Volta a Portugal | Amaro Antunes vence pelo segundo ano consecutivo

A 82.ª edição da Volta a Portugal ficou marcada pela conquista da camisola amarela, pelo segundo ano consecutivo, do algarvio Amaro Antunes.

A prova teve emoção até ao fim, demarcando-se como uma das edições mais espetaculares dos últimos anos.

Talvez uma das edições mais difíceis de ganhar para a equipa nortenha e para Amaro Antunes.

Apesar de Amaro ter conquistado a prova, a W52-FC Porto ficou de “mãos a abanar” em termos de etapas, algo que nunca acontecera antes, desde a criação base da equipa, a antiga OFM-Quinta da Lixa.

Amaro, por vezes, foi obrigado a correr mais resguardado, visto que a Efapel não estava a dar tréguas, apresentando-se com uma equipa muito forte.

Esta vitória da W52-FC Porto deve-se muito ao trabalho dos seus corredores, principalmente João Rodrigues, que foi uma autêntica máquina nas subidas! Ricardo Mestre foi outro homem em destaque.

Apesar de ter havido uma certa confusão tática em algumas etapas, a equipa conseguiu revalidar o título e só poderá estar contente com o desfecho.

No entanto, existem alguns pontos-chave nesta Volta, proporcionados pela equipa Efapel. Na etapa da Torre, Mauricio Moreira recolheu um bidon/garrafa fora da zona de abastecimento e levou com 40s de penalização.

Ontem, o mesmo acabou por cair numa fase rápida do contrarrelógio, acabando por perder tempo que tinha ganhado a Amaro – ele que estava a fazer um tempo-canhão na altura.

Acabou na segunda posição do contrarrelógio, a 12 segundos apenas, atrás do seu colega Rafael Reis. De salientar que Amaro também teve um percalço na chegada ao alto da Senhora da Graça, perdendo alguns metros para Mauricio.

Ora, todas estas peripécias acabaram por ditar o desfecho da corrida, visto que Mauricio ficou apenas a 10 segundos do vencedor final. Sentiu-se na estrada que Mauricio Moreira era o corredor mais forte, mas, no final, o que conta são os tempos.

A equipa Efapel fez uma Volta a Portugal fantástica e tinha a vitória perfeitamente ao seu alcance. Em 11 dias de prova, conquistaram 6 triunfos, com três intervenientes principais: quatro vitórias de Rafael Reis, uma de Frederico Figueiredo e outra de Mauricio Moreira.

Rafael Reis venceu os dois cronos, duas etapas em linha, andou quatro dias de amarelo e levou para casa a camisola dos pontos. Foi a figura da Volta deste ano. Além disso, ainda venceram a classificação por equipas, o que já não acontecia desde 2013!

Dentro das equipas portuguesas, a equipa Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel também se destacou. Os veteranos lideraram e bem.

O espanhol Alejandro Marque andou três dias de amarelo, quatro se contarmos o dia em que substituiu Daniel Freitas (obrigado a desistir devido à presença de Covid-19 na equipa) e ainda aproveitou a marcação cerrada entre Efapel e W52 para vencer, no alto da Torre, de forma sublime.

Acabou no terceiro lugar da geral, prémio mais do que merecido. Teve a ajuda do seu amigo e companheiro de equipa Gustavo Veloso, que fez a despedida do ciclismo competitivo, pelo menos como corredor.

Nota ainda para o grande desempenho dos corredores da Antarte-Feirense: Bruno e Rafael Silva.

Estiveram várias vezes imiscuídos na fuga do dia e Bruno Silva acabou por conseguir somar pontos suficientes para a conquista da camisola das bolinhas, a da montanha. Bruno já havia conquistado esta mesma camisola em 2015, ao serviço da LA Alumínios/Antarte.

A LA Alumínios/LA Sport apresentou-se com uma equipa jovem, com os principais destaques a serem Miguel Salgueiro, Marvin Scheulen e Gonçalo Leaça.

Mostraram o seu valor nas fugas do dia, conquistando a camisola da montanha ao segundo dia, na etapa de Castelo Branco, por intermédio de Scheulen.

Miguel Salgueiro esteve em evidência por diversas ocasiões – principalmente nas etapas com chegada a Setúbal e na Serra do Larouco, mostrando-se cheio de vontade de brilhar.

Quanto a equipas estrangeiras, o destaque vai para a equipa dos Estados Unidos da América, a Rally Cycling, que arrebatou três etapas “sem dó nem piedade”.

Kyle Murphy venceu no empedrado de Castelo Branco e na Serra do Larouco, enquanto que Benjamin King triunfou em Fafe.

Antes de chegar à Volta a Portugal, a equipa tinha apenas uma vitória na temporada. Estiveram com muita vontade e proporcionaram-nos um bom espetáculo.

A Israel Cycling Academy foi a outra equipa estrangeira a vencer na Volta, com um triunfo do jovem britânico Mason Hollyman, na subida icônica à Nossa Senhora da Assunção, em Santo Tirso. Esta foi a sua primeira vitória como corredor profissional.

A única equipa do WorldTour, a Movistar, esteve em evidência na camisola da juventude. O vencedor desta classificação acabou por ser o jovem porto-riquenho Abner González, que acabou em sexto da geral.

Traziam uma equipa muito jovem, e a queda de Carretero ao segundo dia comprometeu um pouco a prestação na geral. Samitier esteve uns furos abaixo do esperado.

O ciclista mais velho da equipa, Lluis Mas, esteve bem, fazendo vários top dez durante a competição.

A Volta a Portugal ficou manchada pelas várias desistências devido à Covid-19. Foram para casa as equipas Caja Rural, Rádio Popular Boavista, Euskaltel-Euskadi e elementos das formações Kern-Pharma e Tavira.

A equipa boavisteira viveu uma situação delicada, visto que Daniel Freitas iria partir com a camisola de líder, conquistada na véspera. Hugo Nunes mostrava-se em grande forma nos axadrezados.

Uma Volta a Portugal com muita incerteza e com espetáculo em várias etapas. As marcações táticas entre Efapel e W52-FC Porto revelaram-se interessantes para quem assistiu à corrida.

A presença de público nas estradas foi notória, o que ajudou a criar aquele ambiente característico de uma prova de ciclismo.

Porém, alguns “adeptos” mais valia terem ficado em casa…

Foto de capa: Volta a Portugal

Artigo revisto por Andreia Custódio

André Filipe Antunes
André Filipe Antuneshttp://www.bolanarede.pt
O André é licenciado em Marketing e Publicidade e um fã incondicional de ciclismo. Começou desde pequeno a ter uma paixão pelo desporto, através do futebol. Chegava a saber os plantéis de todas as equipas da Primeira Liga! Com o tempo, abriu-se o horizonte e o interesse para outros desportos, como o Ciclismo, o Futsal e, mais recentemente, a NBA. Diz que no Ciclismo existem valores e táticas que mais nenhum desporto possui e ambiciona um dia ter a oportunidade de assistir ao vivo a um evento deste calibre.

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