Inglaterra 0-0 Estados Unidos da América: Se este é o significado de «soccer», gostei

A CRÓNICA: DEPOIS DE UMA GOLEADA, INGLATERRA DESILUDE CONTRA UM EUA FORTE E COM VONTADE

Hoje não foi uma partida entre duas seleções aleatórias, mas sim entre dois países rivais de longa data (apesar de quase irmãos em língua), colidindo o “futebol” de Inglaterra com o “soccer” dos Estados Unidos da América.

Nos 10 minutos iniciais, a Inglaterra e os EUA estudaram-se e organizaram a teoria, antes de colocar em prática. Os britânicos foram os primeiros a tentar mediante uma triangulação de Bellingham-Saka-Kane que quase deu golo. A restante primeira parte pode ser explicada por fases: 1) domínio temporário da Inglaterra, 2) equilíbrio geral e 3) claro crescimento americano (cuidado com Pulisic).

Retomou a partida e quem continuava por cima era os Estados Unidos. Limitavam um plantel cheio de craques e empurravam incessantemente os ingleses para trás. Southgate tinha de interferir e podia tê-lo feito mais cedo. Somente a 20 minutos do fim é que conseguiam respira bem fundo e tentar voltar ao ataque, ainda que sob controlo americano. A superioridade dos EUA fez-se sentir, e muito. Terminou assim em empate nulo, tendo a Seleção de Gregg Berhalter sido melhor.

 

A FIGURA

Harry Maguire (Inglaterra) – No geral, para mim, a exibição dos EUA é o grande destaque da noite. Todavia, em caso de ter de destacar alguém individualmente, Harry Maguire tem de ser o nome. Há que criticar quando se tem de criticar e elogiar no mesmo sentido e, por isso, acho que seria algo ingrato não o fazer depois de uma exibição monstruosa. Varreu tudo o que tinha por varrer, tendo sido a solidez defensiva em pessoa.

 

O FORA DE JOGO

Harry Kane (Inglaterra) – Ninguém duvida das suas capacidades, mas hoje não houve quem estivesse mesmo bem no plano ofensivo inglês e, a meu ver, Kane foi o pior, até porque se espera sempre muito dele. Falhou uma boa oportunidade, errou passes e esteve algo apagado.

 

ANÁLISE TÁTICA – INGLATERRA

Do último jogo com o Irão, a Inglaterra manteve o mesmo sistema tático (4-2-3-1) e 11 inicial. Ter bola e dominar em ataque organizado era, muito provavelmente, a essência do plano britânico, mas, ainda que acontecesse por momentos, os EUA não facilitaram. Isso repercutiu-se numa circulação de bola fraca e limitada, assim como na perda de superioridade.

Enquanto Declan Rice servia como ponte entre a defesa (sobretudo centrais) e setores posteriores, Jude Bellingham descaía à direita para ajudar nas combinações ofensivas. Sterling e Saka apoivam nos corredores laterais e Kane foi o homem da frente que também tentou jogar em apoio.

Apesar de não terem estado muito bem na partida, vale a pena dizer que a Inglaterra esteve sólida no panorama defensivo, com especial destaque dos centrais Maguire e Stones.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Jordan Pickford (7)

Luke Shaw (8)

Harry Maguire (8)

John Stones (7)

Kieran Trippier (7)

Jude Belligham (5)

Declan Rice (6)

Raheem Sterling (5)

Mason Mount (5)

Bukayo Saka (6)

Harry Kane (5)

SUBS UTILIZADOS

Jack Grealish (6)

Jordan Henderson (6)

Marcus Rashford (6)

 

ANÁLISE TÁTICA – EUA

Partindo de um clássico 4-4-2, os EUA adotaram uma estratégia de contenção aos ingleses, pressão e saída rápida através de um bloco médio. Timothy Weah e Wright apertavam os centrais Stones e Maguire e fechavam as linhas de passe, com vista a dificultar a construção e forçar bolas longas. Depois de um período de ligeira superioridade inglesa, os americanos impuseram-se e dominaram a partida, sobretudo, do flanco direito de Weston McKennie – porventura face ao comportamento menos defensivo de Sterling.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Matt Turner (8)

Robinson (7)

Tim Ream (6)

Zimmerman (6)

Sergino Dest (6)

Yunus Musah (7)

Tyler Adams (6)

Weston McKennie (6)

Christian Pulisic (7)

Haji Wright (6)

Timothy Weah (7)

SUBS UTILIZADOS

Aaronson (6)

Shaquell Moore (5)

Giovanni Reyna (6)

Josh Sargent (5)

Diogo Lagos Reis
Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.

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