A gestão do SL Benfica: A análise do trabalho de Rui Costa

Benfica

Rui Costa, presidente do Sport Lisboa e Benfica, está a fazer um trabalho verdadeiramente excecional, não só o presidente encarnado mas também todos os seus homens de confiança na liderança dos destinos encarnados.

Muito se falou no fim de ciclo de Luis Filipe Vieira, na possível falta de preparação do próprio Rui Costa para assumir este cargo, de extrema importância neste novo Benfica, mas o que é certo é que não está a desiludir, aliás, bem pelo contrário.

A gestão tem sido feita ao pormenor, cirurgicamente, sempre com o sucesso desportivo em primeiro plano, algo que na minha ótica, esteve um pouco esquecido nos últimos anos, em detrimento do sucesso financeiro.

Hoje, o Sport Lisboa e Benfica é um projeto com pés e cabeça, muito bem sustentado nos alicerces da formação, da aposta contínua em jovens craques de futuro de outros países ao redor do mundo inteiro, e da inteligência de um treinador, que sabe o que faz, que aterrou em Portugal sem grandes provas dadas, mas que acredita tanto neste projecto como todos aqueles que querem fazer parte dele.

Desde o primeiro segundo que Roger Schmidt respira Benfica, ele e toda a sua equipa técnica, perdem o seu tempo em análises detalhadas, das outras equipas, dos seus contextos, do mercado à sua volta e, essencialmente, daquilo que já existe no Seixal, dentro de casa.

Apesar de continuar a ser um clube vendedor, sempre o foi e sempre o será, o Benfica é hoje um clube com aspirações, internas e externas, e não admite pôr em risco estes objetivos apenas para fazer dinheiro no imediato, é necessário segurar as pérolas da formação encarnadas por mais algum tempo, e ir cirurgicamente ao mercado de janeiro, colmatar algumas lacunas que existem neste imenso plantel, dotado de uma qualidade extraordinária, mas onde ainda cabem mais alguns bons jogadores que possam compor as opções do técnico alemão.

A ABORDAGEM AO MERCADO

Para mim, estamos a tocar no ponto-chave de toda esta época, que começou logo com o melhor reforço desta equipa que, para mim, foi o próprio treinador. Confesso que fiquei algo surpreendido e reticente com a aposta da formação encarnada num treinador como Roger, numa altura em que, pessoalmente, pensava que o eleito seria Paulo Fonseca, ou o próprio Luís Castro. Hoje admito, com grande satisfação, que estava errado, porque Roger foi mesmo a melhor opção.

O Benfica gastou uma quantia importante de dinheiro para satisfazer alguns pedidos de Schmidt, mas o que é certo e que quando olhamos para os jogadores que entraram, já não vemos o modelo de negócio que era praticado anteriormente pela direção de LFV, não observámos negócios de impulso, negócios sem nexo no plano desportivo, observámos sim uma clara objetividade na composição do plantel, com muitas soluções de qualidade, escolhidas à medida pelo próprio treinador, como é o caso de Aursnes, que chegou como um desconhecido, e hoje é um jogador muito importante na equipa, pela polivalência e pelas soluções que oferece dentro de campo.

Neste capítulo tenho também de mencionar o nome de Rui Pedro Braz, em toda a gestão do seu plantel, em todo o comprometimento com o projeto, e na competência que demonstrou ao fazer grandes negócios, como o de Enzo Fernandez, um negócio complicado já na altura em que foi feito, mas que se revelou um autêntico jackpot.

O MELHOR REFORÇO

Mais uma vez, vou mencionar o nome do argentino Enzo. Foi claramente o melhor negócio do Sport Lisboa e Benfica de Rui Costa e de Roger Schmidt, tanto no plano desportivo, como no plano financeiro.

Já na altura me surpreendeu a capacidade que a equipa encarnada demonstrou para chegar a este jogador, porque já conhecia as suas capacidades, e já o achava talhado para outros voos, ainda maiores que o nosso país. Mas o que é certo é que o Benfica conseguiu trazer o jogador, mais uma vez por “culpa” de Braz e de Rui Costa, que insistiram num negócio que seria certo, certinho devido ao potencial do jovem craque.

A REFORMULAÇÃO DO PLANTEL ENCARNADO

Dentro do Sport Lisboa e Benfica, tem sido feita uma gestão cuidadosa daqueles que são os ativos valiosos, quer no plano financeiro, quer no plano desportivo.

A venda de Darwin foi importantíssima em todo este processo, sendo até ao momento a maior venda do reinado de Rui Costa, mas que, na minha opinião, vai ser ultrapassada por uma possível saída de Enzo no final da época, porque não acredito que o Benfica vá vender Enzo, Gonçalo Ramos ou Rafa no mercado de inverno porque, como disse, acredito na coerência deste projeto e nos objetivos que são possíveis e reais de alcançar, tal e qual como toda a estrutura encarnada.

A equipa conseguiu resolver muito problemas, como os casos de Yaremchuk, Taarabt, Pizzi, Lázaro, e muitos outros, procurando sempre saídas a título definitivo e, quando não foi possível fazê-lo, a estrutura não vacilou e avançou para os empréstimos, apenas para tentar rentabilizar alguns destes ativos, com minutos de tempo de jogo úteis.

As entradas de nomes como Neres, mais um grande negócio por parte do Benfica, vieram trazer também outro “pedigree” à equipa de Schmidt, que conseguiu juntar algumas destas peças importantes e aproveitar a própria qualidade que já existia no plantel, que era muita, mas que estava a ser extremamente mal aproveitada.

A APOSTA NOS JOVENS JOGADORES

Acredito que esta foi a grande razão para que Schmidt ganhasse a corrida à cadeira de sonho da luz. O treinador alemão é um fã do jovem jogador, gosta de trabalhar as capacidades dos miúdos, e nada melhor que o ambiente que vive no Seixal para o fazer. António Silva é, para já, a grande bandeira deste projeto, para além de João Neves, Henrique Araújo ou Samuel Soares, com Paulo Bernardo, Martim Neto, Cher Ndour ou Diego Moreira a espreitarem o lugar.

As recentes notícias apontam o nome de Andreas Schjelderup à luz, depois de Jhon Durán também já ter sido apontado aos encarnados, nesta contínua aposta em mercados periféricos, sem medos e sem reservas, de apostar em craques de nomes ainda desconhecidos, para serem posteriormente valorizados, aportando rendimento desportivo e algum retorno financeiro.

Sem dúvida que este projeto promete muito, chega até a ser excitante, mas quem é um entusiasta como eu,  de ver e observar todas estas dinâmicas que estão a ser realizadas, num modelo de gestão que está de parabéns, que eleva o nome do Sport Lisboa e Benfica e do nosso Portugal a um patamar de excelência, pelas exibições que vão sendo realizadas, e por todo o potencial que o nosso futebol apresenta atualmente, à imagem também de FC Porto e Sporting CP, que também trabalham muito bem os modelos de gestão e a aposta em jovens talentos, estando ainda atrás da equipa de Rui Costa, na minha ótica.

Quero, por isso, deixar os meus parabéns a toda a estrutura do Sport Lisboa e Benfica, que está a demonstrar um profissionalismo e uma qualidade enormes, sempre o com o sucesso desportivo como clara prioridade, e o futebol bonito, atacante, sem medos, como Roger Schmidt gosta, com extremos que atacam sem medos, como faziam Gakpo e Madueke no PSV, cabendo agora essa tarefa a Neres e a Rafa, mas também mudando muitas das vezes as rotinas, e apostando numa maior posse de bola nas alas, com Aursnes ou João Mário a entrarem nessas posições.

Desejo a todos um feliz natal e um próspero ano novo!

Que seja um 2023 com muito futebol de qualidade, que é isso que o povo gosta!

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O Bernardo é Licenciado em Relações Públicas e quase mestre em Jornalismo. É um comunicador nato, que transporta para o futebol a mesma simpatia e alegria que tem em viver.

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