A CRÓNICA: ACADÉMICO SEM CHAMA EM JOGO DECIDIDO AO INTERVALO
Depois de uma semana marcada pela saída surpreendente do treinador Jorge Costa, o Académico de Viseu FC entrava em campo para tentar retomar o caminho das vitórias.
A primeira oportunidade até foi para a equipa da casa com Toro a obrigar Ricardo Ribeiro a uma grande defesa. Depois de uma entrada em falso, a UD Oliveirense estabilizou depois dos dez minutos e passou a partir para cima da formação beirã.
O primeiro golo demorou pouco tempo a aparecer. Aos 15´, Serginho Andrade, pelo corredor esquerdo, cruzou rasteiro para a grande área e Jaiminho inaugurou o marcador.
Sem o apoio audível dos adeptos presentes e sentindo o golo sofrido, a equipa orientada por Pedro Bessa foi acumulando erros na circulação da bola e defensivos que acabariam por agravar a desvantagem. Aos 22´, Serginho Andrade, do mesmo lado, fez um belo golo, num remate cruzado, possivelmente o melhor da jornada. Para acabar o ramalhete da primeira metade, novamente o extremo emprestado pelo Estoril à Oliveirense assistiu Jonata Bastos para praticamente sentenciar o jogo.
Na segunda parte, já sem Ícaro no banco por expulsão, Pedro Bessa resolveu arriscar e dar companhia a André Clóvis, na frente de ataque. O melhor marcador da Segunda Liga esteve em dia não, tal como o resto da equipa. Já a formação de Oliveira de Azeméis, tranquila na classificação como no resultado do jogo, não se escudava a atacar e chegou ao 4-0, desta vez, pela direita, com o outro Serginho a assistir Jaiminho para a finalização.
No entanto, já a jogar com menos um por expulsão de Quizera, a formação da casa chegaria ao tento de honra por Massimo que respondeu ao passe de Ott.
Vitória justa da Oliveirense, que pode pôr o Académico a oito pontos do segundo lugar e cinco do acesso ao playoff de subida.
A FIGURA
Serginho – O extremo esquerdo foi um quebra-cabeças para Rafael Bandeira e André Almeida. Pelo corredor esquerdo, o jogador de 22 anos fez duas assistências para golo e ainda o tento de belo efeito. Assim, Serginho contribuiu decisivamente para o 3-0 que a equipa de Oliveira de Azeméis alcançou, na primeira parte.
O FORA DE JOGO
Rafael Bandeira – Já se sabe que a especialidade do lateral direito do Académico Viseu não é a defesa e este jogo provou-o. Os três golos nascem do seu corredor, onde Serginho Andrade & companhia fizeram o que queriam durante boa parte da primeira parte. O defesa acabou por ficar no banco ao intervalo.
No entanto, é preciso destacar que não foi o único fora de jogo da partida. Nduwarugira, que se fartou de falhar passes e de ser ultrapassado pelos adversários com bola, André Almeida, que não conseguiu auxiliar Bandeira e foi batido várias vezes pelos adversários, ou Quizera, pela precipitada expulsão e pouca definição, também podiam figurar nesta categoria.
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Académico de Viseu FC
BnR: Depois da saída da instabilidade dos últimos dias com a saída do treinador, como estava a confiança dos jogadores à partida deste jogo?
Pedro Bessa: Antes do jogo, a confiança do plantel estava boa. Sentimos o plantel, mesmo com os acontecimentos desta semana, muito, muito tranquilo. Muito focado naquilo que tinha de fazer.
Obviamente que, se formos agora ao balneário, estão tristes, estão desanimados. Não era o resultado que queriam, mas não é uma preocupação porque temos um grupo de jogadores fantásticos, de grandes profissionais que nunca, em nenhum momento da época, nos desiludiram.
Eu tenho a certeza de que vão querer dar a volta a este resultado e ao da semana passada [1-1 contra a BSAD], que foram menos positivos. Até hoje, não temos razões de queixa deles. Grandes profissionais e grandes seres humanos. Focados naquele que não era o nosso objetivo inicial, mas que passou a ser depois desta excelente temporada.
Vão continuar a ser os mesmos profissionais que foram, até agora, porque faltam cinco jogos e tudo pode acontecer. A Segunda Liga é peculiar por causa disso. Temos de acreditar e eles também vão acreditar. Aliás, eles é que nos fazem acreditar porque são eles que jogam.
UD Oliveirense
BnR: O mister referiu que a Oliveirense teve uma entrada menos “feliz” na partida. Como explica este início de menor rendimento?
Fábio Pereira: Alguma ansiedade. Já sentimos isso no aquecimento. A situação do Carter de se ter lesionado [estava inicialmente a titular na ficha de jogo]. Ele vinha um bocadinho condicionado das últimas semanas. Sentiu ali no aquecimento e isso acabou por adormecer um bocadinho a equipa durante ainda o aquecimento. Acho que não entrámos concentrados.
O Académico também nos pressionou de uma forma diferente. Habitualmente costumam saltar com o ponta de lança mais o extremo do lado contrário ao outro central. Hoje estava o médio ofensivo a fazer mais vezes esse trabalho e tivemos alguma dificuldade nas primeiras duas saídas em encontrar espaço e soluções para desbloquear a primeira fase de construção.