Académica OAF 1-2 UD Vilafranquense: No Ribatejo, à sexta é que é de vez

A CRÓNICA: REVIRAVOLTA AGUDIZA CRISE CONIMBRICENSE

Num duelo a opor os últimos dois classificados da Segunda Liga, Académica OAF e UD Vilafranquense jogavam em busca dos primeiros três pontos da época. Apesar da superioridade da formação da casa, os estudantes voltaram a reprovar ao sexto teste e permitiram que as piranhas do Tejo abandonassem a zona de descida, com direito a reviravolta no marcador.

Num início de jogo com mais Académica, Traquina foi o primeiro a visar a baliza contrária, ao que se seguiu um remate de Fábio Vianna à barra. Empolgados pelos seus adeptos, os estudantes não tardaram em chegar ao golo inaugural do encontro ao minuto 20’, fruto de um lance de insistência de Traquina no corredor direito a culminar no cabeceamento de Toro, completamente solto, dentro da pequena área.

O Vilafranquense tentou reagir de imediato, mas a acumulação de perda de bolas na construção resultou inclusive num lance de levar todo o estádio com as mãos à cabeça. Luís Ribeiro falhou o alívio de uma bola fora da área, deixando a baliza completamente escancarada, mas João Carlos não fez mais do que atirar à malha lateral.

Após algumas aproximações tímidas à baliza de Mika, o golo do empate acabaria por surgir à passagem da meia hora de jogo: Veiga cobrou um livre na direita e Mike apareceu solto para marcar à equipa que tinha representado nas últimas quatro temporadas. A Briosa ainda tentou restabelecer a vantagem antes do intervalo, mas as investidas de Traquina e Toro foram prontamente travadas pela defensiva visitante.

No regresso dos balneários, as entradas promovidas por Filipe Gouveia permitiram uma maior agressividade ofensiva por parte do Vilafranquense que, logo aos 48 minutos, tentou assustar Mika num remate do recém-entrado Belkheir. O jogo voltou a reequilibrar aos poucos, mas a expulsão de Ricardo Dias ao minuto 64’ acabaria por deixar a Académica com menos uma unidade em campo.

Esperavam-se dificuldades acrescidas para a formação da casa, porém, a verdade é que houve uma reação positiva numa primeira instância em vários lances de envolvimento coletivo junto da área contrária. As dificuldades, essas, apareceram dez minutos depois, com o golo da reviravolta apontado por Nené, após assistência de Mike.

A partir daí, a emoção tomou conta do encontro, de tal forma que se gerou uma grande confusão nos descontosjunto aos bancos técnicos, ditando a admoestação do segundo amarelo a Filipe Melo e deixando as duas equipas a jogar com dez para dez nos instantes finais, mas sem qualquer alteração no resultado.

O Vilafranquense continua sem perder com a Académica e somou a primeira vitória no campeonato, largando a zona de descida. Já os estudantes veem a sua crise de resultados ser agudizada, inclusive com a presença de lenços brancos nas bancadas.

 

A FIGURA

Costinha – tem carta de ligeiros, mas joga pesado. A estatura baixa não o impediu de muitas vezes carregar a equipa em termos ofensivos. Esteve imparável nos lances de um para um. Quando os adversários lhe tentavam tirar a bola, ela já não estava lá. Um jovem para continuar a acompanhar.

 

O FORA DE JOGO

Ricardo Dias – a meia hora em que a Académica esteve em inferioridade numérica penalizou os estudantes. Apesar da boa reação da Briosa, a sua ausência prejudicou a transição defensiva da equipa.

 

ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICA OAF

O 4-2-3-1 da Académica ganhou novos nomes com a inclusão de Christian e Costinha no onze. O primeiro veio ocupar a posição oito. O segundo estabeleceu-se no lado esquerdo do ataque.

No momento de sair a jogar, Fábio Vianna, lateral-esquerdo, recuou para junto dos centrais para iniciar a construção. Nessa situação, Guilherme projetava-se do lado contrário.

Christian foi mesmo o maior dinamizador do meio-campo. O médio recuperou várias vezes a bola e deu um sentido mais vertical ao jogo da Briosa. Ricardo Dias, como médio mais defensivo, ocupou o espaço à frente dos centrais, Lorenzo e Michael Douglas.

Os dois extremos, Traquina e Costinha, trabalharam bastante na largura do campo. Dessa forma, Toro e João Carlos, como médio ofensivo e como ponta de lança, respetivamente, tiveram mais espaço para explorar o centro do ataque.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Mika (5)

Guilherme (5)

Lorenzo Soares (6)

Michael Douglas (7)

Fábio Vianna (6)

Ricardo Dias (4)

Christian (6)

Jonathan Toro (6)

João Traquina (5)

Costinha (7)

João Carlos (5)

SUBS UTILIZADOS

Hugo Seco (5)

Reko (5)

Dani Costa (5)

 

ANÁLISE TÁTICA – UD VILAFRANQUENSE

O Vilafranquense escolheu o 4-3-3 como sistema tático. A linha defensiva foi composta por Mike, na direita, Marcos Valente e Simão Jr., ao centro, e Veiga, um lateral com características de central, na esquerda.

Os ribatejanos ocuparam o meio-campo com três homens de características marcadamente posicionais, Filipe Melo Idrissa Dioh e Jaquité. Este último cumpriu um rigoroso papel do ponto de vista defensivo para, em fase ofensiva, se adiantar consideravelmente face aos outros médios.

Na frente, Nenê movimentou-se bastante para os corredores (talvez até mais do que as suas características pedem) para servir de referência para a saída longa da equipa. Fati ia ocupando o espaço deixado pelo ponta de lança do Vilafranquense. Bernardo Martins partiu da direita e tentou dar a criatividade que não abundava nos homens do miolo.

Toda a ideia de jogo da equipa se baseou na interpretação feita pelos jogadores em relação aos espaços ocupados pelos seus colegas. Deste modo, o posicionamento mais não foi do que um ponto de partida.

O bloco médio da equipa orientada por Filipe Gouveia orientou a pressão de fora para dentro. Nos duelos a meio-campo verificou-se a preocupação em marcar individualmente.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Luís Ribeiro (4)

Mike (7)

Marcos Valente (6)

Simão Jr. (5)

Eric Veiga (5)

Jaquité (5)

Idrissa Dioh (6)

Filipe Melo (5)

Bernardo Martins (5)

Fati (6)

Nenê (7)

SUBS UTILIZADOS

Jules Mendy (6)

Menaour Belkheir (5)

Umaro Baldé (5)

Gabriel Pereira (-)

Nathan Bizet (-)

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

ACADÉMICA OAF

BnR: Após a expulsão de Dias, a Académica até estava a reagir bem e nesse momento o Rui opta por trocar o Toro pelo Reko e, já depois do golo, o Costinha (uma das unidades mais desequilibradoras) pelo Dani. O que pretendeu com essas alterações numa altura em que a Académica estava com menos um jogador em campo?

Rui Borges: A do Reko foi refrescar, dar intensidade de chegada e reforçar as transições ofensivas e defensivas. A do Costinha foi por cãibras, estava com problemas de gémeos. Como estávamos a perder, optámos pelo Dani.

 

UD VILAFRANQUENSE

BnR: Tendo em conta a ideia de jogo apresentada pelo Vilafranquense, em que as posições dos jogadores servem como um ponto de partida e não como um local para permanecer (sendo o caso mais evidente as permutas entre o Fati e o Nenê), o que é que pretende com esse princípio?

Filipe Gouveia: O Fati é claramente um jogador mais de linha. Tanto no caso dele como no do Bernardo, do outro lado, quero que venham buscar jogo interior. Prefiro que o Nené jogue mais no bico da área, sabendo eles o que eu defendo: jogadores para posições e não posições para jogadores. Nós damos liberdade na parte ofensiva e eles sabem que podem trocar de posições. O número 10 na segunda parte foi claramente mais o Bernardo, onde eu prefiro que jogue mais entre central e lateral adversários.

 

Rescaldo de opinião redigido por Francisco Martins e Miguel Simões.

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