Vitória SC 1-2 SC Braga: Braga estreia-se a ganhar fora na visita aos rivais

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O Sporting de Braga venceu o Vitória em Guimarães por duas bolas a uma e deixou os “Conquistadores” arredados da Taça de Portugal. A grande penalidade convertida por André André foi insuficiente para virar o resultado depois dos golos de Rafa e Pardo no final da primeira parte. O Vitória foi melhor ao longo de quase toda a partida, mas o Sporting de Braga soube aproveitar as oportunidades que construiu para vencer o desafio.

Perante um Estádio D. Afonso Henriques muito bem composto, a equipa de Sérgio Conceição, que ainda não tinha ganhado fora nesta temporada, foi a primeira a estar perto do golo, mas Bruno Gaspar evitou que o cabeceamento de Éder entrasse na baliza vitoriana, quando ainda não tínhamos chegado aos dois minutos. A partir deste lance, os da casa assumiram o jogo mas sem criar grandes oportunidades. A equipa de Rui Vitória canalizava muito jogo pelo flanco direito, onde Hernâni, que foi a par de Pedro Tiba o melhor jogador em campo, era um quebra-cabeças para Marcelo Goiano.  Convém lembrar que Tiago Gomes e Djavan, os dois laterais esquerdos do plantel, estavam lesionados, e por isso Sérgio Conceição teve de recorrer ao ex-jogador da Académica para iniciar o encontro no lado esquerdo da defesa. Hernâni, bem apoiado por Bruno Gaspar, foi a principal arma do ataque vitoriano. Também por isso, sofreu oito faltas ao longo de todo o desafio.

O Sporting de Braga tentava aproveitar a velocidade de Pardo e Rafa para sair em contra-ataque, mas o meio-campo do Vitória esteve muito bem na primeira meia hora. A equipa da casa fez oito remates neste período mas sem conseguir bater o russo Kritciuk. No último quarto de hora da primeira parte, surgiram as melhores ocasiões de golo. Éder, para o Braga, e Bouba Saré, para o Vitória, remataram para fora. Pouco depois, Rafa e Pardo foram mais eficazes e apontaram os dois golos dos visitantes. No primeiro, ao minuto 39, Éder ganhou no jogo aéreo a André André, e o esférico sobrou para Rafa, que fez uma obra de arte. Passou a bola por cima de Josué e Bruno Gaspar e rematou cruzado, com a bola a entrar perto do ângulo superior esquerdo da baliza de Assis. Dois minutos depois, Éder aproveitou a atrapalhação de Adama Traoré e, de forma também atabalhoada, acabou por lançar o colombiano Pardo, que correu até à área e, depois de deixar B. Gaspar fora da jogada, bateu Assis. Muito importante a ação do internacional português Éder nos dois golos, ao ganhar os duelos perante os seus adversários e dando as chances de golo a Rafa e Pardo.

Os bracarenses chegaram ao intervalo a vencer de forma algo injusta, depois de os vitorianos terem sido melhores. A equipa da casa rematou mais, teve oito cantos contra nenhum dos bracarenses, que cometeram quase o dobro das faltas na primeira metade. Na disputa do meio-campo, Danilo e Pedro Tiba lutaram muito, mas a inoperância de Ruben Micael ajudou a que o Vitória tivesse ascendente.

Pedro Tiba segurou a equipa do SC Braga ao longo de todo o jogo. Esteve impecável. Fonte: Facebook do Vitória SC
Pedro Tiba segurou a equipa do SC Braga ao longo de todo o jogo. Esteve impecável.
Fonte: Facebook do Vitória SC

Na segunda parte, Rui Vitória, insatisfeito com o rumo dos acontecimentos, colocou o ponta de lança Jonathan Álvez no lugar do lateral Traoré, dando uma maior propensão ofensiva à equipa. Alex recuou para lateral, e Bernard passou a alinhar no flanco esquerdo. O Vitória passava a jogar num sistema tático com dois avançados, ao invés do 4-2-3-1 do início do encontro. Os bracarenses fizeram muitas faltas, 29 ao longo de todo o encontro, e por isso não surpreenderam os nove cartões amarelos mostrados pela equipa de arbitragem. Aos 70 minutos, o Vitória tinha quase o triplo dos ataques e foi neste momento que chegou ao golo. Marcelo Goiano, que já tinha amarelo, derrubou Hernâni no limite da área e Duarte Gomes assinalou penálti. Marcelo Goiano foi expulso e André André reduziu a desvantagem vimaranense. Rafa alinhou momentaneamente no lado esquerdo da defesa, até ser substituído por Pedro Santos. O habitual extremo foi adaptado pelo técnico a lateral para tentar travar as perigosas investidas de Hernâni. Esta solução durou 10 minutos, pois Pedro Santos viu amarelo por derrube ao “7” do Vitória, e Sérgio Conceição decidiu não arriscar e colocou Sasso em campo, em detrimento do ponta de lança Éder. O central francês foi jogar como lateral esquerdo, sendo assim o quarto jogador do Braga a ocupar aquela posição neste jogo.

Até ao fim, o Vitória carregou em busca do golo do empate, mas Álvez e Ricardo, recém-entrado em campo, não conseguiram aproveitar as oportunidades, e o Vitória acabou eliminado da Taça de Portugal.

Para terminar, penso que Duarte Gomes teve uma atuação algo infeliz num encontro que foi difícil de gerir. A pisadela de Éder sobre Traoré aos 13 minutos e a mão de Marcelo Goiano na cara de Hernâni, à passagem da hora de jogo, foram castigadas com cartão amarelo, mas, na minha opinião, eram merecedoras de cartão vermelho direto. Ruben Micael também arriscou com uma falta a travar um contra-ataque quando já tinha um cartão amarelo. Houve ainda vários lances duvidosos nas áreas. Na primeira parte, Ruben Micael pediu penálti por derrube de Adama Traoré. Os vitorianos também pediram castigo máximo depois de André Pinto ter agarrado a camisola de Tomané perto da marca dos 11 metros. Na segunda parte, mais dois lances duvidosos: ao minuto 57, André Pinto corta um desvio de Álvez com o braço. O desvio foi à “queima roupa”, mas o central bracarense tem o braço levantado, claramente desviado do corpo. Penso que ficou mais uma grande penalidade por assinalar. No penálti convertido por André André, fica a dúvida sobre se a falta é cometida dentro ou fora da área.

O que é certo é que o Sporting de Braga deixou o seu grande rival pelo caminho na Taça de Portugal. Daqui a duas semanas, há novo confronto entre estes dois conjuntos, em Braga, para o campeonato.

A Figura

Pedro Tiba – O médio foi um pilar importantíssimo para a vitória do Sporting de Braga. Muito forte a recuperar bolas e a lançar a sua equipa no ataque, foi um poço de força ao longo de todo o jogo. Parecia que estava em todo o lado. Hernâni, do Vitória, também fez uma excelente partida.

O Fora de Jogo 

Ruben Micael –  O madeirense protesta muito mais do que joga. Cometeu muitas faltas e, na minha opinião, devia ter sido expulso por Duarte Gomes. Preocupou-se sempre mais com o árbitro. Se continuar assim, não deve perdurar muito tempo entre as primeiras escolhas de Sérgio Conceição. Marcelo Goiano também esteve mal. Raramente conseguiu parar Hernâni e foi expulso a 20 minutos do fim.

Foto de capa:  Facebook do Vitória SC

Diogo Janeiro Oliveira
Diogo Janeiro Oliveira
Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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