Boavista 0-2 FC Porto: Recordar é Sobreviver

Pronúncia do Norte

Tratando-se de um derby na ressaca de um duelo europeu, tendo o Benfica cumprido o seu dever de dilatar provisoriamente a vantagem para sete pontos na tabela classificativa e havendo tantas baixas confirmadas à partida para o jogo, este seria sempre um desafio difícil para um FC Porto sob pressão.

Os dragões subiram ao relvado sintéctico do Bessa com seis caras novas em relação ao onze que iniciou a partida em Basileia – Óliver (lesionado) foi substituído por Quintero; Danilo, Alex Sandro e Casemiro (suspensos) abriram espaço para a titularidade de Ricardo, José Ángel e Ruben Neves e os extremos Brahimi e Tello foram preteridos (por opção técnica) por Quaresma e Hernâni.

O jogo começou na mesma toada com que terminou – com o FC Porto em cima do adversário, tendo quase sempre a bola, mas conseguindo poucas vezes encontrar o caminho da baliza. A monotonia só foi quebrada por volta do primeiro quarto de hora, quando um bom cruzamento de José Ángel deu origem a um canto “estudado” que resultou num penalty claro sobre Hernâni não assinalado pela equipa de arbitragem.

Depois disso, Jackson apareceu à entrada da área para atirar pela primeira vez (sem perigo) à baliza de Mika (apenas aos 18’), rubricou um pontapé de bicicleta desastrado (30’) e teve nos pés a única real ocasião de golo da primeira parte, na sequência de um grande passe do compatriota Quintero (43’) – falhou, isolado, na cara do guardião português. De resto, nada mais há a registar, senão um livre directo de Quintero que passou a dois metros do poste direito da baliza axadrezada e o único remate do Boavista até ao intervalo.

Hernâni estreou-se como titular e esteve longe de desiludir  Fonte: Facebook do FC Porto
Hernâni estreou-se como titular e esteve longe de desiludir
Fonte: Facebook do FC Porto

Face a uma defesa bem organizada e aguerrida, com as linhas bem juntas e bem estendidas (impedindo o FC Porto de dar a habitual largura ao seu jogo), os azuis e brancos nunca tiveram a velocidade e a imaginação suficientes para sufocar o adversário. Quintero, apesar das esporádicas demonstrações do seu génio criativo, nunca foi capaz de pautar o jogo do Porto; Herrera e Ruben Neves jogaram demasiado recuados (o mexicano rompeu menos vezes do que poderia e deveria; o português, estando quase sempre junto aos centrais, não conseguiu dar uso à sua capacidade de passe em zonas mais decisivas), e Quaresma também apareceu pouco. Hernâni, não raras vezes empurrado, rasteirado e pisado, deu uso à sua capacidade de explosão e teve uma performance positiva na sua estreia como titular.

No segundo tempo, mais do mesmo: domínio com bola do FC Porto, controlo do Boavista sem ela. À excepção de um remate rasteiro de Quaresma em posição frontal após uma boa recuperação de bola, das entradas de Tello e Brahimi para os lugares de Hernâni e Quintero e de um tiro de Brito que pôs Fabiano em sentido (a única oportunidade digna desse nome dos pupilos de Petit) nada de muito relevante aconteceu até à entrada para o último quarto de hora.

Foi só aos 78’, numa fase em que o FC Porto já acusava algum nervosismo (sabia que a perda de pontos significava a perda do campeonato), que o nulo se desfez. Tello, que tinha entrado muito mal no jogo (nos primeiros vinte minutos em campo, tocou três ou quatro vezes na bola para fazer maus passes ou más recepções), recebeu um cruzamento de Ricardo dentro da área, tirou um defesa do caminho de forma célere e cirúrgica e foi à linha cruzar para Jackson, que se adiantou a Carlos Santos para atirar contra este e fazer a bola entrar na baliza. Já com Evandro em campo (substituiu Quaresma), o mesmo Tello voltou a fazer uma assistência – desta vez entregou a redondinha a Brahimi para o argelino, com um chuto colocado, fazer o 0-2 final. Depois disso, foi só esperar pelo apito final de Hugo Miguel.

Os azuis e brancos suaram para bater os axadrezados no Bessa  Fonte: Ricardo Oliveira
Os azuis e brancos suaram para bater os axadrezados no Bessa
Foto: Ricardo Oliveira

A Figura

Jackson Martínez – O capitão deu, mais uma vez, o exemplo. Somando uma grande dose de empenho ao seu desempenho (quase) sempre positivo, tem-se revelado um verdadeiro líder dentro de campo. Hoje foi ele a abrir o caminho para a vitória. Já são 17 golos na Liga Portuguesa.

O Fora-de-Jogo

Quintero – Deslumbra sempre que sai do banco para mexer no jogo, mas raramente se destaca quando é titular. Hoje voltou a não render tanto quanto seria desejável – demasiados passes falhados e más decisões para alguém com tanto talento e tanta visão de jogo.

Foto de Capa: Ricardo Oliveira

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