Quando o Olimpico não chamava por Francesco Totti

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No Stadio Olimpico da “Cidade Eterna” ainda ecoam cânticos em seu nome – em nome daquele que tinha a mente de um defesa e os pés de um fantasista. Elegante mas potente, brilhante na leitura do jogo, monstruoso no jogo aéreo, perfeito no posicionamento e insuperável na antecipação. Quando estava em campo, a Roma sentia-se invulnerável – tinha alguém que prevalecia sobre os atacantes, tinha Aldaír Nascimento Dos Santos. Antes de Francesco Totti, a Roma tinha em Aldaír o seu símbolo máximo e quando juntou estes dois a Cafú, Montella e Batistuta alcançou o tão merecido scudetto!

Aldaír nasceu na Bahia e foi o Flamengo que deu os primeiros passos no mundo do futebol. Jogou pelo clube carioca entre 86 e 89, transferindo-se em 1989 para o Benfica de Sven-Göran Eriksson. Na época de 89/90 chegou à final da Taça dos Campeões Europeus, onde viria a ser derrotado pelo AC Milan, tendo ainda assim conquistado o campeonato nacional. Segundo se diz por terras transalpinas, na final com o Milan o defesa encantou Dino Viola e o então presidente da AS Roma decidiu levá-lo para o clube italiano.

Em 90/91 começava a jornada giallorossi de um dos mais aclamados jogadores no Olimpico. Os 13 anos em que defendeu as cores da AS Roma são lembrados pelos adeptos romanos como um dos períodos mais felizes da história do clube e muita dessa felicidade deveu-se a Aldaír Nascimento Dos Santos. Um dos episódios mais marcantes dessa história passou-se a 11 de Abril de 1999, dia de derby na capital italiana. A Roma ganhava por 2-1. Aldair recebeu a bola, Alen Boksic pressionou-o; seguiram-se três dribles consecutivos de Aldair e um remate contra a perna do croata para conquistar pontapé de baliza. Em seguida, agarrou na bola, deu-a ao adversário e disse-lhe que seria a única vez que ele tocaria nela.

Aldair era uma das principais figuras da Super-Roma do início do século  Fonte: asromaultras.org
Aldair era uma das principais figuras da Super-Roma do início do século
Fonte: asromaultras.org

Pela AS Roma, Aldair conquistou um scudetto, uma Taça de Itália e uma Supertaça de Itália. Pela canarinha completou 81 internacionalizações, venceu o Mundial de 1994, duas Copas América e uma Taça das Confederações.

Foram 415 jogos pelo emblema da cidade eterna, muitos deles a carregar a braçadeira de capitão e para qualquer giallorossi a carreira do ícone brasileiro acabou em 2003, quando na mais profunda das tristezas o Stadio Olimpico se despediu dele. A alma, a garra, a classe e o profissionalismo com que o brasileiro defendeu o emblema romano foram de tal forma exemplares que, após a sua saída, a AS Roma retirou a camisola 6 em sua homenagem. Na frieza dos factos, a carreira de Aldaír acabou em 2010 pelo Murata, de San Marino, e a camisola 6 da Roma encontrou novo dono em 2013. Mas o que interessam os factos, quando arruínam uma verdadeira história de amor entre adeptos, clube e jogador? Nada! Futebol é isto e é lindo de se ver, ouvir e ler!

A camisola 6 de Aldair foi entregue a Strootman em 2013  Fonte: asromaultras.org
A camisola 6 de Aldair foi entregue a Strootman em 2013
Fonte: asromaultras.org
João Ferreira
João Ferreirahttp://www.bolanarede.pt
O João é do FC Porto desde que sabe o que é futebol; por fora de terras lusitanas é um ferrenho adepto da Juventus e também um admirador incondicional do 3-5-2 e do 3-4-3. Tem o sonho de ser treinador do FC Porto e, enquanto não o realiza, alimenta a sua paixão pelo futebol através da escrita e de incontáveis horas de Football Manager.                                                                                                                                               O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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