de uma tripla alteração no regresso dos balneários, os penafidelenses apresentaram-se em campo com novas dinâmicas de ataque, provocando várias situações de perigo junto da baliza de Mika. O golo, esse, chegaria através de um grande envolvimento coletivo a culminar num belo remate do recém-entrado Gustavo Henrique. Nuns segundos 45 minutos de sentido único, sucederam-se diversas tentativas de golo a testar a organização defensiva dos estudantes e também a atenção de Mika – com várias bolas travadas com segurança. Bruno César foi uma das últimas cartadas de Pedro Ribeiro, mas o resultado não mais se alterou.

Com este triunfo, a formação de Coimbra soma agora 11 pontos no 4º lugar à condição, ao passo que o Penafiel mantém os 9 pontos no 7º posto. Foi a primeira vez, nesta segunda liga, que um jogo da Académica teve mais do que um golo!

 

A FIGURA


Mika – Apesar das boas exibições de Bouldini e João Mário (os marcadores dos golos da Académica), o destaque vai mesmo para Mika que revelou ser crucial na segunda parte ao defender tudo o que havia para defender – exceção feita ao remate certeiro de Gustavo Henrique. Seguro, confiante e autoritário!

 

O FORA DE JOGO


Simão Azevedo – A atuar na ala esquerda, Simão acabou por passar ao lado do jogo, contribuindo muito pouco para as investidas ofensivas que o Penafiel conseguiu protagonizar nos primeiros 45 minutos. Não foi de admirar a sua substituição logo no início do segundo tempo

 

ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICA OAF

O ataque posicional da Briosa foi um pouco “abandonado” pela turma de Rui Borges, pelo que a construção a três característica dos estudantes não ficou sempre totalmente patente no relvado do Cidade de Coimbra. Ainda assim, foi sempre notória a boa dinâmica do duplo pivô de meio-campo constituído por Dias e Guima, bem como a capacidade de Fabiano e Bruno Teles para agilizaram as tarefas defensivas e ofensivas que lhes competia.

O trabalho dos referidos laterais e dos mencionados centrocampistas aliado à competência da dupla de centrais permitiu à Académica-OAF manter a coesão e consistência defensivas, em bloco baixo, necessárias para recuperarem bolas suficientes para lançarem João Mário em profundidade, aproveitando a subida do bloco penafidelense, ou procurarem Bouldini, que, de costas para a baliza, segurava o esférico de forma a permitir a subida em bloco dos academistas. Foi através das bolas paradas que mais calafrios a Académica-OAF sofreu, não sendo a sua defesa à zona sempre capaz de travar as investidas aéreas do conjunto visitante.

No segundo tempo, foram mais os momentos de construção em posição da Briosa, que montava um 3-5-2, com Bouldini e João Mário na frente. No momento defensivo, o 4-4-2 em três linhas dos estudantes intercalava com o 4-1-4-1, com Dias como elemento intermédio da primeira para a segunda linha de quatro e Bouldini como elemento isolado na linha da frente da pressão, que o FC Penafiel conseguia contornar.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Mika (8)

Fabiano (6)

Rafael Vieira (5)

Silvério (6)

Bruno Teles (6)

Guima (6)

Ricardo Dias (6)

Fabinho (6)

Traquina (6)

João Mário (7)

Bouldini (7)

SUBS UTILIZADOS

Fábio Vianna (6)

Sanca (5)

Mimito (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – FC PENAFIEL

A turma de Pedro Ribeiro apresentou-se em campo com um sistema tático maleável, que se desdobrava num 5-2-3 no momento defensivo posicional e num 3-4-3, com as subidas dos laterais Coronas e Paulo Henrique, no ataque posicional. Os penafidelenses optaram maioritariamente pela construção paciente, pelo que a disposição tática no terreno de jogo era bem visível. As bolas paradas defensivas, em particular os pontapés de canto, eram atacadas com uma defesa mista, com predominância da defesa à zona, sendo a turma alvirrubra (hoje apenas alva) capaz de anular as investidas academistas por esta vertente do jogo.

Na segunda metade da partida, Pedro Ribeiro lançou Vitinha para a direita e deslocou Coronas para o eixo da defesa. Com esta mexida, o técnico visitante deu maior fulgor ofensivo à sua asa direita, fruto da maior velocidade e capacidade de subida no terreno de Vitinha.

Além disso, Coronas ofereceu consistência defensiva à sua equipa, além de assegurar tranquilidade na construção a três implementada por Pedro Ribeiro, uma vez que, ao ser o elemento mais à direita dessa linha de três, Coronas fazia fruto do seu conhecimento do corredor direito e da sua experiência para garantir controlo sobre a bola e controlo emocional sobre a partida.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Luís Ribeiro (5)

Coronas (6)

David Santos (6)

Leandro Teixeira (5)

Paulo Henrique (5)

Franco (5)

Capela (6)

Wagner (6)

João Amorim (5)

Simão Azevedo (5)

Mateus (5)

SUBS UTILIZADOS

Ludovic (6)

Gustavo Henrique (7)

Vitinha (6)

Bruno César (5)

Pedro Soares (4)

 

BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

ACADÉMICA OAF

BnR: A Académica apanhou-se pela primeira vez no campeonato a vencer por dois golos, tendo sido essa a vantagem com que iniciou o segundo tempo. O que pretendia na segunda parte? Qual a estratégia ideal? E sobre as substituições: o facto de ter colocado só três jogadores em vez de cinco é uma clara mensagem de confiança no trabalho dos onze que estão em campo?

Rui Borges: Na verdade, queria que tivessem a mesma atitude e intensidade na primeira parte. Sei que os jogadores não são máquinas. Foi notório o cansaço acumulado e isso teve impacto na falta de discernimento e tranquilidade no segundo tempo. Sofremos um golo onde fomos muito passivos. Tivemos capacidade de sofrimento. Não gostei da segunda parte, mas tivemos um primeiro tempo fantástico. Saímos para o intervalo com 2-0 e com mérito. Sobre as substituições, eles sabem que eu confio neles todos. As oportunidades são dadas com o trabalho diário e todos vão jogar. Infelizmente estamos a viver esta pandemia e um dia vai-nos calhar infelizmente, por isso têm de estar todos preparados enquanto grupo e em termos de amizade, harmonia e entreajuda. É isso que nos leva a ganhar mais vezes!

FC PENAFIEL

BnR: Normalmente, o Pedro tem por hábito colocar mais referências ofensivas no momento da substituição. Hoje, além do Ludovic e do Gustavo Henrique, optou por introduzir o Vitinha no corredor direito no segundo tempo. Sente que isso também contribuiu para as dinâmicas de ataque que o Penafiel foi criando?

Pedro Ribeiro: Na prática, estávamos a criar mais desequilíbrios pela esquerda do que pela direita e o Vitinha entrou muito bem, como todos os outros jogadores, a tentar virar o resultado. Mas a Académica fechou-se lá atrás e nós tentámos pela esquerda, pela direita, só que a justiça no futebol é quem marca mais golos. Se sinto que foi injusto? Sinto, mas a eficácia é que conta.

Artigo com opinião de Miguel Simões e Márcio Francisco Paiva

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