Philadelphia Eagles x Kansas City Chiefs: Um Super Bowl de “Primeira”

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Independentemente do que aconteça no Super Bowl 57, teremos história a ser escrita perante os nossos olhos, história essa que foi sendo desenhada ao longo da temporada numa sequência de eventos que culminou com as duas melhores equipas frente a frente.

Os Philadelphia Eagles foram a melhor equipa da fase regular, tiveram a maior sequência de vitórias a começar a época (8) e sem o seu quarterback, Jalen Hurts, perderam efectivamente apenas um jogo, apesar das duas derrotas nos últimos três jogos da fase regular, jogos esses onde Jalen Hurts não jogou por lesão.

Já nos playoffs, fizeram dos históricos Giants (38-7) e 49ers (31-7), dois oponentes comuns e mortais, que nada conseguiram fazer diante dos heróis de Philadelphia, foram 69 pontos marcados e apenas 14 sofridos. Ajudou jogar no “Olimpo de Philadelphia” com um ambiente completamente insano com os adeptos de Philadelphia a tornarem esse caminho tão mais especial.

Já os Kansas City Chiefs deram continuidade ao trabalho feito ao longo dos últimos 5 anos, desde que Patrick Mahomes assumiu as rédeas deste ataque, são 64 vitórias e apenas 16 derrotas, são 5 presenças nas finais de conferência e este será o terceiro Super Bowl que o grande talento irá disputar. Nesta fase regular perderam apenas três jogos, uma surpreendente derrota diante dos Colts, e derrotas diante dos Bills e Bengals, outros dois favoritos que tendem a ser os “suspeitos do costume”.

Nos playoffs, Mahomes revelou-nos uma nova faceta, mesmo limitado por uma lesão no tornozelo, foi capaz de eliminar os inconvenientes Jaguars (27-20) e os confiançudos Bengals (23-20), mostrando que os Chiefs são os verdadeiros domadores de felinos.

Quis então o destino que este Super Bowl fosse o encontro entre dois jovens talentos, Patrick Mahomes e Jalen Hurts, o encontro entre duas equipas com 16 vitórias e 3 derrotas, duas equipas que marcaram exactamente o mesmo número de pontos (546) ao longo da temporada, duas equipas que tiveram seis jogadores nomeados para a equipa ALL PRO da NFL, duas equipas que terminaram em primeiro lugar das suas respectivas conferências e duas equipas com um irmão Kelce no plantel, Travis Kelce nos Chiefs e Jason Kelce nos Eagles.

Parece um argumento inevitável, mas é um argumento de primeira, primeira vez na história da NFL que temos dois quarterbacks afro-americanos frente a frente num Super Bowl, primeira vez na história da NFL que dois irmãos se defrontam num Super Bowl enquanto jogadores e apenas a sexta vez que as duas melhores equipas se defrontam pelo troféu Lombardi.

Mas existe mais, existe sempre mais, quando pensamos no caminho percorrido pelos dois senhores que não estarão dentro do relvado, mas são eles os responsáveis pelo desenvolvimento da equipa, por motivar as suas tropas e garantir que tudo aquilo que pode acontecer irá acontecer de acordo com o plano traçado – falo de Nick Sirianni e Andy Reid, os treinadores principais das duas equipas.

Ambos os senhores depararam-se com um reencontro com o passado, Nick Sirianni fez parte da equipa técnica dos Chiefs durante 4 anos, tendo sido despedido por Andy Reid em 2013. Esse despedimento, que Nick Sirianni destacou como uma ação dura mas bem gerida por Reid, levou-o até Los Angeles com os Chargers, Indianapolis com os Colts, onde acabaria por encontrar o seu mentor em Frank Reich, eventualmente em 2021 teve a primeira oportunidade de liderar os Philadelphia Eagles num sólido percurso até este momento.

Já o reencontro de Andy Reid com o seu passado é mais profundo. Durante 14 anos foi o “manda chuva” em Philadelphia, levou a equipa dos Eagles a 5 finais de conferência, vencendo apenas uma, disputou um Super Bowl que acabaria por perder diante dos inevitáveis New England Patriots, em 2004. O seu caminho acabaria por o levar até Kansas City em 2013 onde teve o tal breve encontro com Nick Sirianni e a partir desse momento aquilo que fez com a equipa dos Chiefs pode-se resumir em vencer e repetir, repetir e vencer.

Em 2019 acabaria por conseguir o seu primeiro Super Bowl, mas não sem antes ver os Eagles vencerem em 2017 com a liderança de Doug Pederson que haveria por ser substituído por Nick Sirianni em Philadelphia.

Estes encontros, estes caminhos que se cruzam, mostram aquilo que é a verdadeira definição da vida, sempre em constante movimento, sempre em constante mudança.

Por esta altura já todos percebemos que estamos perante um Super Bowl de “primeira”, um Super Bowl de estreias, um Super Bowl de regressos, acima de tudo, um Super Bowl de fortes emoções.

Como tal, fica dificil de conceber uma fórmula para decifrar o vencedor deste jogo, até as casas de aposta estão inseguras nesse tópico, sendo este o Super Bowl onde existe menos favoritismo deste 2015 quando os Seahawks e Patriots se defrontaram, curiosamente, no State Farm Stadium que será igualmente o palco deste espectáculo.

Por isso, vamos aproveitar, aproveitar e deixar que os melhores entre os melhores colidam neste grande jogo em perspectiva, evitemos procurar fórmulas para prever o que vai acontecer e deixemos que a vida nos desembrulhe este belo presente, de primeira, num jogo que será um verdadeiro espectáculo e hino ao Futebol Americano.

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O André é treinador e especialista de NFL. Atualmente, é comentador na ELEVEN e escreve crónicas sobre a modalidade para o Bola na Rede.

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