A poucos dias do pontapé de saída da final de mais uma Taça de Portugal, importa recordar o percurso do FC Porto na edição deste ano.
A prestação dos azuis e brancos foi categórica e o rótulo de favorito nesta final advém, não só da grandeza do clube, mas, também, da caminhada triunfal e implacável que os comandados de Sérgio Conceição fizeram até ao jogo decisivo.
Foram 6 jogos, 6 vitórias, 19 golos marcados e apenas 3 sofridos. É um saldo francamente positivo e que ganha ainda maior destaque se tivermos em consideração que o FC Porto foi o carrasco de SL Benfica e Sporting CP.
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— FC Porto (@FCPorto) May 18, 2022
Os Dragões arrancaram a competição, como é habitual, na casa de uma equipa que milita nos escalões inferiores do futebol português. Desta feita, foi o Sintrense a receber o FC Porto. A história do jogo fez-se da festa provocada pela raridade do momento e pelos 5 golos apontados pelos portistas. Uma equipa com jogadores menos utilizados bateu o conjunto dos arredores da capital por 5-0. Evanilson e Sérgio Oliveira (que em janeiro seguiu para Roma) bisaram e Toni Martínez (saído do banco) também fez o gosto ao pé.
A eliminatória seguinte, a quarta, não teve história diferente. O FC Porto, desta vez no seu reduto, voltou a defrontar uma equipa de um escalão inferior (desta feita o Feirense, da Segunda Liga) e, uma vez mais, aplicou chapa 5.
Ainda que o CD Feirense tenha sido capaz de fazer um golo no Estádio do Dragão, a toada foi de domínio total azul e branco, sendo que o momento da noite se deu ao minuto 72 quando, de grande penalidade, Francisco Conceição se estreou a marcar pela equipa principal e acabou a festejar nos braços do pai. Os restantes golos foram apontados por Uribe, Evanilson e Otávio (x2). O tento de honra do CD Feirense foi marcado por Vargas. Resultado final: 5-1. Mais um jogo sem história e os novos campeões nacionais avançavam tranquilamente para os oitavos de final.

E foi nesta fase que o FC Porto teve o seu primeiro embate com um dos seus eternos rivais. Poucos dias antes do Natal, o Benfica, no meio de uma convulsão interna (que, aliás, se agravou após o jogo) provocada pela incerteza da continuidade de Jorge Jesus no comando técnico dos encarnados, visitou o Estádio do Dragão.
O jogo teve a particularidade de não ter nenhum dos treinadores principais sentados no banco de suplentes e provou, como se veio a verificar nos meses seguintes, que havia um fosso desmesurado entre as duas equipas no que concerne à qualidade de jogo e ao espírito competitivo. Cedo os portistas se apanharam a vencer por 3-0 (bis de Evanilson e golo de bandeira de Vitinha) e, nem mesmo a expulsão do avançado brasileiro perto do intervalo, impediu o FC Porto de controlar o jogo e o resultado até final. Mais uma etapa superada com distinção.
Depois de dois jogos disputados no Estádio do Dragão, o FC Porto foi forçado a uma visita a Vizela para discutir um lugar nas meias-finais. Os vizelenses apresentaram-se como o osso mais duro de roer até esta fase da prova e este terá sido, de todos os jogos dos portistas na competição, o menos conseguido. Ainda assim, mesmo longe da sua melhor forma, os azuis e brancos da cidade do Porto, acabaram por carimbar a vitória e a passagem à fase seguinte da prova. Uribe adiantou os dragões no marcador, Cassiano empatou para o FC Vizela e, aos 65 minutos, Fábio Vieira de penalty voltou a colocar a sua equipa na frente do marcador. Só nos últimos instantes do jogo é que Evanilson, o melhor marcador da equipa na competição, fechou o placard em 3-1 e selou o triunfo portista.
O FC Porto marcava, assim, encontro com o Sporting CP na discussão, a dois jogos, por um lugar na final. A disputar, igualmente, o campeonato com os leões, o primeiro jogo destas meias finais, em Alvalade, teve lugar poucos dias depois do empate 2-2 entre ambas as equipas na casa portista que acabara com cenas lamentáveis e de alta tensão entre as equipas após o apito final. Felizmente, as cenas não se repetiram e a tensão ficou dentro de campo e do período de jogo em cada lance disputado. O FC Porto venceu a primeira mão pelo lado estratégico e, mesmo sem ter sido demasiado superior, ficou a dever a si mais um ou outro golo que poderiam ter selado a eliminatória logo ali. Sarabia inaugurou o marcador. Evanilson e Taremi deram a volta.

Dois longos meses depois, e com o Sporting CP praticamente arredado da luta pelo título nacional, jogou-se a segunda mão no Estádio do Dragão. Esperava-se um Sporting CP afoito, mas tal não se verificou. Apesar de algum ascendente leonino nos primeiros 45 minutos, o FC Porto foi controlando as operações e o jogo seguiu, naturalmente, para o seu final sem grandes sobressaltos. A poucos minutos dos 90, quando o 0-0, que servia os interesses dos Dragões, parecia o resultado mais lógico, Toni Martínez deu a machadada final no encontro e na eliminatória e confirmou a presença portista no Jamor.
Foi, portanto, um percurso meritório e “sem espinhas” que faz augurar mais uma dobradinha. No entanto, importa que todos os técnicos, jogadores e, até, adeptos guardem os festejos para o final do jogo. O Tondela, ferido no orgulho após confirmada a descida de divisão, venderá cara a derrota e exigirá índices de motivação, atenção e competitividade no máximo. O caminho foi longo e entusiasmante. Falta a estocada final.