Pogacar a uma vitória do “hat-trick” nas Ardenas | Ciclismo

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Tadej Pogacar continua a dominar e conquistou a Flèche Wallonne, a segunda corrida da semana das Ardenas.  Pogacar entrava como o claro favorito, estatuto reforçado pela vitória na Amstel Gold Race, alcançada no passado domingo. Com 194,3 km, A Flèche Wallonne é constituída por várias subidas, mas o destaque vai para o Mur de Huy, com 1,3 km a 9% de pendente média, com o alto a coincidir com a linha da meta. O pelotão passou pela chegada em três ocasiões, mas apenas na última é que se esperavam as decisões.

UMA CORRIDA MONÓTONA

À partida, já existiam duas baixas: Benoit Cosnefroy e Jai Hindley (vencedor da Volta à Itália) não estiveram presentes devido a doença. O início da prova consistiu na constituição da fuga que acabou por ser composta por oito ciclistas. No pelotão, a UAE Team Emirates, como seria de esperar, era a principal responsável pela perseguição, com formações como a INEOS e a Israel Premier Tech também a rodar por vezes na dianteira.

O pelotão manteve uma velocidade elevada e a fuga nunca ganhou uma vantagem relevante, sendo que a 70 km da meta, na primeira passagem pelo Mur de Huy, a vantagem era pouco superior a um minuto. A primeira passagem pela subida mítica belga foi feita a um ritmo muito pacífico sem que a colocação fosse grande preocupação. Apenas na fuga, Lawrence Naesen, da AG2R perdia o contacto.

O maior destaque até chegou antes da primeira passagem pela meta. David Gaudu ficava para trás, acabando mesmo por abandonar, uma situação que já se tinha verificado no último domingo. O francês atravessa um mau momento, devido a alergias sazonais, depois de um grande início de época com o segundo lugar no Paris-Nice e com a Volta à França a ser o maior objetivo do ano para o líder da Groupama-FDJ.

O PELOTÃO TENTA VENCER PELA SURPRESA

No Côte d’Ereffe, subida logo após o Mur de Huy, a fuga dividiu-se ao meio, apenas com Soren Kragh Andersen, Georg Zimmerman e Jacob Hindsgaul a ficarem na frente. Já no pelotão, Pieter Serry lançou-se ao ataque, numa tentativa de desgastar a formação da Emirates, obrigando a um aumento do ritmo da perseguição.

O belga da Soudal-Quick Step não tardou a ser alcançado pelo grupo principal. Mas não seria o último ciclista a tentar surpreender e evitar o triunfo iminente de Tadej Pogacar, nem o último da Soudal a mexer na corrida. Logo na segunda passagem pelo Mur de Huy, Samuele Battistella, italiano da Astana Qazaqstan Team, aumentou o ritmo no pelotão, com Giulio Ciccone e Attila Walter bem próximos da roda do italiano.

Battistella acabou por se distanciar pouco depois da segunda e penúltima passagem pela meta. Pouco depois, foi a vez de Louis Vervaeke, da Soudal, sair do pelotão para alcançar o antigo Campeão do Mundo de Sub-23. Os dois não tardaram a chegar a Zimmerman e a Kragh Andersen (Hindsgaul tinha ficado para trás), transformando o duo da frente num quarteto.

HUY, POGACAR ESTÁ UM NÍVEL ACIMA

Na segunda passagem pelo Huy, a Emirates até deu boa resposta, mas Pogacar rodava quase a meio do pelotão. Na penúltima subida do dia, Pogacar voltou a não ter a melhor colocação, perante uma aceleração de Sam Oomen que quase formou um pequeno grupo intermédio, comprometedor para quaisquer aspirações do esloveno. Quem controlou a situação foi George Bennett que não perdeu a roda do homem da Jumbo-Visma e impossibilitou qualquer iniciativa.

Chegava a última passagem pelo Mur de Huy. A fuga reduzira-se a apenas Vervaeke que circulava com menos de 10 segundos de vantagem. A Emirates e a Israel Premier Tech eram as equipas mais bem colocadas, com a Trek-Segafredo e a Jumbo à espreita. O primeiro ciclista a mexer foi Magnus Sheffield, que aumentou o ritmo, com Michael Woods na segunda posição e Pogacar, logo atrás.

Depois, um momento que fez lembrar a queda de John Degenkolb em Roubaix: Romain Bardet preparava para se lançar ao ataque pela direita, quando Woods fecha o espaço, impedindo o francês de sair disparado do pelotão. Bardet tinha tudo para apanhar tudo e todos de surpresa. Bardet atacava, Woods tentava surpreender vindo de trás e Mikel Landa também estava bem colocado.

Mas Tadej Pogacar teve tempo para abrir um pequeno espaço, analisar a corrida e decidir de forma cirúrgica, o momento certo para o ataque. Pogacar saía da roda de Bardet e ninguém mais o apanharia, apesar da grande subida do jovem dinamarquês da Trek, Mattias Skjelmose que terminou na segunda posição. Depois do top 10 na Amstel Gold Race, Skjelmose é uma grande promessa para o futuro, especialmente no que às clássicas das Ardenas diz respeito. Mikel Landa fechou o pódio.

Pogacar conquista, desta forma, a Flèche Wallonne pela primeira vez na carreira. Caso vença a Liége-Bastogne-Liége no próximo domingo, Tadej Pogacar passa a ser o terceiro ciclista de sempre a conquistar as três clássicas das Ardenas no mesmo dia: um feito apenas repercutido por Davide Rebellin, em 2004, e por Philippe Gilbert, em 2011.

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Filipe Pereira
Filipe Pereira
Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.

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