Por outro lado, talvez pelo facto de confiar demasiado nas suas capacidades, Jorge Jesus também sempre teve uma certa predilecção por jogadores de qualidade “discutível”, na esperança de os poder transformar em jogadores de referência.
Ao longo dos seus anos no Benfica, viu-se ele ir contratar alguns jogadores ao futebol brasileiro que não deram qualquer retorno, tanto desportivo como financeiro. Os casos mais flagrantes como os de Bruno Cortez, Luís Felipe (que não chegaria a fazer um jogo oficial) e actualmente de Gilberto deixaram os adeptos à beira de um ataque de nervos.
A insistência neste tipo de jogadores tem sido um handicap que tem gerado várias críticas que fazem de Jorge Jesus um treinador pouco consensual, apesar dos créditos firmados. A verdade é que este acredita tanto nas suas capacidades como se tivesse uma pedra filosofal.

Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede
Segundo a história, a pedra filosofal era um dos artefactos mais procurados pelos alquimistas na Idade Média, pois esta seria capaz de transformar metais baratos em ouro. Ora, Jorge Jesus acredita que, com os seus métodos, é capaz de transformar um “patinho feio” num jogador de referência.
A aposta em Gilberto surgiu em mais um desses “devaneios” de Jorge Jesus, ainda para mais numa posição onde a equipa encarnada está carenciada desde a venda de Nélson Semedo em 2017.
Jorge Jesus tem de entender que, por muito competente que possa ser, os seus métodos não resultam em todos os jogadores, porque não só alguns não possuem as capacidades necessárias, mas também porque a componente mental é essencial no desenvolvimento de um jogador, bem como na sua adaptação a uma nova realidade.